sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Crepúsculo, Lua Vermelha e outros vampiros: apetecíveis ou tótós? Sobretudo rentáveis.



Os vampiros de hoje são mais complicados, pensam demais, têm dilemas morais...uma chatice...antes fincavam o dente e pronto!!!

Acerca da Saga Crepúsculo, composta por quatro bestsellers de Stephenie Meyer, fala-se da pornografia da abstinência...eu falaria antes do erotismo da contenção...que não é de todo desagradável.

O que é certo é que a moda pegou. Há amantes de cabidela por todo o lado como bem o diz Ricardo Araújo Pereira, na sua crónica desta semana para a Visão:


Ao que parece, alguém se enganou com o seu ar sisudo e lhes franqueou as portas à chegada: os vampiros estão em todo o lado. Na literatura, no cinema, na televisão, aparecem vampiros a toda a hora. Saiu uma antologia portuguesa de contos com vampiros, há filmes e livros estrangeiros cheios de vampiros, e quase todos os programas de televisão incluem um vampiro: nas telenovelas, lá está um vampiro; nas séries juvenis, lá está um vampiro; nas conferências de imprensa do ministro das Finanças, lá está um vampiro.
Por que razão abandonaram os vampiros a Transilvânia e vieram povoar o resto do mundo? Por uma razão artística muito forte: porque vendem. Aparentemente, o público do início do século XXI tem um interesse sem precedentes pelos vampiros - o que, diga-se, não é fácil de perceber. Os vampiros são um monstro que não inspira particular terror. São, no fundo, um monstro totó. Gostam de sangue, mas isso também os apreciadores de cabidela, e eu não tenho medo deles. Não podem apanhar sol, como as crianças que têm a pele leitosa. Têm medo de alhos, que é das fobias mais maricas que uma pessoa pode ter. E morrem se lhes espetarem uma estaca de madeira no coração. Olha que idiossincrasia tão gira. Ao contrário do que acontece com o resto de nós, os vampiros não duram muito se lhes empalarem o coração. De resto, é um facto que desejam morder-nos o pescoço, o que não deve ser agradável. Mas, se o conseguirem, transformam-nos em vampiros imortais. Que transtorno tão grande. Um monstro que, se não tivermos cuidado, nos dá a vida eterna. Há religiões que, a troco de muito dinheiro, não oferecem metade. Por mim, não me importo de ficar com os caninos um pouco maiores se é esse o preço a pagar para viver para sempre. Nem precisam de me prometer a eternidade: perante a perspectiva da morte, até aceito ficar com a dentição da Teresa Guilherme se me derem mais duas semanas de vida.
O mais surpreendente nestes vampiros modernos é o modo como a adaptação aos tempos actuais os tornou ainda menos assustadores. Apaixonam-se com muita facilidade por raparigas humanas, o que lhes agrava as olheiras. Desenvolveram uma ética que não lhes permite fincar o dente em qualquer pescoço para saciar a fome. São monstros certinhos, que querem comportar-se como deve ser para terem uma vida social igual à das outras pessoas. São uma espécie de diabético que, em vez de tomar a injecção de insulina de vez em quando, toma um sucedâneo de sangue. Não são monstros, são pessoas doentes que querem fazer uma vida normal. É aborrecido. Os vampiros da minha infância andariam por aí a morder pescoços indiscriminadamente. A estes, só lhes falta que a ASAE apareça a proibi-los de sugar artérias em restaurantes. Bananas.
Mais uma vez hilariante! 



"Eles comem tudo, desde que não tenha alho", publicado no site da Visão em 4 de Fevereiro de 2010.





domingo, 31 de janeiro de 2010

Biblioteca: nem todos estão lá para ler.


