sábado, 24 de abril de 2010

Estatísticas sobre a vida sexual dos bibliotecários (1992): grandes malandros! :)))

"Will Manley is a retired librarian. In 1992, while working for the Wilson Library Bulletin, he sent a survey to subscribers about sex. 5,000 librarians responded, but the prudish Library Bulletin wouldn't publish the results. They've finally been released!
 
The Wilson Library Bulletin ("a professional journal published for librarians from 1914-1995") published the initial survey, but then fired Manley and refused to publish the results. Thanks to the increasing democratization of publishing technology, Manley was able to publish the results on his blog last week. This is a big day for anyone who has a sexy librarian fetish. (And, honestly, who doesn't?) Without further ado: According to "The 1992 Librarians and Sex Survey," of 5,000 librarians surveyed:

40% believed that "Playboy" should be in libraries
23% thought "Playgirl" should be in libraries
22% believed that libraries should have condom dispensers in their bathrooms
20% had "done it" in the library
91% had read "The Joy of Sex"
34% lost their virginity before age 18
4% were still virgins
20% believed that sex without love is bad sex
Only 1% had sex more than 7 times per week
50% had sex 1-2 times per week
30% had 2-5 partners in their lifetime
4% had more than 50
78% of female librarians felt they had been sexually harassed by a patron
7% of male librarians did

And our favorite:

When asked to pick the Shakespearean title that best described their first sexual encounter, 28% chose Comedy of Errors; 23% chose Midsummer's Night Dream; 22% chose Much Ado About Nothing; 21% chose All's Well That Ends Well; and 6% chose Rape of Lucrece.


Podem ler mais desvarios estatísticos, apropriados para quem tem um fétiche por bibliotecári@s no blogue de Will Manley, esse grande maluco... :)))


Fonte: Gawker

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Uma citação literária para quem gosta de xadrez



"Most gods throw dice, but Fate plays chess, and you don’t find out til too late that he’s been playing with two queens all along".



Terry Pratchett

Michelle Pfeiffer & Jeff Bridges - Makin' Whoope: tremendamente sexy!!!



Michelle Pfeiffer & Jeff Bridges - Makin' Whoope (The Fabulous Baker Boys) , 1989
É sempre bom rever.

Hoje comemora-se o Dia Mundial do Livro!

A DGLB está a articular este dia (23 de Abril) com o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social através da campanha Um livro faz-me mais rico, em colaboração com as Bibliotecas Municipais.(BM) .


O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril. Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia desapareceram escritores como Cervantes e Shakespeare.

A ideia da comemoração do DIA MUNDIAL DO LIVRO teve origem na Catalunha: a 23 de Abril, dia de São Jorge, é oferecida uma rosa a quem comprar um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo.


Em 2010, a DGLB vai articular esta data com o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social. Também a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas estará presente nesse dia, pelas 11 horas, na Biblioteca da Associação Cultural Moinho da Juventude no Alto da Cova da Moura, numa cerimónia simbólica de oferta de livros. Esta biblioteca, inaugurada em Janeiro de 2006, recebeu o nome do poeta António Ramos Rosa, que a apadrinhou. Desde então, vários projectos de promoção da leitura têm vindo a ser desenvolvidos com crianças, jovens e famílias. Alguns deles, dinamizados por Miguel Horta, têm recebido o apoio da DGLB.


Os cartazes que assinalam as duas efemérides são da autoria do ilustrador José Manuel Saraiva.


Um livro faz-me mais rico: Veja quais as bibliotecas aderentes AQUI.

Fonte: DGLB

5 Investigadores, 5 Livros, 5 Razões para os Ler



No Dia Internacional do Livro, que se comemora hoje, 23 de Abril, o Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva, em colaboração com a FNAC, convidou cinco investigadores a partilharem os seus livros científicos preferidos.

O encontro do público com José Xavier (Instituto do Mar da Universidade de Coimbra), David Marçal (investigador e autor de humor científico), Carlota Simões (Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra), Miguel Castelo Branco (Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem) e João Fernandes (Observatório Astronómico de Coimbra) terá lugar às 18h30 na FNAC do Centro Comercial Vasco da Gama, na zona do Parque das Nações. A entrada é gratuita.

