segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ando semi-viva!

Depois de ler isto concluo que sou uma espécie de morta-viva! Bolas! Tenho que fazer por mudar algumas coisas na minha vida mas não é tão fácil como parece, sobretudo quando a nossa vida não é só nossa. Há mais pessoas afectadas pelas minhas decisões. E se arriscar não for apenas um acto de coragem mas também de egoísmo? "Easier said than done!"


Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"

E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa
quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias
queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,

Recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.

Estejamos vivos, então!

 Pablo Neruda

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