quinta-feira, 19 de junho de 2008

Caetano diz "Os livros são objectos transcendentes"


Caetano Veloso - Livros (1998)


Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pr'a a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.


Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.


Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pr'a fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:


Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pr'a mim foste a estrela entre as estrelas.


Fonte: Entre Estantes


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Escrever um poema é como se fosse uma noite de amor...

"Escrever um poema é como se fosse uma noite de amor, escrever um conto é um namoro, mas escrever um romance é um casamento."
Amos Oz, escritor israelita

Fonte: Jornal a Dias

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Quando reconhecemos o nosso amor nos livros dos outros...



"O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias, como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo, mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer. Eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar, que eu amava quando imaginava que amava. Era a tua voz que dizia as palavras da vida. Era o teu rosto. Era a tua pele. Antes de te conhecer, existias nas árvores e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde. Muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade."

José Luis Peixoto


Muito, muito bonito. Quando encontramos o amor com que sonhámos desde que nos conhecemos como gente. Estas palavras eu dedico ao meu Amor. Tu sabes.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Fétiche por estantes...2 / Bookshelf fétiche 2

Estante multi-funcional num design de Yoon-Zee.
Fonte: Freshome

Brian Dettmer, os livros também podem ser esculpidos / Sculped books by Brian Dettmer


Enciclopédias esventradas. Velhos livros ilustrados de ciência, medicina, história, banda desenhada…fatiados, retalhados, dobrados…todos eles dissecados cirurgicamente. De barriga aberta, como se o cirurgião tivesse sido interrompido a meio da intervenção…numa criação que atrai o olhar e provoca a mente.


Brian Dettmer, nascido em 1974, é um escultor contemporâneo norte-americano. Talha livros em sucessivas camadas sobrepostas, preservando palavras-chave e imagens seleccionadas, como que escavando e desenterrando significados ocultos do interior do livro.


Assim recria a relação entre a forma e o conteúdo, entre o livro e a sua mensagem. Sem sombra de dúvida, ousado e original.





Mais imagens da arte de Dettmer aqui.


sábado, 7 de junho de 2008

Fétiche por estantes...1 / Bookshelf fétiche 1


Lovely Rita Shelving (Fonte: Freshome)


Estantes, prateleira, tudo o que dê para encaixar livros, estes são objectos que me atraem particularmente e cuja presença vai ser recorrente neste espaço.

Posted by Picasa

Livros por encomenda em Berlim: uma pequena fábrica de fantasias literárias.

Michael Wäser e a sua equipa de dez escritores escrevem histórias de acordo com os desejos dos seus clientes: o cenário, a época, o estilo, o tema, o número e a personalidade dos personagens, tudo pode ser sugerido ou determinado pela pessoa que faz a encomenda.

Para ajudar os clientes a escolher, Wäser disponibiliza um catálogo. Nele, estão narrações já prontas em todos os géneros imagináveis, nas quais apenas o nome do cliente como protagonista é mudado.

Esses livros custam US$ 25. Já os que são escritos de raíz custam US$ 260. Desculpem não fazer a conversão da moeda…

Eu gostava tanto de ser uma elfo num universo ao estilo de Tolkien, ou uma mulher desequilibrada e vingativa, fatal mesmo, num policial de Sherlock Holmes…uma personagem feminina forte, épica mesmo, num romance marcado pelo realismo fantástico, na onda de Gabriel Garcia Marquez ou Isabel Allende, protagonizar uma intensa história de amor com o meu cara-metade…

Para saber mais leia o artigo de Sergio Correa da BBC Brasil aqui.

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