Pois é, nesta altura é difícil ver a luz ao fundo do túnel...é só túnel e mais túnel...e nós continuamos no escuro...
Palavras de Ricardo Araújo Pereira para a revista Visão:
"O limite da algibeira dos portugueses é como a linha do horizonte: por mais que nos aproximemos dele, nunca o atingimos. Passos Coelho e Vítor Gaspar descobriram que, tal como a terra, também a algibeira dos portugueses é redonda - e serão ambos apontados como pioneiros quando se fizer a história da astronomia dos bolsos.
Atrás de sacrifícios, sacrifícios vêm. E só os sacrifícios que fizemos no passado nos oferecem agora a possibilidade de estar na posição privilegiada de poder fazer novos sacrifícios. Pouco a pouco, o Governo começa a fazer cortes significativos na despesa: ainda agora cortou 100 milhões de euros na despesa dos grandes empresários. E o trabalho está muito mais barato - excepto para o trabalhador, que tem de pagar um pouco mais para trabalhar. Mas são as leis do mercado: quando um bem escasseia, o seu valor aumenta. Como há poucos empregos, os que existem são caros. E estaremos perto do momento de viragem, em que o Governo deixará de pedir aos portugueses e passará a oferecer-lhes. É por volta da altura em que se atinge este volume de impostos que se costuma oferecer ao trabalhador dois presentes: umas grilhetas e um chicote".
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