Dois bonitos poemas de João Manuel Firmino que não quer que se saiba que é poeta.
Não digas a ninguém que sou poeta
Meu amor
Não digas a ninguém que sou poeta
Os poetas são homens que sofrem muito
E eu sou feliz
Meu amor
Não digas a ninguém que escrevo poemas
As poesias têm palavras complexas e sinuosas
Mas as minhas são ingénuas e vêm do coração
Meu amor
Não digas a ninguém que sou poeta
Os poetas vivem na Lua ou em Marte,
Mas eu estou aqui e serei sempre teu poeta
Para te amar com toda a minha arte.
1977
Não digas a ninguém que fui poeta
Meu amor,
Não digas a ninguém que fui poeta
E que te levei centenas de pétalas de palavras
Embrulhadas em ramos de giesta
Os poetas são criaturas de fantasia
Mas eu sou de carne e osso
E tenho a força do aço e a leveza da ardósia
Meu amor,
Não digas a ninguém que fui poeta
E que me perdi dentro da floresta
Os poetas são criaturas que vivem em outro Universo
Alheadas do nosso mundo… alienadas no seu verso
Eu habito na Terra que me viu nascer e encontro-me em ti.
Meu amor,
Nunca digas a ninguém que fui poeta
E que padeci mil tormentos de coisa nenhuma
Os poetas são criaturas tão patetas
Mas eu não sou mais que nada
Um simples cantar, no raiar da manhã.
21 de Fevereiro 2009
João Manuel Firmino
Fonte: Círculo de Poesia
3 comentários:
Uia, que lindo!!
Ele pode ficar tranquilo: nada direi sobre a arte que ele faz.
Beijo.
VOU CONTAR PRÁ TODO MUNDO!!!...rsrsrsrs
BJS!
Shiuu!
Bjs sussurrados para não denunciar o poeta.
Ana
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