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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

A contadora de histórias / The storyteller


Hugues Merle (1823–1881)


"A man who tells secrets or stories must think of who is hearing or reading, for a story has as many versions as it has readers. Everyone takes what he wants or can from it and thus changes it to his measure. Some pick out parts and reject the rest, some strain the story through their mesh of prejudice, some paint it with their own delight. A story must have some points of contact with the reader to make him feel at home in it. Only then can he accept wonders.

John Steinbeck, The Winter of Our Discontent               


domingo, 6 de abril de 2014

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

DN disponibiliza 31 Contos Digitais Grátis




O Diário de Notícias está a disponibilizar no seu site uma Biblioteca Digital completamente grátis, da qual fazem parte mais de 30 contos de grandes autores portugueses.

Vai encontrar por lá livros de Pedro Paixão, Inês Pedrosa ou Gonçalo M. Tavares, entre muitos outros grandes autores da literatura portuguesa contemporânea.

Neste momento estão já disponíveis para download os seis primeiros títulos e até ao final do mês de Dezembro de 2013 irão ficando disponíveis todos os outros que completam esta interessante e valiosa colecção.

O único requisito para poder aceder aos livros é fazer o registo grátis no site do DN.

Tenha acesso a esta biblioteca AQUI.

domingo, 13 de outubro de 2013

O que é uma história para Alice Munro? / What's a story for Alice Munro?



"A story is not like a road to follow … it's more like a house. You go inside and stay there for a while, wandering back and forth and settling where you like and discovering how the room and corridors relate to each other, how the world outside is altered by being viewed from these windows. And you, the visitor, the reader, are altered as well by being in this enclosed space, whether it is ample and easy or full of crooked turns, or sparsely or opulently furnished. You can go back again and again, and the house, the story, always contains more than you saw the last time. It also has a sturdy sense of itself of being built out of its own necessity, not just to shelter or beguile you".


Alice Munro, Prémio Nobel da Literatura 2013
(2013 Nobel Prize in Literature laureate)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Singularidades de uma Rapariga Loura, de Eça de Queirós: download gratuíto


O Projecto Adamastor disponibiliza agora on-line e em formato .epub este conto de Eça de Queirós, Singularidades de uma Rapariga Loura, originalmente publicado em 1902. 

Eu já li este conto, aliás li todos os contos do Eça, há muito tempo mas ainda tenho uma vaga ideia do pobre Macário apaixonado por uma rapariga loura que tinha uma singularidade bastante problemática: era cleptomaníaca. E foi daí que veio o desgosto amoroso. 

Embora eu já tenha dito demais, vale a pena ler, aliás como tudo do Eça. Está à distância de dois cliques: o primeiro é AQUI.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A imperfeição é definitivamente mais perfeita



Black Swan (2010) 


«… Sei agora que os perfeitos são uma superfície lisa por onde escorregamos e caímos, uma superfície onde o nosso corpo se não amarra. Demorei a perceber que há uma poesia na imperfeição, porque há curvas e recurvas, altos e baixos, âncoras a que me agarro, arribas onde me engancho. Só é possível estar com alguém quando as nossas imperfeições se encaixam, quando esse atrito nos prende ...»


João Morgado

IN: Diário dos Imperfeitos
Prémio Literário Vergílio Ferreira
Romance - Kreamus - 2012



Esta citação do romance Diário dos Imperfeitos de João Morgado lembra-me um conto de Eça de Queirós, o meu preferido (juntamente com "Civilização"), que se intitula precisamente "Perfeição". Clique nos títulos dos contos para aceder às suas publicações on-line podendo inclusivamente fazer o download.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Concurso Literário Alfarroba 2012/2013 - AMORES CONTADOS

Uma iniciativa de Alfarroba Edições:

Conta-me. Conta-me como me conheceste, como me deste o primeiro beijo. Conta-me das mãos dadas e dos olhos brilhantes. Conta-me do nosso início e do nosso fim. Ou só do nosso início. Ou só do nosso fim. Conta-me do meio. Conta-me do nosso amor de verão, do nosso casamento. Fala-me de isso tudo, diz-me coisas dos nossos netos. Ou então de nunca mais me teres visto depois da nossa única noite. Conta-me tudo.