Ao longo dos próximos meses, os apaixonados da ciência e da tecnologia são convidados a registar no site da Ciência Viva as suas obras de eleição, explicando o porquê da escolha. João Lobo Antunes, Carlos Fiolhais, Fraústo da Silva, António Firmino da Costa, Nuno Crato e Jorge Buescu são alguns dos investigadores que já responderam ao desafio da Ciência Viva "Os Livros que Queremos Ler".

O Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva ganhou o Prémio Rock in Rio Atitude Sustentável 2010 na categoria Educação, em representação da Rede Nacional de Centros Ciência Viva.

sábado, 17 de abril de 2010

O beijo erótico de Jorge de Sena

O Beijo



Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.


Jorge de Sena

As rosas e as ervas daninhas do ímpar jardim humano português


«Os manuais de jardinagem explicavam que um jardim sem muro era mais propenso ao ataque das ervas daninhas. Com um muro alto, era mais difícil as sementes disseminarem-se pela acção do vento. Por outro lado, a sombra do muro impedia a proliferação dessas ervas que, por serem endémicas, preferiam o sol. Havia espécies de plantas ornamentais que se davam bem à sombra e os manuais aconselhavam o seu plantio. Nada disto, porém, era exacto. Apesar do muro, no jardim do sr. Lindolfo proliferavam os dentes-de-leão, as leitugas, as macelas e os beldros. Enquanto isso, as rosas, as petúnias e os amores-perfeitos, se não fossem constantemente vigiados, estiolavam.

O jardim humano, mesmo assim, era bem mais complexo. Os muros que a sociedade foi construindo para salvaguardar uma pretensa moral iam desabando. Nenhum herbicida, nenhuma monda seria capaz de expurgar os dentes-de-leão da sociedade. Simplesmente porque deixaram de ser considerados ervas daninhas. São ervas entre outras, com a sua especificidade, as suas características próprias, fruto dos mil caprichos da natureza.»



Esta é uma passagem de Jardim sem Muro, de José Leon Machado (2007), o último livro que li. Depois de ler A Estrada, estava a precisar de uma leitura mais leve e bem-humorada e achei-a nesta colectânea de contos. Trata da vida de personagens que nos parecem pessoas reais, mais ainda, familiares. Poderiam ser nossos vizinhos, colegas, "portugas" como nós. :) Sobretudo gente do norte, muitos emigrantes portugueses, alguns professores, algumas imigrantes brasileiras...

Neste livro não há deslumbres de linguagem, malabarismos linguísticos ou overdoses de recursos estilísticos. O escritor não se dispersa. Não há excessos. A escrita é enxuta e não há lugar para palavras supérfluas. (O que não é fácil de conseguir: aliás é esse o desafio do conto enquanto narrativa curta).

É a ironia que confere a estes contos o seu principal factor de atracção. É difícil suspender a  leitura  a meio de um conto: a expectativa inquieta e diverte. O travo irónico da escrita promete a recompensa e o sorriso que vem com o ponto final.

 
Conheça o Calheiros, pequeno empresário da construção civil, cinquentão atrevido que tenta seduzir uma jovem estagiária com idade para ser sua filha. No conto A Nova Gestora.

Em O Despiste, veja como o Mouta, emigrado na Suiça com a mulher e os filhos, vindo passar o Natal sozinho à terra natal, sucumbe a  um momentâneo acesso de fervor religioso entre duas idas à casa de alterne local.

Internautas é sobre as andanças de Lucas, funcionário de repartição de finanças que, aos 34 anos, apanhou o vício da Internet, dos chats românticos (será que detecto aqui um oxímoro?) e das visitas assíduas aos sites pornográficos. É numa dessas noitadas virtuais que conhece a Doidinha, fogosa brasileira, com quem inicia relação romântica e sexual transatlântica.

Quanto a Os Canalizadores, saiba que se o título do conto pode parecer banal e pouco literário, nas suas linhas vai encontrar o mito de Adão e Eva entre canos, tubos de cobre e PVC. :) 
Recomendo vivamente a leitura destes contos em cuja leitura encontramos a ironia que reconhecemos na vida.
 
"Jardim sem Muro é uma colectânea de dezanove contos. As personagens baseiam-se nalguns dos tipos da sociedade portuguesa actual, aparecendo vendedores de automóveis em segunda mão, comerciantes de tintas e vernizes, empreiteiros, serralheiros, canalizadores, carpinteiros, electricistas, professores do ensino secundário, funcionários das Finanças, estudantes de Psicologia, reformados, emigrantes, agentes de segurança, viciados na Internet, coleccionadores de selos e moedas, especialistas em ciências ocultas, frequentadores de casas de alterne e respectivas funcionárias. Os políticos, por evidente falta de utilidade na sociedade, são das poucas figuras com que o autor não perdeu tempo nem gastou papel. Os contos, escritos num tom divertido, deixam transparecer o sorriso sarcástico de Eça de Queirós e o piscar de olho malandro de David Lodge". (Edições Vercial).


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Jogos de computador e Web 2.0 – Desafios para a formação dos bibliotecários

"Há muito que o termo “bibliotecário” evoca uma imagem algo estranha, empoeirada e ultrapassada, de alguém que colige, indexa e transmite a herança e o conhecimento da humanidade que se encontra  especialmente em formato impresso, obrigando a um trabalho em certa medida conservador, cuidado e ponderado. Mas, com o passar do tempo, o bibliotecário evoluiu e com ele evoluíram também a mediação do conhecimento e da comunicação, uma evolução tão bem sucedida e discreta que, para a maioria das pessoas, a verdadeira função do bibliotecário se tornou quase uma incógnita.

Com a transformação da internet numa ferramenta de comunicação e informação à escala global, a validação e legitimação da profissão dos bibliotecários torna-se uma necessidade. Se é possível comunicar, encontrar e disponibilizar informação livremente na Internet, para que servem os bibliotecários, profissionais que nunca
foram vistos como sendo particularmente inovadores ou apologistas das tecnologias? A comunicação através do computador é muito mais abrangente, rápida e independente do que a mediada de forma tradicional pelos bibliotecários, não estando limitada pelo tempo, espaço ou suporte físico.

Depois da letargia e da auto-comiseração, muitos bibliotecários aceitaram os novos desafios: reconheceram que a limitação aos suportes físicos não fazia sentido e constataram que a comunicação através do computador, devido ao seu imediatismo e paralelismo, (1:1, 1:v; v:1 e v:v), pode levar a um excesso de informação. Torna-se assim necessário encontrar especialistas que ajudem a desbravar esta selva da informação.

Impõem-se então algumas questões: conseguirão os bibliotecários ajudar? Conseguirão acompanhar as evoluções tecnológicas de ponta? E deverão fazê-lo? Como serão transmitidos no futuro os conteúdos culturais e científicos? Como se alterou a aprendizagem e, em consequência, o utilizador? O que significam os novos media como os jogos de computador e a Web 2.0 para o trabalho futuro do bibliotecário e como é que isso irá influenciar a formação profissional do bibliotecário? Poderemos ter, no futuro, apenas uma formação única para o bibliotecário ou irá este passar a ser apenas um termo geral que engloba várias actividades multifacetadas? As novas tarefas e objectivos não irão requerer também novas cooperações e redes? E quem serão os parceiros?

Estas são questões que, devido à sua complexidade, deverão ser abordadas de igual forma pela sociedade, pelo indivíduo e pelo bibliotecário. O Goethe-Institut Portugal pretende assim abrir a discussão com a organização de uma conferência. Grupo-alvo serão, naturalmente, os próprios bibliotecários, mas também professores de instituições de ensino superior, associações profissionais e ministérios".

No âmbito do projecto “Realidades Virtuais”, o Goethe-Institut Portugal, em colaboração com a APBAD, o Instituto Franco-Português, o Instituto Cervantes, o Instituto Ibero-Americano da Finlândia e o Instituto Italiano de Cultura organiza a conferência internacional “Videojogos e Web 2.0: desafios para a formação dos bibliotecários”, que irá contar com a presença de especialistas de Portugal, da Alemanha, de França, de Espanha, de Itália e da Finlândia.







20 de Maio de 2010, Auditório do Goethe-Institut Portugal
Entrada gratuita mediante inscrição

Fonte: Goethe-Institut Portugal





A razão porque às vezes me sinto fora de contexto no mundo...

