domingo, 17 de janeiro de 2010

"Bué da fixe" ou "extremamente aprazível"?

"Aquele gajo" ou " o prezado senhor"..."és bué boa" ou "a menina é extremamente agradável"...hihi...

Trancrevo aqui uma notícia do Diário de Notícias de 17 de Janeiro 2010, "A linguagem dos jovens é 'fixe' mas 'bué' limitada", porque este é um tema que sempre me interessou:


'Fixe', 'curtir' e 'ya' são algumas das palavras mais usadas pelos adolescentes,  que usam menos vocabulário do que os adultos. Os especialistas não estão preocupados.
Nas conversas do dia-a-dia utilizamos cerca de 2200 palavras diferentes. Mas entre os jovens as mais populares são: bué, fixe, curtir e ya. O uso de palavras como estas, mais simples e abreviadas, alarmou os ingleses, que estão a preparar uma campanha nacional chamando a atenção para os riscos daquilo que consideram ser uma redução do vocabulário. Os especialistas portugueses não estão preocupados.
A linguagem dos jovens espelha apenas um sinal dos tempos. É diferente da dos adultos, mas isso não significa que seja mais limitada, garante o professor de sociologia da comunicação Gustavo Cardoso.
"A variação e mudança linguísticas são naturais porque decorrem do uso da língua", defende a professora de Linguística Maria Clotilde Almeida, lembrando que ela reflecte as várias culturas e raças do País. Também Gustavo Cardoso sublinha que "todas as épocas têm um calão" e que "a língua é um organismo vivo, em permanente mutação".
É certo que os jovens usam um número menor de palavras. Isto porque "a aquisição da língua materna é um processo que vai sendo enriquecido ao longo da vida", reconhece o linguista Malaca Casteleiro. Por outro lado, é "normal que na comunicação do dia-a--dia se usem muito menos palavras", diz o especialista.
No entanto, tanto para Maria Clotide Almeida como para Gustavo Cardoso o que define a comunicação é o contexto e é aqui que a linguagem usada pelos jovens se afasta daquela usada pelos adultos.

"Muitas vezes os mais novos não sabem destrinçar o destinatário e falam da mesma maneira para o professor e para os colegas", reconhece o professor de sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
Os jovens usam "muitas vezes de formas truncadas, leia-se reduzidas em extensão (prof, 'bora), sendo que algumas delas não são exclusivas dos jovens, mas próprias do português falado", acrescenta Maria Clotide Almeida.
As novas tecnologias têm uma grande influência na linguagem dos mais novos. "Hoje usam-se muitos neologismos importados da Internet, como printar, teclar ou clicar", aponta Malaca Casteleiro.
Gustavo Cardoso considera que os novos meios de comunicação trouxeram palavras diferentes para o léxico juvenil e que isso não significa que eles usem menos palavras. "Naturalmente, as novas tecnologias também influenciam cada vez mais a produção de palavras de extensão cada vez mais reduzida", concorda Maria Clotide Almeida.
Na avaliação que fizeram às palavras dos jovens ingleses, os investigadores alertam para o facto de que os jovens podem não conseguir arranjar emprego devido às limitações de comunicação. Menos dramático, Gustavo Cardoso lembra que estes jovens vão trabalhar com pessoas da mesma geração que "falam e usam as mesmas ferramentas de linguagem".
Uma coisa parece certa, a melhor forma de enriquecer o vocabulário é através da leitura, diz Malaca Casteleiro. Só assim uma pessoa com uma cultura média pode dominar mais de 25 mil palavras para comunicar no dia-a-dia e pode conhecer o significado de 50 a 60 mil palavras, adianta o linguista.


Notícia retirada daqui.


Eu considero que o calão dá mais colorido à língua mas é preciso saber colocá-lo no devido contexto. Há sítios, alturas e pessoas propícios ao uso de uma linguagem "mais colorida" assim como há ocasiões em que esta é totalmente despropositada. Os jovens têm de distinguir ONDE, QUANDO e COM QUEM podem usar o calão para dar mais vivacidade e expressão ao discurso e fomentar o que lhes é tão caro, a cultura de grupo. Mas é importantíssimo a aquisição de vocabulário, a leitura frequente e variada, para adquirirem uma bagagem linguística que lhes permita usarem apropriadamente e com verdadeiro estilo :) os vários registos de linguagem. 

Obrigada pela sua visita...tás a morder? :)

O Twitter, o Facebook e o Humor nas palavras de Markl...Nuno Markl. :)

"O Twitter ou o Facebook podem ser um tubo de ensaio de humor e muitos humoristas estão a usá-lo dessa maneira. Por exemplo, entrei aqui no Tivoli, não é um sítio onde venha muitas vezes, e senti-me impelido a mandar uma mensagem para o Twitter e para o Facebook, dizendo “Estou no Hotel Tivoli prestes a dar uma entrevista ao Briefing e constato que não trouxe roupa que condiga com a mobília e com o cenário que me rodeia”. Este é um pequeno desconforto que, eventualmente, poderá dar azo a qualquer coisa mais extensa. O Twitter e o Facebook permitem criar comédia com um poder de síntese tremendo e o poder de síntese é muito amigo da comédia. Permite-nos ir ao sítio onde queremos e não ter a palha que por vezes num blogue somos tentados a pôr. Nesse sentido, as redes sociais são um prolongamento da experiência de humor. As pessoas que gostam daquilo que eu faço sabem que me podem ouvir na rádio e, eventualmente, durante o resto do dia poderão encontrar pequenos grãos do desconforto e do caos em que, por vezes, a minha vida cai, se forem ao meu Twitter ou ao meu Facebook".




Excerto de uma entrevista que este humorista deu à revista Briefing. Como cheguei à entrevista? Através do Facebook, obviamente! :) 


Pode ler mais aqui.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O que levarias na bagagem se fosses passar uma temporada à Lua?
















Ilustração de Adam Palmer.

ON, ON, ON...never OFF life, ok?!



Esta não é uma resolução relevante para o novo ano: eu continuo on-line e on-life! :)  

Não são modos de vida incompatíveis. Nem a internet é uma fuga ou uma alternativa  viável à vida real! Trata-se de uma ferramenta espectacular de trabalho e simultaneamente de lazer (se bem que eu tenho tanta sorte em gostar do que faço que, por vezes, as duas vertentes se misturam e confundem).

Vemo-nos por aí, on...

Evaporação literária ou simplesmente um livro esquecido sobre a cama?




A cama vazia. Não, eu estou lá! É este o livro que leio agora! Às vezes isto acontece-me, dissolvo-me na leitura, entro pelo livro adentro, entrelaço-me na história e o enredo em mim, até que algum dos meus sentidos me puxa para a realidade, contrariada ou contente. Ah, depois volto. A dissolução é recorrente... :)


A pintura é de Denis Ichitovkin.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A expressão sexual, "Sexpressions", de Clara Pinto Correia

Entrou-me no quarto qualquer coisa que veio com o vento. Não consigo vê-la bem, e, curiosamente, não tenho medo nenhum. É uma coisa poderosa e tem que ser boa, porque a Bolota não rosnou nem arrepelou o pêlo. Limitou-se a saltar imediatamente para o chão, como que a dar-lhe o seu lugar ao meu lado. O que quer que seja, já tocou na minha pele de uma forma muito doce. Aqueceu-me logo nesta noite fria. Está a enroscar-se ao meu lado sem qualquer cerimónia. Só pode ser um animal. Um animal muito quente. (...) Esta criatura fala. E isto é linguagem articulada. Mas é só quando me abraça toda com infinita doçura - pernas, braços, mãos, cabelos, pescoço, queixo - que me dou plenamente conta do meu erro. Este animal é um homem. Foi um homem que voou pela minha janela, no sopro dos zéfiros nocturnos.
(...)

Não. Bastou um sopro, um passe de capa do vento, e o arcanjo já se foi embora. O Mal que aguente a sua investida, porque na minha cama a parada subiu de tom. Não sei quem me possui desta maneira. Nem sequer sabia que era possível voar tão alto à superfície da Terra. Volto a fechar os olhos, volto a deixar-me levar, sinto o suor deslizar pelos nossos corpos colados, oiço a respiração dele cada vez mais fremente nas narinas, e tudo no seu abraço enorme continua a dizer-me que não tenha medo. Quando abro os olhos, só me ocorre uma palavra - Bucéfalo.
Há qualquer coisa de inominavelmente grandioso em ser-se a mulher do garanhão negro que acompanhou Alexandre o Grande em todas as suas batalhas. E mais ainda em atingir o clímax com ele, num berro sem fim que sacode a montanha e cala o mar.
(...)

Levantei-me devagarinho, com a brisa doce e cheia de flores da manhã a brincar suavemente na trepadeira, para ir abrir a porta à Bolota. Sentia-me a cintilar por dentro. A criatura mitológica continuava ali em plena luz do dia.
Olha, querida, trazes-me um café lá de baixo? Se faz favor?
Que é isto?
Virei-me como se tivesse sido mordida por um bicho, com o coração a bater na garganta. Aquilo era um homem. Tinha-se sentado no meio das almofadas com o cabelo todo desgrenhado, e estava a acabar de acender um cigarro com um sorriso rasgado completamente canalha.                 Mas afinal tu falas?
Só quando vale a pena.
E tens por hábito entrar assim a voar, sem mais nem menos, a meio da noite, pela janela das pessoas?
Assim sem mais nem menos? Era o que faltava. Foi só mesmo porque quis ficar contigo.
Mas, prodígio. Eu tenho cinquenta anos. Quer-me parecer que já há muito tempo que não acredito em milagres, topas.
Eh pá, por pavor, tu poupa-me a conversa mole, fedelha. Eu tenho a idade da Terra, e estou farto de não passar de um mero prodígio, e não vejo por que é que, entre nós os dois, não há-de acontecer mesmo um milagre. Sinceramente. Ando há milénios para aí a fazer nascer Grandes Imperadores, Grandes Guerreiros, Grandes Navegadores, Grandes Artistas, Grandes Cientistas...
Livra. Só és capaz de engendrar homens?Também fui o pai da Joana d'Arc.
Uma maluca mascarada de homem?
Ouve lá. As mães tiveram todo o prazer, os filhos tiveram todas as dores de cabeça e todas as facadas no Senado, portanto acho que o jogo é mais que justo para o teu lado, ou sou eu que estou a delirar? E digo-te, o que eu realmente aprendi foi que, em todos os tempos, em todos os sítios, da mãe do Aristóteles à mãe do Obama, toda a gente acredita em milagres, ouviste, e isto digo-te eu, que já vi tudo, em toda a parte. Qual é o nosso milagre? Tu libertas-me da Eternidade, eu liberto-te da solidão... Gaita que és mesmo boa, mulher. Anda cá que eu faço-te já um filho daqueles normais.
Normais? Numa mulher em menopausa? A Bíblia está cheia delas.
Ao menos diz-me o teu nome, palerma.
E o café que eu já pedi há mais de três quinze dias, gaja? Não digo mais nada sem me trazeres o meu café.
Boa. Agora convenceste-me. És mesmo um homem. Vou buscar o café sem mais demora, chefe. E vais ficar por aqui quanto tempo, já agora, só para eu depois ir à mercearia comprar aquelas porcarias todas de que os homens gostam?
Ele espreguiçou-se todo de puro conforto, com o tal sorriso velhaco a ficar cada vez mais doce.
O resto da vida, estrela-do-mar.



Excertos do texto de Clara Pinto Correia que acompanha fotografias íntimas da escritora, da autoria do fotógrafo Pedro Palma, agora em exposição no Centro Cultural de Cascais, até ao dia 7 de Fevereiro.
Pode ler o texto na íntegra aqui
Literariamente apimentado q.b..




sábado, 2 de janeiro de 2010

Ou te informatizas ou vais de patins!!!

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Este vídeo contem estatísticas relativas a 2009 sobre as novas tecnologias, previsões computacionais para o nosso futuro, e a realidade americana nos PCs, das TVs e dos Telemóveis. Extremamente interessante!!! 


Definitivamente, à velocidade a que estamos a evoluir em termos tecnológicos e no modo como assimilamos essas inovações no nosso quotidiano, quer a nível pessoal quer profissional, precisamos actualizar-nos permanentemente (um upgrade constante!) ou ficaremos a olhar o futuro pelo espelho retrovisor!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Bicho Avaliação no Reino da Terra do Faz-de-Conta

Era uma vez um professor bibliotecário muito talentoso chamado Sílvio Maltez que criou um livro mágico sobre o bicho Avaliação que ameaçava o reino encantado das Bibliotecas Escolares. Giríssimo!!! Vale a pena folhear!



Podem saber mais sobre este modelo de avaliação das bibliotecas escolares aqui.

Fonte: Bibliotequices

Vinicius sabe!!!


"Quem já passou por essa vida e não viveu..
pode ser mais mas sabe menos do que eu..
porque a vida só se dá pra quem se deu..
pra quem amou.. pra quem chorou.. pra quem sofreu..."


Vinicius de Moraes

domingo, 27 de dezembro de 2009

Ferramentas Web para totós

Um texto que vale a pena dissecar, pela quantidade de links/dicas que apresenta:

100 Powerful Web Tools to Organize Your Thoughts and Ideas


(a fórmula "para totós" num título parece ser garantia de "best-seller", pela quantidade de livros que por aí abundam destinados a esta larguíssima camada da população, na qual eu me insiro...afinal, quem é que não é totó em algum assunto?) 

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