Páginas

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Tempo de poesia / Poetry time





Tempo de poesia


Todo o tempo é de poesia.


Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.


Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia.


Todo o tempo é de poesia.


Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.


Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.


Todo o tempo é de poesia.


Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.


António Gedeão, Obra poética

Sem comentários:

Enviar um comentário