...deslocada, recatada, estranha, como se não pertencesse a um grande livro quotidiano, como se este livro fosse escrito numa língua desconhecida para mim mas não para a maioria dos que me rodeiam..."out of context"! Será esta?

"The majority of well adapted individuals have lost their own self at an early age and replaced it completely by a social self offered to them by society. They have no neurotic conflicts because they themselves… have disappeared".



Erich Fromm

terça-feira, 13 de abril de 2010

Conhecimento conectivo pode dar sentido à crescente abundância de informação

Para profissionais da informação e da educação reflectirem.

"George Siemens propõe o conectivismo como novo paradigma de ensino-aprendizagem. Face ao crescente número de fontes de informação, o investigador alerta: "O maior desafio que os indivíduos e as organizações vão enfrentar nas próximas décadas será dar sentido a esta abundância!"




É professor e director do Centro de Tecnologia da Aprendizagem da Universidade de Manitoba, no Canadá, e juntamente com o seu colega Stephen Downes, do Institute for Information Technology's e-Learning Research Group (Canadá), George Siemens tem explorado as possibilidades pedagógicas das novas tecnologias da informação e comunicação.




O conectivismo foi dado a conhecer em 2004 através da publicação de um texto online Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age (2005) e tem sido desenvolvido e divulgado através da publicação de artigos em suporte de papel e online, de capítulos de livros, da participação em encontros científicos e da organização de um curso online, através da Universidade de Manitoba onde participaram 2 400 pessoas espalhadas pelo globo. As teorias conectivistas estão sintetizadas pela mão de George Siemens na obra Knowing Knowledge (2006).


EDUCARE.PT: Estamos habituados a ver o mundo digital como uma font_tage inesgotável de conhecimento quantitativo, onde o desafio é o de encontrar informação de qualidade, ou seja, proveniente de font_tages confiáveis. De que modo o conhecimento conectivo se posiciona neste contexto?



George Siemens: Concordo, estamos habituados a ver o mundo digital como uma font_tage inesgotável de conhecimento. Um recente projecto de investigação da Universidade da Califórnia, em San Diego (http://hmi.ucsd.edu/howmuchinfo_research_report_consum.php) dá conta da enorme quantidade de informação que experimentamos e consumimos diariamente.




Actualmente, parece que este fluxo de informação só vai continuar a aumentar através de sites de partilha de imagens como o Flickr, de redes sociais como o Facebook e o Twitter, e de bases de dados livres como o data.gov. Estou convencido de que o maior desafio que os indivíduos e as organizações vão enfrentar nas próximas décadas será dar sentido a esta abundância. Este desafio, no entanto, não será possível através dos sistemas de "dar sentido" usados no passado. Um único indivíduo - um especialista - é simplesmente incapaz de interpretar a totalidade de informação que é produzida.




Teremos de mudar para modelos de trabalho em rede que permitam dar sentido a informação complexa e em rápida transformação. Veja-se o modo como foram investigados a SARS e o H1N1. Uma rede de laboratórios de investigação de todo o mundo trabalhou 24 horas por dia para identificar a natureza de cada doença. A informação foi partilhada e circulou livremente de um laboratório para o outro.

 

Este modelo de abordar em rede fenómenos complexos ilustra o que eu e outros (como o Stephen Downes) temos chamado de conectivismo e de conhecimento conectivo. Em vez de estarmos face a uma só font_tage confiável, indivíduos e organizações desenvolvem redes de conhecimento especializadas. Esta rede - associada à visualização de dados - torna possível distinguir a informação de valor da irrelevante. De certa forma, a rede é um agente cognitivo que ultrapassa as limitações individuais. Eu posso não ser capaz de identificar todos os elementos que compõem a informação de qualidade, mas uma rede social e tecnológica sim.




E: A teoria do conectivismo diz que "a nossa capacidade de continuar a aprender o que nos fará falta amanhã é mais importante do que aquilo que sabemos hoje". Há aqui uma desvalorização do conhecimento que já adquirimos em virtude do que ainda vamos adquirir?