Fonte: O bibliotecário anarquista

Um Amor, um poema de Nuno Júdice


Um Amor

Aproximei-me de ti; e tu, pegando-me na mão, 
puxaste-me para os teus olhos 
transparentes como o fundo do mar para os afogados. Depois, na rua, 
ainda apanhámos o crepúsculo. 
As luzes acendiam-se nos autocarros; um ar 
diferente inundava a cidade. Sentei-me 
nos degraus do cais, em silêncio. 
Lembro-me do som dos teus passos, 
uma respiração apressada, ou um princípio de lágrimas, 
e a tua figura luminosa atravessando a praça 
até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo, isto é, 
o tempo suficiente para me aperceber de que, sem estares ali, 
continuavas ao meu lado. E ainda hoje me acompanha 
essa doente sensação que 
me deixaste como amada 
recordação. 
Nuno Júdice, in "A Partilha dos Mitos" 

Boas leitoras, quero dizer... leituras! :)

Este post deve ser do agrado do público masculino. :)

Eu, por mim, gosto das cores. :)))

(cliquem para aumentar as imagens)

Pinturas de Eric Wallis.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ando viciada no Farmville!!!



Posso cultivar as minhas flores sem sujar as mãos nem ficar com dores nas costas...nunca cavar foi tão fácil! :)))


Para quem anda noutro planeta e ainda não conhece, é um jogo disponível no Facebook. Se não sabe o que é o Facebook, então é de outra galáxia e nem sequer falamos a mesma língua! :)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Na compra de 3 cuecas, oferecemos um livro.






"Na compra de 3 cuecas, oferecemos um livro". Não sei porque é que o nosso Plano Nacional de Leitura ainda não se lembrou disto!!! 


Isto vai impulsionar, e de que maneira, a leitura. E se as cuequinhas forem de algodão de qualidade e os elásticos não forem demasiado apertados, a leitura será decerto confortável. 


Fonte: Bruaá

Caçador de ratos de biblioteca



Plágio descarado do post da BiblioFotoTeca, a quem apresento as minhas desculpas e agradecimentos. Recomendo aos bibliófilos que por aí andam. 


Contudo, este gato não me resolve os problemas porque, por aqui, quem come livros é o cão...:) E este felino doméstico parece ser da família do Garfield, muita sorna e pouca acção. Nada de grandes correrias que o soninho quer-se tranquilo. :)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

As bibliotecas no tempo do cinema mudo :)

Vídeo divertidíssimo com larápias de biblioteca que parecem duas metralhas (lembram-se, dos livros do Tio Patinhas, dos três manos sempre vestidos às riscas?), polícias de biblioteca, um volume de "Guerra e Paz" que impõe respeito e um final feliz. 


Moral da história: As bibliotecas mudam a vida das pessoas para melhor. :)


domingo, 17 de janeiro de 2010

"Bué da fixe" ou "extremamente aprazível"?

"Aquele gajo" ou " o prezado senhor"..."és bué boa" ou "a menina é extremamente agradável"...hihi...

Trancrevo aqui uma notícia do Diário de Notícias de 17 de Janeiro 2010, "A linguagem dos jovens é 'fixe' mas 'bué' limitada", porque este é um tema que sempre me interessou:


'Fixe', 'curtir' e 'ya' são algumas das palavras mais usadas pelos adolescentes,  que usam menos vocabulário do que os adultos. Os especialistas não estão preocupados.
Nas conversas do dia-a-dia utilizamos cerca de 2200 palavras diferentes. Mas entre os jovens as mais populares são: bué, fixe, curtir e ya. O uso de palavras como estas, mais simples e abreviadas, alarmou os ingleses, que estão a preparar uma campanha nacional chamando a atenção para os riscos daquilo que consideram ser uma redução do vocabulário. Os especialistas portugueses não estão preocupados.
A linguagem dos jovens espelha apenas um sinal dos tempos. É diferente da dos adultos, mas isso não significa que seja mais limitada, garante o professor de sociologia da comunicação Gustavo Cardoso.
"A variação e mudança linguísticas são naturais porque decorrem do uso da língua", defende a professora de Linguística Maria Clotilde Almeida, lembrando que ela reflecte as várias culturas e raças do País. Também Gustavo Cardoso sublinha que "todas as épocas têm um calão" e que "a língua é um organismo vivo, em permanente mutação".
É certo que os jovens usam um número menor de palavras. Isto porque "a aquisição da língua materna é um processo que vai sendo enriquecido ao longo da vida", reconhece o linguista Malaca Casteleiro. Por outro lado, é "normal que na comunicação do dia-a--dia se usem muito menos palavras", diz o especialista.
No entanto, tanto para Maria Clotide Almeida como para Gustavo Cardoso o que define a comunicação é o contexto e é aqui que a linguagem usada pelos jovens se afasta daquela usada pelos adultos.

