sexta-feira, 8 de abril de 2016

Iuppi, vem aí o fim-de-semana! / Weekend is coming!


quinta-feira, 7 de abril de 2016

O que extraem os leitores dos livros? / Woman reading with cat



"Os leitores extraem dos livros, consoante o seu carácter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o veneno".
Friedrich Nietzsche

domingo, 3 de abril de 2016

10 razões para leres mais / 10 reasons why you need to start reading more

Kristin Kest


Reading has so many amazing benefits. In some cases, reading can make you more successful. Here are 10 reasons why you need to start reading more today.

#1 It’s a source of inspiration
There is nothing more inspiring than a good autobiography. Reading about the challenges and successes of others can be a real motivator. This inspiration can help spur you on to reach those goals.

# 2 Help with relaxation
For career girls to be successful striking the right balance between work and downtime is essential. Switching off from social media and taking time to curl up with a book can be so relaxing. Unwinding properly will ensure you are well rested and ready to face the upcoming challenges that lie ahead.

#3 It expands your vocabulary
Reading new and interesting material will certainly broaden your vocabulary. Your boss will be impressed when you have nailed that tricky presentation with interesting and unique descriptions.

#4 Your knowledge will increase
Reading makes you smarter. Taking in extra information by reading a wide range of books, journals and industry magazines will boost your intelligence. This is a massive plus for career girls.

#5 Help to focus
Reading takes patience and commitment. To read you must focus and avoid distractions. The ability to focus is highly beneficial for your working life. It will lead to increased productivity and help you smash that daunting to-do-list!

#6 You will be a better writer
It is necessary to read more to become a better writer. Reading on a regular basis will ensure those pitches and reports are succinct and polished. Everyone will be impressed. (...)


#7 It Assists with Problem Solving.
You will be more intelligent. Reading will make you more creative and innovative. Tricky issues and problems will be resolved much easier. You will face issues with a more analytical approach.

#8 Improved Memory
The brain is like every part of the body, it needs regular workouts to stay in shape. Reading will keep the mind sharp and improve the memory.

#9 Goal Setting
Reading often will assist with setting and achieving goals. It will drive you forward to meet targets and ambitions. Reading will benefit you massively by helping you plan goals and sticking to them.

#10 Increased Empathy
You will have an increased awareness of social situations. Being able to empathise better is a critical skill for success in business. Being able to identify and alleviate a potential client concern is a powerful trait.

Fonte: careergirldaily


sábado, 2 de abril de 2016

"Amar alguém", por Miguel Esteves Cardoso

Silvia Álvarez Castellar


"Amar é como o prazer de conseguir estar sozinho - mas melhor. Amar é o prazer de descobrir continuamente que há alguém com quem se quer passar o tempo todo, incluindo o tempo que se quer passar juntos e o tempo que se quer passar sozinho.

Amar é um casamento de solidões que, gozando o prazer da juntidão, mesmo assim não prescinde dos prazeres de duas solidões juntas, estejam momentaneamente separadas ou reunidas.

Amar alguém é uma coisa egoísta que só nos faz bem. Mas só se a pessoa amada nos contra-ama também. Ser amado alivia muito a loucura de amar e de ser obrigatoriamente infeliz por causa disso.

Amar e ser amado é a melhor sorte que se pode ter. Não são milagres que aconteçam por acaso. É preciso trabalhar com leviandade - por muito cheio de amor que o coração esteja - para que esses milagres, facílimos, comecem a habituar-se a acontecer regularmente.

Amar alguém é um alívio: é poder deixar de pensar que cada um de nós é marginalmente mais importante do que qualquer outra pessoa que nasceu nesta vida e neste planeta.

Amar alguém é um baluarte contra o mundo, um salvo-conduto, uma casa aonde não só se pode regressar como ficar fechado dentro dela, sem precisar de sair.

Amar alguém é a única, verdadeira distracção. Os que não amam - muitos porque têm medo de se entregarem - chamam obsessão ao amor sem saber que o amor é o grande apagador de insignificâncias e a única maneira de fazer coincidir a alma e a atenção em duas vidas".

Miguel Esteves Cardoso, para o Público, em 29 de Março de 2016

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Assim começa "As Intermitências da Morte" de José Saramago: soberbo!


"No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómeno semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar. A passagem do ano não tinha deixado atrás de si o habitual e calamitoso regueiro de óbitos, como se a velha átropos da dentuça arreganhada tivesse resolvido embainhar a tesoura por um dia. Sangue, porém, houve-o, e não pouco. Desvairados, confusos, aflitos, dominando a custo as náuseas, os bombeiros extraíam da amálgama dos destroços míseros corpos humanos que, de acordo com a lógica matemática das colisões, deveriam estar mortos e bem mortos, mas que, apesar da gravidade dos ferimentos e dos traumatismos sofridos, se mantinham vivos e assim eram transportados aos hospitais, ao som das dilacerantes sereias das ambulâncias. Nenhuma dessas pessoas morreria no caminho e todas iriam desmentir os mais pessimistas prognósticos médicos, Esse pobre diabo não tem remédio possível, nem valia a pena perder tempo a operá-lo, dizia o cirurgião à enfermeira enquanto esta lhe ajustava a máscara à cara. Realmente, talvez não houvesse salvação para o coitado no dia anterior, mas o que estava claro é que a vítima se recusava a morrer neste. E o que acontecia aqui, acontecia em todo o país. Até à meia-noite em ponto do último dia do ano ainda houve gente que aceitou morrer no mais fiel acatamento às regras, quer as que se reportavam ao fundo da questão, isto é, acabar-se a vida, quer as que atinham às múltiplas modalidades de que ele, o referido fundo da questão, com maior ou menor pompa e solenidade, usa revestir-se quando chega o momento fatal. Um caso sobre todos interessante, obviamente por se tratar de quem se tratava, foi o da idosíssima e veneranda rainha-mãe. Às vinte e três horas e cinquenta e nove minutos daquele dia trinta e um de dezembro ninguém seria tão ingénuo que apostasse um pau de fósforo queimado pela vida da real senhora. Perdida qualquer esperança, rendidos os médicos à implacável evidência, a família real, hierarquicamente disposta ao redor do leito, esperava com resignação o derradeiro suspiro da matriarca, talvez umas palavrinhas, uma última sentença edificante com vista à formação moral dos amados príncipes seus netos, talvez uma bela e arredondada frase dirigida à sempre ingrata retentiva dos súbditos vindouros. E depois, como se o tempo tivesse parado, não aconteceu nada. A rainha-mãe nem melhorou nem piorou, ficou ali como suspensa, baloiçando o frágil corpo à borda da vida, ameaçando a cada instante cair para o outro lado, mas atada a este por um ténue fio que a morte, só podia ser ela, não se sabe por que estranho capricho, continuava a segurar. Já tínhamos passado ao dia seguinte, e nele, como se informou logo no princípio deste relato, ninguém iria morrer.


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