Partimos da memória do real para criar a ficção, imaginar o hipotético e projectar o futuro...
Num documentário sobre a memória humana que deu há pouco tempo no canal Sic Notícias (infelizmente não consegui saber qual era o título ou autor do documentário) descobri um facto verdadeiramente fascinante: as pessoas que não conseguem memorizar acontecimentos vividos, cujo passado insiste em permanecer em branco (pessoas que têm problemas em determinadas zonas e funções do cérebro) também não conseguem imaginar o seu próprio futuro.
As nossas projecções do futuro têm como referência o passado.
Também deve ser difícil a criação literária de um mundo ficcionado para quem não tem referentes reais. A capacidade de retenção do real, a memória, desempenha um papel fundamental.
«Julgo [...] que a criação literária se pode fazer a partir da realidade. E se eu sou um escritor que, por vezes, viaja até ao fantástico, até ao imaginário [...], faço-o sempre a partir de factos reais.»
Jorge Edwards [n. Santiago do Chile, 29 de Julho de 1931]
Autor do livro agora lançado pela Assírio e Alvim, O Inútil da Família.
2 comentários:
Ei! Obrigado pelo link. Assinei o feed. Quero acompanhar o que você escreve. Beijos do Ale.
Alessandro,
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Bjs
Ana
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