"Muitas vezes os mais novos não sabem destrinçar o destinatário e falam da mesma maneira para o professor e para os colegas", reconhece o professor de sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
Os jovens usam "muitas vezes de formas truncadas, leia-se reduzidas em extensão (prof, 'bora), sendo que algumas delas não são exclusivas dos jovens, mas próprias do português falado", acrescenta Maria Clotide Almeida.
As novas tecnologias têm uma grande influência na linguagem dos mais novos. "Hoje usam-se muitos neologismos importados da Internet, como printar, teclar ou clicar", aponta Malaca Casteleiro.
Gustavo Cardoso considera que os novos meios de comunicação trouxeram palavras diferentes para o léxico juvenil e que isso não significa que eles usem menos palavras. "Naturalmente, as novas tecnologias também influenciam cada vez mais a produção de palavras de extensão cada vez mais reduzida", concorda Maria Clotide Almeida.
Na avaliação que fizeram às palavras dos jovens ingleses, os investigadores alertam para o facto de que os jovens podem não conseguir arranjar emprego devido às limitações de comunicação. Menos dramático, Gustavo Cardoso lembra que estes jovens vão trabalhar com pessoas da mesma geração que "falam e usam as mesmas ferramentas de linguagem".
Uma coisa parece certa, a melhor forma de enriquecer o vocabulário é através da leitura, diz Malaca Casteleiro. Só assim uma pessoa com uma cultura média pode dominar mais de 25 mil palavras para comunicar no dia-a-dia e pode conhecer o significado de 50 a 60 mil palavras, adianta o linguista.


Notícia retirada daqui.


Eu considero que o calão dá mais colorido à língua mas é preciso saber colocá-lo no devido contexto. Há sítios, alturas e pessoas propícios ao uso de uma linguagem "mais colorida" assim como há ocasiões em que esta é totalmente despropositada. Os jovens têm de distinguir ONDE, QUANDO e COM QUEM podem usar o calão para dar mais vivacidade e expressão ao discurso e fomentar o que lhes é tão caro, a cultura de grupo. Mas é importantíssimo a aquisição de vocabulário, a leitura frequente e variada, para adquirirem uma bagagem linguística que lhes permita usarem apropriadamente e com verdadeiro estilo :) os vários registos de linguagem. 

Obrigada pela sua visita...tás a morder? :)

O Twitter, o Facebook e o Humor nas palavras de Markl...Nuno Markl. :)

"O Twitter ou o Facebook podem ser um tubo de ensaio de humor e muitos humoristas estão a usá-lo dessa maneira. Por exemplo, entrei aqui no Tivoli, não é um sítio onde venha muitas vezes, e senti-me impelido a mandar uma mensagem para o Twitter e para o Facebook, dizendo “Estou no Hotel Tivoli prestes a dar uma entrevista ao Briefing e constato que não trouxe roupa que condiga com a mobília e com o cenário que me rodeia”. Este é um pequeno desconforto que, eventualmente, poderá dar azo a qualquer coisa mais extensa. O Twitter e o Facebook permitem criar comédia com um poder de síntese tremendo e o poder de síntese é muito amigo da comédia. Permite-nos ir ao sítio onde queremos e não ter a palha que por vezes num blogue somos tentados a pôr. Nesse sentido, as redes sociais são um prolongamento da experiência de humor. As pessoas que gostam daquilo que eu faço sabem que me podem ouvir na rádio e, eventualmente, durante o resto do dia poderão encontrar pequenos grãos do desconforto e do caos em que, por vezes, a minha vida cai, se forem ao meu Twitter ou ao meu Facebook".




Excerto de uma entrevista que este humorista deu à revista Briefing. Como cheguei à entrevista? Através do Facebook, obviamente! :) 


Pode ler mais aqui.

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin