Ricardo Araújo Pereira escreveu sobre o recentemente falecido Raúl Solnado, um actor que marcou a minha infância:
"Solnado era uma criança sensata, como Falstaff, o herói cómico de Shakespeare, mas sem os seus pavorosos defeitos o que, humoristicamente, era uma desvantagem para Solnado. É muito mais difícil ter graça quando os defeitos não estão à vista e as qualidades são tão evidentes. A ternura não tem piada. A generosidade também não. E, no entanto, Solnado era terno e generoso. Há várias comédias famosas sobre avarentos, misantropos e hipocondríacos, mas não muitas sobre o tipo de pessoa que se percebia que Solnado era. Conseguir ser humorista apesar daquelas virtudes é mais do que problemático: é quase uma falta de ética.
Philip Larkin escreveu que a coragem não isenta ninguém da sepultura: a morte não é diferente para os que a temem ou para os que a enfrentam. Certo. Mas a vida é. A vida é mais vida para quem se ri da morte do que para quem a teme. Raul Solnado viveu bem. E, por causa dele, todos vivemos melhor".
Este é apenas um excerto. O texto na íntegra está aqui.
2 comentários:
Você chegou a ver esse vídeo?
Chorei MUUUUITO quando assisti, por que minha infância e adolescência tiveram viva presença de ambos:
http://www.youtube.com/watch?v=iRvtUWGdYdQ
BJS!
Christina,
vi e adorei. Respondi ao seu comentário.
Bjs
Ana
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