GS: Não sei se desvalorização é o termo mais correcto. O conhecimento é uma função relacional... conexões entre font_tages de informação. Apercebemo-nos desta realidade cada vez que um país enfrenta um ataque terrorista ou depois da crise económica de 2008. Depois destes acontecimentos, ficou claro que os elementos da informação existiam, mas simplesmente não estavam conectados de modo que se produzisse o conhecimento necessário para agir. Eu levo esta ideia mais longe e digo que a informação se torna conhecimento através das conexões. Então, neste sentido, o conhecimento é um sistema de formação de conexões...


Quando eu frequentava a escola, Plutão era um planeta. Hoje não é. Uma década atrás a China não era vista como uma superpotência económica. Hoje é. Há cinco anos atrás, os media sociais (redes sociais como o YouTube e Facebook) eram em grande medida a margem do desenvolvimento da Internet. Hoje em dia constituem uma força social, influenciando o marketing, os negócios e a política. A informação que fomos conectando para formar conhecimento está constantemente em mudança. Como resultado, é decisivo que os indivíduos e as organizações continuem a avaliar e a actualizar a informação existente... e que tenham a capacidade de o fazer rapidamente. A incapacidade de se adaptar pode ser catastrófica em períodos de rápida mudança.


E: Que consequências tem o conectivismo enquanto novo modelo de aprendizagem no modo como se ensina e se aprende nas escolas?



GS: Não quero sobrevalorizar a importância do conectivismo. Nas últimas décadas inúmeros teóricos têm avançado com teorias e ideias sobre a aprendizagem. Os mais notáveis são os que enfatizam a distribuição cognitiva, complexidade, comunidades, teoria do activismo, a teoria do actor em rede. Portanto, não é só o conectivismo que tem implicações no modo de ensinar e aprender. As salas de aula começam a ser invadidas por mudanças substanciais no modo como criamos e difundimos a informação na nossa era e no modo como os indivíduos comunicam entre si.




Um professor, hoje em dia, pode trazer um orador convidado via Skype, partilhar videos no YouTube, e aceder a font_tages abertas de recursos educacionais de dezenas de universidades. Um professor pode ainda criar redes globais de turmas - em que uma turma em Portugal, por exemplo, colabore com uma turma do Canadá, outra de África e ainda outra de Singapura.


As implicações educacionais desta "abertura" são numerosas. Mais crítica, creio eu, é a capacidade dos estudantes de criar e formar redes de aprendizagens pessoais válidas para avaliar e filtrar a excessiva informação, para conectar com outros para indicar falhas no conhecimento, e para oferecer novas e criativas recombinações de informação com vista a avançar e a expandir os seus conhecimentos.

 

E: Não será perigoso fazer depender a aprendizagem de uma rede de conexões feita por uma pessoa, se essa pessoa não possuir a competência para descobrir as melhores font_tages? E, neste caso será que a escola pode ser considerada responsável pela "ignorância" destas escolhas individuais?



GS: Não creio que seja perigoso. Sim, em diferentes estádios de competência num determinado campo ou área de estudo, podemos requerer mais orientação por parte de quem está há mais tempo a trabalhar nesse campo. Mas penso que é mais perigoso limitar o nosso input de informação a uma mão-cheia de peritos...




Os peritos são importantes, mas podem enganar-se. Os educadores jogam um papel muito importante ajudando os alunos a formarem nuances e diversas redes de trabalho para que eles (os alunos) sejam capazes de experimentar uma matéria sobre múltiplas facetas.




Veja-se o que acontece ao conhecimento de ponta. Que boas font_tages de informação tem quem é líder em áreas de investigação? Apenas a sua rede de pares. De um modo semelhante, os métodos que os peritos usam para dar sentido ao mundo podem ser modelados por novas descobertas realizadas nesse campo. Como já disse, um aprendiz irá com certeza necessitar de níveis mais elevados de apoio para formar a sua rede, mas depois de algum tempo, ele estará apto a criticar, avaliar e a conectar sem confiar exclusivamente em outros para lhe providenciarem um guia".


Andreia Lobo, 2010-04-12

O poder criador da palavra

"O que me move é a vocação divina da palavra, que não apenas nomeia mas que inventa e produz encantamento".
Mia Couto

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin