quinta-feira, 31 de maio de 2012

A leitora pela poesia de António Ramos Rosa


...e pelo pincel de Daniel Gerhartz.

A leitora abre o espaço num sopro subtil.
Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em arco.
Ela fala com as pedras do livro, com as sílabas da sombra.

 António Ramos Rosa

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Foto de 3 de Maio do meu Projeto 365 / My may 3 photo for my "Capture your 365" project


Reflexos no capot

Para os estúpidos / To stupid people





The difference between genius and stupidity is; genius has its limits.
Albert Einstein


E a minha paciência também tem limites! Por isso te digo:




Esta deixa aplica-se a muita gente da nossa classe política.

E com esta me vou.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Foto de 21 de Abril do meu Projeto 365 / My april 21 photo for my "Capture your 365" project


Surf

Os Livros (por um poema meu)




Os livros são a jangada,

o comboio

o avião

e a estrada.

A deslocação do vento na cavalgada 

e a viagem

e a paisagem

e a chegada.

São a nossa casa

e o sorrido da pessoa amada.



Ana Tarouca, 24 Jan. 11

O livro certo / The right book

s.id.



There are certain emotions in your body that not even your best friend can sympathize with, but you will find the right film or the right book, and it will understand you.

Björk

sábado, 26 de maio de 2012

O mapa do mundo da fantasia / The fantasy world map



"La fantasía es la esencia de toda escritura para niños, como creo que lo es para la escritura de cualquier tipo de libro, para cualquier acto creativo, y tal vez también, para el acto de vivir"

Maurice Sendak

                                

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O poder dos sonhos / The power of dreams



John Anster Fitzgerald

 
Our life is composed greatly from dreams, from the unconscious, and they must be brought into connection with action. They must be woven together.
Anais Nin

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Boa noite de leituras/ Good reading night

Ricardo Araújo Pereira: "Procurem a poesia no desemprego"


O desemprego ilustrado por Jon Keegan.


E  a crónica desta semana de Ricardo Araújo Pereira para a revista Visão:

Quando Pedro Passos Coelho reconheceu que o nível da carga fiscal, no nosso país, é insuportável, mostrou a todos que a direita também pode ser sonhadora. Que pode ambicionar ir além do possível, rejeitar o espartilho do realismo e tornar viável aquilo que, à primeira vista, parece não passar de uma fantasia. O primeiro-ministro admite que a carga fiscal é insuportável, mas não é por isso que deixa de pedir aos portugueses que a suportem. Suportem o insuportável, diz ele. Passos Coelho descobriu uma utopia na nossa algibeira.

Acaba por ser reconfortante que, em tempos de crise, um chefe de Governo faça sonhar o povo e adopte um discurso em que a política se deixa permear pela poesia. A política não é boa, e a poesia também não, mas não há dúvida de que uma anda a permear a outra. Além de deverem suportar o insuportável, os portugueses são incentivados a olhar para o desemprego como uma oportunidade. Os rústicos que olhavam para o desemprego como desemprego devem estar bem envergonhados. Pois que façam também desse embaraço uma oportunidade: procurem a poesia no desemprego. E, como sonhar não custa dinheiro, sigamos o exemplo de Passos Coelho e descortinemos oportunidades em todas as desgraças. Porquê ficar apenas pelo desemprego? Os acidentes rodoviários são uma oportunidade para trocar de carro. Os incêndios são uma oportunidade para organizar uma grande churrascada com amigos. As cheias são uma oportunidade para fazer um passeio de barco bem romântico. E a cadeia é uma oportunidade para descansar e descobrir novas sensações no duche.

O desemprego talvez seja a oportunidade mais promissora, e por isso aquela que o Governo mais acarinha. Parece que certas empresas estão a preparar oportunidades colectivas. A indemnização por despedimento tende a desaparecer. A única formalidade a cumprir cabe ao trabalhador despedido, que deve dirigir-se ao seu ex-empregador para lhe agradecer a oportunidade. Depois de beneficiar dessa oportunidade, deve aproveitá-la para empreender e inovar. A maior parte dos desempregados reduz estas actividades ao mínimo, e limita-se a tentar empreender uma ou duas refeições quentes por dia e inovar pagando contas para as quais não tem dinheiro. O problema é que a oportunidade do desemprego esgota-se na eventualidade, felizmente remota, de o desempregado encontrar emprego. Nessa altura, perdeu a oportunidade. E, embora não mereça, talvez deva receber nova oportunidade, até para animar a sua vida. O ideal é manter-se desempregado, estado em que se mantém permanentemente a aproveitar a oportunidade. É possível que haja quem não aguente e morra. Mas a morte, não sei se já adivinharam, é uma oportunidade. Para fertilizar a terra, por exemplo. É aproveitar, portugueses.

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