domingo, 31 de janeiro de 2010

Um Amor, um poema de Nuno Júdice


Um Amor

Aproximei-me de ti; e tu, pegando-me na mão, 
puxaste-me para os teus olhos 
transparentes como o fundo do mar para os afogados. Depois, na rua, 
ainda apanhámos o crepúsculo. 
As luzes acendiam-se nos autocarros; um ar 
diferente inundava a cidade. Sentei-me 
nos degraus do cais, em silêncio. 
Lembro-me do som dos teus passos, 
uma respiração apressada, ou um princípio de lágrimas, 
e a tua figura luminosa atravessando a praça 
até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo, isto é, 
o tempo suficiente para me aperceber de que, sem estares ali, 
continuavas ao meu lado. E ainda hoje me acompanha 
essa doente sensação que 
me deixaste como amada 
recordação. 
Nuno Júdice, in "A Partilha dos Mitos" 

Boas leitoras, quero dizer... leituras! :)

Este post deve ser do agrado do público masculino. :)

Eu, por mim, gosto das cores. :)))

(cliquem para aumentar as imagens)

Pinturas de Eric Wallis.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ando viciada no Farmville!!!



Posso cultivar as minhas flores sem sujar as mãos nem ficar com dores nas costas...nunca cavar foi tão fácil! :)))


Para quem anda noutro planeta e ainda não conhece, é um jogo disponível no Facebook. Se não sabe o que é o Facebook, então é de outra galáxia e nem sequer falamos a mesma língua! :)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Na compra de 3 cuecas, oferecemos um livro.






"Na compra de 3 cuecas, oferecemos um livro". Não sei porque é que o nosso Plano Nacional de Leitura ainda não se lembrou disto!!! 


Isto vai impulsionar, e de que maneira, a leitura. E se as cuequinhas forem de algodão de qualidade e os elásticos não forem demasiado apertados, a leitura será decerto confortável. 


Fonte: Bruaá

Caçador de ratos de biblioteca



Plágio descarado do post da BiblioFotoTeca, a quem apresento as minhas desculpas e agradecimentos. Recomendo aos bibliófilos que por aí andam. 


Contudo, este gato não me resolve os problemas porque, por aqui, quem come livros é o cão...:) E este felino doméstico parece ser da família do Garfield, muita sorna e pouca acção. Nada de grandes correrias que o soninho quer-se tranquilo. :)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

As bibliotecas no tempo do cinema mudo :)

Vídeo divertidíssimo com larápias de biblioteca que parecem duas metralhas (lembram-se, dos livros do Tio Patinhas, dos três manos sempre vestidos às riscas?), polícias de biblioteca, um volume de "Guerra e Paz" que impõe respeito e um final feliz. 


Moral da história: As bibliotecas mudam a vida das pessoas para melhor. :)


domingo, 17 de janeiro de 2010

"Bué da fixe" ou "extremamente aprazível"?

"Aquele gajo" ou " o prezado senhor"..."és bué boa" ou "a menina é extremamente agradável"...hihi...

Trancrevo aqui uma notícia do Diário de Notícias de 17 de Janeiro 2010, "A linguagem dos jovens é 'fixe' mas 'bué' limitada", porque este é um tema que sempre me interessou:


'Fixe', 'curtir' e 'ya' são algumas das palavras mais usadas pelos adolescentes,  que usam menos vocabulário do que os adultos. Os especialistas não estão preocupados.
Nas conversas do dia-a-dia utilizamos cerca de 2200 palavras diferentes. Mas entre os jovens as mais populares são: bué, fixe, curtir e ya. O uso de palavras como estas, mais simples e abreviadas, alarmou os ingleses, que estão a preparar uma campanha nacional chamando a atenção para os riscos daquilo que consideram ser uma redução do vocabulário. Os especialistas portugueses não estão preocupados.
A linguagem dos jovens espelha apenas um sinal dos tempos. É diferente da dos adultos, mas isso não significa que seja mais limitada, garante o professor de sociologia da comunicação Gustavo Cardoso.
"A variação e mudança linguísticas são naturais porque decorrem do uso da língua", defende a professora de Linguística Maria Clotilde Almeida, lembrando que ela reflecte as várias culturas e raças do País. Também Gustavo Cardoso sublinha que "todas as épocas têm um calão" e que "a língua é um organismo vivo, em permanente mutação".
É certo que os jovens usam um número menor de palavras. Isto porque "a aquisição da língua materna é um processo que vai sendo enriquecido ao longo da vida", reconhece o linguista Malaca Casteleiro. Por outro lado, é "normal que na comunicação do dia-a--dia se usem muito menos palavras", diz o especialista.
No entanto, tanto para Maria Clotide Almeida como para Gustavo Cardoso o que define a comunicação é o contexto e é aqui que a linguagem usada pelos jovens se afasta daquela usada pelos adultos.

