Olivier Rolin, escritor francês de 62 anos fala de literatura, língua, a verdadeira recompensa de um escritor e tradução:
“Se não existisse a literatura, esqueceríamos a cada geração o que se passou. Graças à literatura, podemos ser um homem ou uma mulher do século XX, ou do século XIX, eu posso ser Madame Bovary, Anna Karenina, Dom Quixote… – posso ter mil vidas. Se não fosse a literatura, apenas teria a minha pequena vida. É claro que também há o cinema, também há as outras artes, mas aquela que permite multiplicar a vida assim é a literatura".
“A literatura é o que mantém o conhecimento e o amor pela língua, e sabemos muito bem que agora as línguas estão cada vez mais esquecidas, são cada vez mais simplificadas, as pessoas utilizam um vocabulário cada vez mais reduzido. Ora, é com a língua que pensamos, que reflectimos. Se temos muitas palavras e formas linguísticas e utilizarmos apenas algumas centenas ou milhares de palavras e de formulações muito simples, teremos também um pensamento muito simplista. A literatura é também aquilo que, no fundo, nos permite, através da língua, pensar. Tem uma importância enorme, mesmo que não sirva para nada. Serve para pensar, simplesmente."
“Se um grande pintor ou um outro grande escritor me dissessem que tinham achado o meu livro magnífico, creio que seria uma grande recompensa. Creio que o que mais honra um escritor é isso: era se, por exemplo, António Lobo Antunes me dissesse que gosta dos meus livros”.
"A tradução, o facto de o livro existir noutra língua e para outros públicos, que não são iguais, têm outro imaginário, fazem parte de outro mundo, para mim é muito importante. Prefiro ser traduzido em cinco, seis, dez línguas, ser bem traduzido, e ser lido nessas línguas, do que ser muito, muito lido em França. Se puder escolher entre as duas coisas, prefiro esta, esse prolongamento da vida do livro que dá o facto de ser traduzido para inglês, português, espanhol…"
Fonte: Destak
Sem comentários:
Enviar um comentário