Cinco conselhos a quem quer viver da escrita, por Jorge Reis-Sá em Rua da Castela. Com algumas adaptações feitas por mim.
Elabore e apresente com cuidado o seu Projecto:
- Envie sempre o original com uma carta de apresentação;
- Não precisa de enviar a sua proposta para meio mundo: mande poucos mas para as pessoas certas depois de ter feito a prospecção do mercado:
- Se quiser editar o seu livro de poemas, não contacte uma editora de informática.
- Se quiser ser cronista, “não mande um projecto de crónica sobre futebol para o Expresso - está lá o Luís Freitas Lobo que sabe mais disso do que você e mais mil e quinhentos como você. Mande por isso um projecto estruturado e pensado para o sítio certo. Mande para o Sol. Mas note que tem de estar na mesma liga do Freitas Lobo. Pelo menos nesse assunto, claro.”
- “É díficil ser cronista? Concedo. Então pense em escrever argumentos para cinema. Dez, quinze, trinta e cinco sinopses. E depois bata à porta de um produtor e diga ao que vem. Ou então bulas para medicamentos. Ou então peças de teatro. Ou então horários para a CP. O que quero dizer é que tem de diversificar. Ou não conseguirá viver do seu trabalho: escrever.”
- Não pense que já sabe tudo, de tal maneira que não está para ouvir conselhos de especialistas: se bater à porta de um produtor e ele pedir para alterar o fim do seu genial argumento, atente ao que diz. No fundo, ouça. Ele, quase de certeza, saberá mais do assunto do que você.
- Último conselho? Não fique a contar com o factor C, as cunhas, os conhecimentos:”Não reze na capela pela entrada nas capelinhas: trabalhe e as portas abrem-se."
1 comentário:
eu sou um dos que pretende viver da escrita. já estou no bom caminho, pelo menos tenho livros publicados, mas viver de poesia é muito, muito complicado.
o jorge reis-sá tinha razão: diversifique.
grande abraço
jorge vicente
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