"Muitas vezes os mais novos não sabem destrinçar o destinatário e falam da mesma maneira para o professor e para os colegas", reconhece o professor de sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
Os jovens usam "muitas vezes de formas truncadas, leia-se reduzidas em extensão (prof, 'bora), sendo que algumas delas não são exclusivas dos jovens, mas próprias do português falado", acrescenta Maria Clotide Almeida.
As novas tecnologias têm uma grande influência na linguagem dos mais novos. "Hoje usam-se muitos neologismos importados da Internet, como printar, teclar ou clicar", aponta Malaca Casteleiro.
Gustavo Cardoso considera que os novos meios de comunicação trouxeram palavras diferentes para o léxico juvenil e que isso não significa que eles usem menos palavras. "Naturalmente, as novas tecnologias também influenciam cada vez mais a produção de palavras de extensão cada vez mais reduzida", concorda Maria Clotide Almeida.
Na avaliação que fizeram às palavras dos jovens ingleses, os investigadores alertam para o facto de que os jovens podem não conseguir arranjar emprego devido às limitações de comunicação. Menos dramático, Gustavo Cardoso lembra que estes jovens vão trabalhar com pessoas da mesma geração que "falam e usam as mesmas ferramentas de linguagem".
Uma coisa parece certa, a melhor forma de enriquecer o vocabulário é através da leitura, diz Malaca Casteleiro. Só assim uma pessoa com uma cultura média pode dominar mais de 25 mil palavras para comunicar no dia-a-dia e pode conhecer o significado de 50 a 60 mil palavras, adianta o linguista.


Notícia retirada daqui.


Eu considero que o calão dá mais colorido à língua mas é preciso saber colocá-lo no devido contexto. Há sítios, alturas e pessoas propícios ao uso de uma linguagem "mais colorida" assim como há ocasiões em que esta é totalmente despropositada. Os jovens têm de distinguir ONDE, QUANDO e COM QUEM podem usar o calão para dar mais vivacidade e expressão ao discurso e fomentar o que lhes é tão caro, a cultura de grupo. Mas é importantíssimo a aquisição de vocabulário, a leitura frequente e variada, para adquirirem uma bagagem linguística que lhes permita usarem apropriadamente e com verdadeiro estilo :) os vários registos de linguagem. 

Obrigada pela sua visita...tás a morder? :)

O Twitter, o Facebook e o Humor nas palavras de Markl...Nuno Markl. :)

"O Twitter ou o Facebook podem ser um tubo de ensaio de humor e muitos humoristas estão a usá-lo dessa maneira. Por exemplo, entrei aqui no Tivoli, não é um sítio onde venha muitas vezes, e senti-me impelido a mandar uma mensagem para o Twitter e para o Facebook, dizendo “Estou no Hotel Tivoli prestes a dar uma entrevista ao Briefing e constato que não trouxe roupa que condiga com a mobília e com o cenário que me rodeia”. Este é um pequeno desconforto que, eventualmente, poderá dar azo a qualquer coisa mais extensa. O Twitter e o Facebook permitem criar comédia com um poder de síntese tremendo e o poder de síntese é muito amigo da comédia. Permite-nos ir ao sítio onde queremos e não ter a palha que por vezes num blogue somos tentados a pôr. Nesse sentido, as redes sociais são um prolongamento da experiência de humor. As pessoas que gostam daquilo que eu faço sabem que me podem ouvir na rádio e, eventualmente, durante o resto do dia poderão encontrar pequenos grãos do desconforto e do caos em que, por vezes, a minha vida cai, se forem ao meu Twitter ou ao meu Facebook".




Excerto de uma entrevista que este humorista deu à revista Briefing. Como cheguei à entrevista? Através do Facebook, obviamente! :) 


Pode ler mais aqui.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O que levarias na bagagem se fosses passar uma temporada à Lua?
















Ilustração de Adam Palmer.

ON, ON, ON...never OFF life, ok?!



Esta não é uma resolução relevante para o novo ano: eu continuo on-line e on-life! :)  

Não são modos de vida incompatíveis. Nem a internet é uma fuga ou uma alternativa  viável à vida real! Trata-se de uma ferramenta espectacular de trabalho e simultaneamente de lazer (se bem que eu tenho tanta sorte em gostar do que faço que, por vezes, as duas vertentes se misturam e confundem).

Vemo-nos por aí, on...

Evaporação literária ou simplesmente um livro esquecido sobre a cama?




A cama vazia. Não, eu estou lá! É este o livro que leio agora! Às vezes isto acontece-me, dissolvo-me na leitura, entro pelo livro adentro, entrelaço-me na história e o enredo em mim, até que algum dos meus sentidos me puxa para a realidade, contrariada ou contente. Ah, depois volto. A dissolução é recorrente... :)


A pintura é de Denis Ichitovkin.

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