sexta-feira, 19 de novembro de 2010

10 conselhos para escrever melhor

Jonathan Wolstenholme


Para escrever melhor:


1.Use uma linguagem positiva: em vez de “habitualmente não chegava à hora”, diga “habitualmente chegava tarde”; em lugar de “não recordou” diga “esqueceu” – e isso porque, consciente ou inconscientemente, o leitor prefere que se diga o que é a o que não é.

2.Seja concreto: “Sobreveio um período de tempo desfavorável” constitui uma vagueza. “Choveu diariamente uma semana” seria a boa fórmula.

3.Abrevie o mais que puder: escrever “atos de natureza hostil” é alongar de dois centímetros “atos hostis”.

4.Não qualifique: sempre que não se tratar de estabelecer uma opinião, a qualificação prévia é desnecessária. Dizer que é “interessante” o fato que se vai narrar, é pichar o leitor de inimaginativo.

5.Não use adornos: o estilo não é um molho para temperar uma salada; o estilo deve estar na própria salada.

6.Coloque-se atrás do que escreve: escreva de tal forma que a atenção do leitor seja despertada sobretudo pelo sentido e pela substância do que está dito, e não pelo temperamento e pelos modismos do autor. O primeiro conselho a dar ao escritor que começa seria, pois: para chegar a um estilo, comece por não ter nenhum.

7.Use substantivos e verbos: evite o mais possível adjetivos e advérbios. Não há adjetivo no mundo que possa estimular um substantivo exangue ou inadequado; isto sem subestimar adjetivos e advérbios, quando corretamente empregados. Mas a verdade é que são os nomes e os verbos que dão sal e cor ao estilo.

8.Não superescreva (significando aqui, don’t overwrite): a prosa excessivamente rica, adornada ou gorda torna-se mais facilmente nauseante.

9.Não exagere e seja claro: primeiramente, porque o exagero pode tornar o leitor suspicaz; e a clareza, é lógico, facilita a comunicação. Mais vale recomeçar uma frase longa com que se está brigando, que persistir na briga. Freqüentemente uma frase longa nada mais é que duas curtas.

10.Não opine sem razão: ter por hábito ventilar opiniões próprias é prejulgar que o leitor as esteja pedindo, o que constitui um sinal de vaidade.

(William Strunk citado por Vinicius de Moraes na coletânea de crónicas Para Viver Um Grande Amor)



Fonte: Escrever.net
Via Livros e afins

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