quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama vai deixar a Casa Branca mais limpinha!

E Bush volta para de onde nunca devia ter saído!


Cartoon de Rodrigo em Humoral da História, na edição on-line do Jornal Expresso de hoje.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Marilyn Monroe: "books are a girl's best friend"



Marilyn Monroe lendo Ulysses, de James Joyce, em 1954.
Fotografia de Eve Arnold.



Marilyn Monroe no Ambassador Hotel a ler um livro sobre representação, em 1955

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Olha a Padeira de Aljubarrota!

Lá está aquela história de que as meninas bem-comportadas vão para o céu, as mázinhas vão a todo o lado...nem que seja de transportes públicos!

Cá está, a história é tecida não pelas mulheres que ficam em casa a bordar mas por aquelas que rasgam a roupa toda... Não é pela inteligência nem sequer pela beleza, é por ceder ao seu lado selvagem, quebradas as amarras da submissão secular...é por não prescindirem da liberdade...


O Amante, Marguerite Duras e a beleza estrangeira da estrangeira



Acabei há poucos dias de ler O Amante de Marguerite Duras. Um livro triste, sem beleza literária suficiente para sublimar a tristeza. Parece que autobiográfico. A narração é irregula, caótica, confusa a nível temporal.
Há cenas de alguma sensualidade e poesia mas não há intimidade do leitor com as personagens: estas nem sequer têm nomes próprios: fala da adolescente magra de chapéu masculino e sapatos dourados, a mãe sofredora, o irmãozinho que morre, o idolatrado e cruel irmão mais velho, o homem chinês de Cohén…não posso dizer que tenha gostado.
Houve momentos melhores, como a súbita alegria da mãe quando lava a casa perfumada com o “cheiro delicioso da terra molhada depois da tempestade” e a descrição da “estrangeira”, Betty Fernandez (esta ainda tem nome).
“As pessoas param e olham maravilhadas a elegância desta estrangeira que passa sem ver. Soberana. Não se percebe logo de onde ela é. E depois dizemo-nos que não pode ser senão de fora, senão daí. É bela, bela por esta incidência. Veste-se com os velhos trapos da Europa, com restos de brocados, com velhos saia-e-casaco fora de moda, com velhos cortinados, com velhos restos, velhos retalhos, velhos farrapos de alta costura (…) a sua beleza é assim, rasgada, friorenta, soluçante e de exílio, nada lhe fica bem, tudo é grande demais para ela, e é bonito, ela bóia, demasiado magra, nada se lhe ajusta e, no entanto, é bonito. É feita assim, na cabeça e no corpo, de modo que cada coisa que a toca participa desde logo, indefectivelmente, dessa beleza”.
Gosto desta descrição da estrangeira, porque toda a sua beleza é estrangeira, inesperada, diferenciada e no entanto indiscutível. E eu quase que reconheço esta beleza friorenta e demasiado magra, a nadar dentro das roupas vintage em imagens de pessoas que já vi, na sua beleza intelectual.

Para uma opinião distinta da minha sobre este livro podem ler este texto publicado no blogue HÁ SEMPRE UM LIVRO...à nossa espera!

sábado, 18 de outubro de 2008

Ovos quentes


Sempre gostei deles estrelados, brilhantes de gordura, com uma grossa fatia de bacon a acompanhar. E ela parecia ficar um pouco incomodada ao ver-me degluti-los com entusiasmo e até alguma precipitação (o apetite tem as suas urgências, e eu sempre fui um homem de apetites!), enquanto comia os seus cereais com baixo teor de calorias, submersos em leite magro e colmatados por uma pecita de fruta de cultura biológica.

Mariana não tinha uma postura descontraída em relação a nada. Se não fosse aquele seu olharzinho pestanudo de mulher fatal, aquele sinalzinho à Cindy Crawford no canto superior dos lábios carnudos e aquele corpo…ai aquele corpinho de pecado…Mas o que tinha de beleza tinha de contenção beata. Éramos amantes há meses mas não se podia dizer que fôssemos íntimos. É impossível a intimidade para quem a nudez é apenas mais uma forma de vestir. Quando andava nua pelo quarto mantinha a pose de quem desfila sobre uma passerelle. Não contávamos segredos, não entrelaçávamos as mãos, não trocávamos olhares de cumplicidade.

Mas o pior de tudo era a sua miopia sexual. Era uma mulher dogmática na cama, sem imaginação ou liberdade. Sempre que eu propunha uma inovação, uma maneira diferente de tocar, um exercício mais experimental e ousado, levava com uma expressão axiomática do género: “ISSO não faço! É animalesco…é pouco higiénico”. E esta era uma proposição reiterada, sentenciosa e indiscutível. Morria ali a discussão, sem espaço a contra-argumentos! E eu que sempre fui adepto do método científico no vale dos lençoís!

“Eh pá, mas porquê?”, indagava eu, desesperado com a sua sovinice sensual. “Porque não.” E, ao ouvir isto, passava-me uma nuvem vermelha pela vista e crescia em mim a vontade de fazer uma loucura…de rasgar-lhe a roupa sempre impecável…despenteá-la…violá-la…destituí-la daquela pose de diva inatingível que me impossibilitava de a amar verdadeiramente.

Uma manhã, mais uma vez apanhado na ratoeira do mecanismo frustração afectiva – compensação alimentar, fritava os meus ovos na gordura luzidia do bacon quando desceu sobre mim uma epifania de inspiração erótica. Decerto instigado pela versão cinéfila do Kamasutra, essa maravilha da 7ª arte que é Nove Semanas e Meia, resolvi oferecer-lhe o pequeno-almoço na cama.

Ainda dormia, vestida apenas pela rebeldia dos seus cabelos ruivos, a nudez sublinhada pela finura do tecido que a cobria. Levantei lentamente o lençol. Senti o desejo pulsante sublinhado pelo travo picante da profanação. E, devagarinho, como obedecendo a um ritual sagrado, espremi o ovo estrelado, escorrendo entre os meus dedos, naquele umbiguinho de sereia.

Levantou-se de um grito. Olhou para mim como se tivesse tido uma revelação e eu fosse o diabo…

E só guardo na memória aquele corpinho nú, lindo, sem vestígios de celulite, a escapulir-se qual ninfa da Ilha dos Amores, fugindo às mãos mas oferecendo-se ao olhar deste argonauta faminto, sem amor nem pequeno-almoço.

Foi este o episódio que marcou o fim da nossa relação. E ainda hoje me arrependo de não ter deixado arrefecer um bocadinho mais o ovo.

Ana Tarouca

23 Dez. 2000, reescrito em Outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A gang dos bibliotecários

Batgirl como Bibliotecária, da DC Comics


"Põe-te a pau, ó caramelo, que QUEM SE METE COM OS BIBLIOTECÁRIOS LEVA com umas belas COTAS NA LOMBADA".




Esta frase foi retirada do blogue O Bibliotecário Anarquista. Um texto pleno de humor que me faz sentir com as costas quentes...We're bad! Don´t mess with us, man! Parece que somos um gang organizado, hihi!



Rex Libris, o James Bond das bibliotecas!




terça-feira, 30 de setembro de 2008

"Pra mim, livro é vida", diz Lygia Bojunga



Gemma Aguasca


"Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado.

E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro."
Lygia Bojunga

Lygia Bojunga é uma escritora brasileira que, em 1982, recebeu o Prémio Hans Christian Andersen, o mais importante prémio literário infantil, uma espécie de Prémio Nobel da Literatura Infantil, concedido pela International Board on Books for Young People.

Lygia estará amanhã, dia 1 de Outubro, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Algés, para participar no Serão de Contos.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Kama Sutra da Leitura / The Kama Sutra of Reading



Porque ler dá prazer...variem nas posições, nos lugares, nas alturas do dia, nos ditos cujos livros...;)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Infoexcluída...sniff, sniff...

Vou estar uns dias assim...



...sem internet. Vou ficar a sofrer com os sintomas de abstinência/privação. É que eu sou mesmo "agarrada" à net.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pequenas coisas que nos fazem senti bem...

...uma boa história. Pode ser um livro, um bom livro, ou simplesmente alguém com o dom de nos envolver na vivacidade com que conta as suas peripécias...há bons contadores de histórias por aí que nem sequer sabem que o são. Tem tudo a ver com generosidade, emoção, honestidade e humor.



Ilustração de Mónica Carretero.


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ignácio de Loyola Brandão conta sobre uma paixão enciclopédica por uma bibliotecária

"- Gosta de ler?

- Gosto. E você, gosta de quem lê?

- Sou bibliotecária, livros são minha paixão. Um dia ainda abro uma livraria.

(…)

- Se eu lesse muitos livros? Você me admiraria?

- Claro que sim.

- Quantos livros eu teria de ler?

- Nunca pensei nisso.

- Pois vou ler esta biblioteca inteira. Depois vou passar por todas as outras bibliotecas de São Paulo, do Brasil.. Onde tiver livro, estarei lendo...

Ele se encaminhou para a porta, voltou-se.

- Por você vou ler 1 milhão de livros. Um bilhão. E aí você vai me admirar.

Quase disse 'gostar de mim', se conteve, apenas pensou que ela veria quanto uma paixão move um homem.

- Vou ler 1 trilhão de livros, vou ler todos os livros do mundo.

Liliani fez um aceno de cabeça e pensou: tomando-se a média de 120 páginas por livro e imaginando que ele demore três minutos para ler uma página, lerá um livro a cada 360 minutos, ou seja seis horas. Seis trilhões de horas, calculando por baixo, significam 250 bilhões de dias. Mais ou menos uns 70 bilhões de anos. Acho que não vou esperar, concluiu. Estou com fome. E saiu para o almoço."


Podem ler aqui o conto na íntegra. Trata-se de Conto de Natal à Minha Maneira, ou seja, à maneira de Ignácio de Loyola Brandão. Foi publicado no Jornal O Estado de São Paulo em 22 de Dezembro de 2006.

As bibliotecárias são assim, hihi, despertam paixões avassaladoras! ;)

domingo, 21 de setembro de 2008

"É VERDADE": há programas de televisão que incentivam à leitura

O Man-el partilha comigo o gosto pelas citações de Groucho Marx e ofereceu-me recentemente esta:

"I find television very educating. Every time somebody turns on the set, I go into the other room and read a book."

E bem a propósito desta frase, surge esta semana na Revista Visão, uma convergente de Ricardo Araújo Pereira:

"Confesso que, quando a SIC estreou o programa Momento da Verdade, temi o pior. Julguei tratar-se de mais um produto televisivo aviltante, o que me colocaria um problema difícil. Eu vejo pouca televisão, mas nunca perco um produto aviltante. A televisão tem uma capacidade de aviltar que não é ultrapassada por qualquer outro meio de comunicação e por isso constitui, para mim, a principal fonte de aviltamento. Se tomo conhecimento de que há produtos aviltantes nas grelhas, pego nas pipocas e vou para o sofá ser aviltado. Imaginem o meu alívio quando constatei que o Momento da Verdade é, afinal, serviço público, e o programa mais interessante da televisão portuguesa, quer do ponto de vista ético quer do ponto de vista filosófico. Como é óbvio, um produto com estas características não me interessa. Para isso, vou ler livros."

Não deixem de ler toda a crónica do RAP aqui e depois digam lá se Groucho Marx não sabia mais do que Platão?!


A propósito, no Wikcionário:

a.vil.tar

  1. (verbo transitivo)
    1. tornar vil
    2. desonrar
    3. rebaixar


E um provérbio no Citador:

O carácter verdadeiro não se avilta por dinheiro.

E esta hem!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Fazer da arte o nosso grito...

"Claro que se deve "ganhar a vida" de alguma maneira - mas o essencial aqui é viver. Seja o que for que fizermos, qualquer que seja a opção que escolhamos (talvez todas elas), o o quanto nos comprometamos, devemos orar para nunca confundir arte com vida: a Arte é breve, a Vida é longa. Devemos estar preparados para navegar, nomadizar, escorregar de todas as redes, nunca estabilizar, viver através de várias artes, fazer nossas vidas melhores que nossa arte, fazer da arte nosso grito no lugar de nossa desculpa".

Está no texto Vernissage, um artigo de Hakim Bey. É sobre arte. Alessandro Martins, diz que poderia ser sobre blogues. Eu digo que também pode ser sobre a escrita enquanto criação.


Já agora é bom que se diga que Hakim Bey é o pseudônimo de Peter Lamborn Wilson, (Nova Iorque, 1945), escritor, ensaísta e poeta.

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