Abstrair-se do mundo e ficar agarrado a uma boa narrativa já é, por
princípio, uma vantagem sem igual. Mas também há recompensas físicas
para quem lê, redução de stress incluída.
Quando foi a última vez que leu um livro? Não falamos de revistas ou de artigos disponibilizados nos habituais smartphones ou tablets,
mas sim de livros de capa dura e papel ou em formato digital, com um
princípio, meio e fim. A pergunta não vem por acaso, até porque a
ciência já veio mostrar que o hábito de leitura tem benefícios físicos e
psicológicos que o podem ajudar no seu dia-a-dia. Quer saber quais são?
Reduz o stress e ajuda a dormir melhor
Se calhar não é só de um banho quente ou de uns minutos de silêncio que precisa. Um estudo de
2009, conduzido pela Universidade de Sussex, nos EUA, mostrou que ler
era a forma mais eficaz de superar o stress — sim, mais eficaz do que
ouvir música, beber um chávena de chá ou dar um passeio. São as
estatísticas que o comprovam: segundo a pesquisa citada pelo Business Insider, apenas seis minutos de leitura ajudam a reduzir o stress até 68%. A mesma publicação conta que os livros podem, assim, ajudar a combater as insónias. Nada como experimentar, não é?
Melhora a memória
O ato de ler ao longo da vida pode ser uma das receitas para manter o cérebro em forma na terceira idade, diz o Huffington Post, que recorda um estudo publicado em
julho de 2013 no jornal Neurology. A pesquisa contou com a participação
de 294 pessoas que faleceram, em média, aos 89 anos — aqueles que se
envolveram em atividades capazes de estimular a mente (como ler), mais
cedo ou mais tarde na vida, tinham um declínio de memória mais lento do
que quem não tinha esses hábitos.
Mais, existem pesquisas que
relacionam a leitura com uma probabilidade mais reduzida de vir a sofrer
de Alzheimer. Desta vez, falamos de uma investigação divulgada
na Proceedings of the National Academy of Sciences, em 2001, que
defendeu que os adultos com passatempos que puxavam pelo cérebro — como
ler ou fazer puzzles — tinham menos probabilidade de vir a ter a doença.
No entanto, lembra o Huffington Post, os investigadores apenas
identificaram uma ligação e não uma relação de causa-efeito.
“O cérebro é um órgão como todos os outros presentes no corpo. Envelhece consoante o uso que fazemos dele”, disse, então, o autor principal do estudo, Robert P. Friedland. “Tal
como a atividade física fortalece o coração, músculos e ossos, a
atividade intelectual fortalece o cérebro contra a doença.”
Torna as pessoas mais empáticas
Ficar preso ou agarrado a uma história é bom sinal. Não só porque o
livro é do seu agrado, mas também porque a leitura do mesmo pode fazer
de si uma pessoa mais empática. Uma pesquisa partilhada
pelo jornal PLOS ONE mostrou, através de duas experiências distintas,
que a empatia das pessoas era influenciada pela leitura de histórias
ficionais (neste caso com o cunho literário de Arthur Conan Doyle e José
Saramago) ao fim de uma semana. Mas tal só acontecia quando os leitores
eram emocionalmente transportados para a narrativa em questão; a falta
de ligação emocional às obras deixava as pessoas menos empáticas. A
julgar pela investigação, tenha cuidado com o que escolhe ler.
Pode ajudar a aliviar a depressão
Antidepressivos? Não, livros de autoajuda. Pelo menos é isso o que sugere um estudo publicado no jornal PLOS ONE e citado pelo
Guardian. A investigação em causa veio mostrar que a leitura deste tipo
de livros — combinada com sessões de apoio de modo a saber como usá-los
–, estava associada a níveis mais baixos de depressão ao fim de um ano,
isto por comparação com pacientes que receberam a terapia habitual
(antidepressivos e acompanhamento psicológico).
Posto isto, está à espera de quê? Pegue num livro e perca-se na narrativa.
Fonte: Observador em 6 de Setembro de 2015
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