Até 15 de fevereiro de 2013, envia-me, envie-nos a sua história de amor num máximo de 6000 palavras.

As 5 melhores serão editadas em livro.

Para detalhes, informações e regulamento:
e-mail: geral@alfarroba.com.pt
telefone: 210 998 223

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vestido tecido de histórias / Storydress





"Storydress II is a series of photographs of a life-size paper mache and plaster sculpture. The dress is made of paper mache stories that I recorded of my great-grandmother’s autobiographical reminiscences. Each photograph contains legible words. The sculpture was photographed with the wet-plate collodion negative process, printed on handmade gold-toned Albumen paper, and burnished onto antique Cabinet Card mounts. For exhibition the cabinet card photographs are displayed using an antique wooden Graphoscope (magnifying device) and shelf."

Christine Elfman

sábado, 8 de janeiro de 2011

As leitoras de sonho de Igor Zharkov



A dormir sobre o livro aberto.



O livro conta a história das personagens, do cenário, de mil e uma aventuras...



A leitora adormecida de livro no colo.

Igor Zharkov

Posted by Picasa

terça-feira, 23 de novembro de 2010

As histórias em que moramos / The stories we live in



"When we read a story, we inhabit it. The covers of the book are like a roof and four walls. What is to happen next will take place within the four walls of the story. And this is possible because the story’s voice makes everything its own".



John Berger

sábado, 18 de outubro de 2008

Ovos quentes


Sempre gostei deles estrelados, brilhantes de gordura, com uma grossa fatia de bacon a acompanhar. E ela parecia ficar um pouco incomodada ao ver-me degluti-los com entusiasmo e até alguma precipitação (o apetite tem as suas urgências, e eu sempre fui um homem de apetites!), enquanto comia os seus cereais com baixo teor de calorias, submersos em leite magro e colmatados por uma pecita de fruta de cultura biológica.

Mariana não tinha uma postura descontraída em relação a nada. Se não fosse aquele seu olharzinho pestanudo de mulher fatal, aquele sinalzinho à Cindy Crawford no canto superior dos lábios carnudos e aquele corpo…ai aquele corpinho de pecado…Mas o que tinha de beleza tinha de contenção beata. Éramos amantes há meses mas não se podia dizer que fôssemos íntimos. É impossível a intimidade para quem a nudez é apenas mais uma forma de vestir. Quando andava nua pelo quarto mantinha a pose de quem desfila sobre uma passerelle. Não contávamos segredos, não entrelaçávamos as mãos, não trocávamos olhares de cumplicidade.

Mas o pior de tudo era a sua miopia sexual. Era uma mulher dogmática na cama, sem imaginação ou liberdade. Sempre que eu propunha uma inovação, uma maneira diferente de tocar, um exercício mais experimental e ousado, levava com uma expressão axiomática do género: “ISSO não faço! É animalesco…é pouco higiénico”. E esta era uma proposição reiterada, sentenciosa e indiscutível. Morria ali a discussão, sem espaço a contra-argumentos! E eu que sempre fui adepto do método científico no vale dos lençoís!

“Eh pá, mas porquê?”, indagava eu, desesperado com a sua sovinice sensual. “Porque não.” E, ao ouvir isto, passava-me uma nuvem vermelha pela vista e crescia em mim a vontade de fazer uma loucura…de rasgar-lhe a roupa sempre impecável…despenteá-la…violá-la…destituí-la daquela pose de diva inatingível que me impossibilitava de a amar verdadeiramente.

Uma manhã, mais uma vez apanhado na ratoeira do mecanismo frustração afectiva – compensação alimentar, fritava os meus ovos na gordura luzidia do bacon quando desceu sobre mim uma epifania de inspiração erótica. Decerto instigado pela versão cinéfila do Kamasutra, essa maravilha da 7ª arte que é Nove Semanas e Meia, resolvi oferecer-lhe o pequeno-almoço na cama.

Ainda dormia, vestida apenas pela rebeldia dos seus cabelos ruivos, a nudez sublinhada pela finura do tecido que a cobria. Levantei lentamente o lençol. Senti o desejo pulsante sublinhado pelo travo picante da profanação. E, devagarinho, como obedecendo a um ritual sagrado, espremi o ovo estrelado, escorrendo entre os meus dedos, naquele umbiguinho de sereia.

Levantou-se de um grito. Olhou para mim como se tivesse tido uma revelação e eu fosse o diabo…

E só guardo na memória aquele corpinho nú, lindo, sem vestígios de celulite, a escapulir-se qual ninfa da Ilha dos Amores, fugindo às mãos mas oferecendo-se ao olhar deste argonauta faminto, sem amor nem pequeno-almoço.

Foi este o episódio que marcou o fim da nossa relação. E ainda hoje me arrependo de não ter deixado arrefecer um bocadinho mais o ovo.

Ana Tarouca

23 Dez. 2000, reescrito em Outubro de 2008

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ignácio de Loyola Brandão conta sobre uma paixão enciclopédica por uma bibliotecária

"- Gosta de ler?

- Gosto. E você, gosta de quem lê?

- Sou bibliotecária, livros são minha paixão. Um dia ainda abro uma livraria.

(…)

- Se eu lesse muitos livros? Você me admiraria?

- Claro que sim.

- Quantos livros eu teria de ler?

- Nunca pensei nisso.

- Pois vou ler esta biblioteca inteira. Depois vou passar por todas as outras bibliotecas de São Paulo, do Brasil.. Onde tiver livro, estarei lendo...

Ele se encaminhou para a porta, voltou-se.

- Por você vou ler 1 milhão de livros. Um bilhão. E aí você vai me admirar.

Quase disse 'gostar de mim', se conteve, apenas pensou que ela veria quanto uma paixão move um homem.

- Vou ler 1 trilhão de livros, vou ler todos os livros do mundo.

Liliani fez um aceno de cabeça e pensou: tomando-se a média de 120 páginas por livro e imaginando que ele demore três minutos para ler uma página, lerá um livro a cada 360 minutos, ou seja seis horas. Seis trilhões de horas, calculando por baixo, significam 250 bilhões de dias. Mais ou menos uns 70 bilhões de anos. Acho que não vou esperar, concluiu. Estou com fome. E saiu para o almoço."


Podem ler aqui o conto na íntegra. Trata-se de Conto de Natal à Minha Maneira, ou seja, à maneira de Ignácio de Loyola Brandão. Foi publicado no Jornal O Estado de São Paulo em 22 de Dezembro de 2006.

As bibliotecárias são assim, hihi, despertam paixões avassaladoras! ;)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Um Conto Súbito...BANG!

Eis um surpreendente Conto Súbito de Luís Filipe Silva que achei na Revista Bang n.º 3, publicação portuguesa dedicada à literatura fantástica editada pela Saída de Emergência. Pode fazer download dos números 3 e 4 desta revista aqui.


Contra a Demagogia

Funciona assim, sr. Presidente: fica residente no seu cérebro e vai contando as palavras que profere ao falar e escrever. Ao atingir o limite, zás! Abre os milhões de contentores de cianeto que lhe injectámos nas veias. E ao fim de cinquenta palavras...

-Cinquenta palavras?! – berrou o Presidente.

-Quarenta e oito... – corrigiu maliciosamente o terrorista. BANG!


"Bang" mesmo! Tão poucas palavras para tão grande efeito! Muuuuuiiiito fixe!


Luís Filipe Silva foi galardoado em 1991 com o prémio Caminho de Ficção Científica. É autor do Ciclo da GalxMente, composto à data pelos romances Cidade de Carne e Vinganças, e colaborou com João Barreiros no “Terrarium” - Um Romance em Mosaicos.Nos últimos anos tem mantido uma presença assídua na internet, onde publicou uma revista por email («Eventos») que se transformou no actual site TecnoFantasia.com.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Era uma vez a liberdade de escolha nas livrarias...



LIBERDADE DE ESCOLHA


Era uma livraria que vendia um único livro. Havia 100 mil exemplares numerados do mesmo livro. Como em qualquer outra livraria os compradores demoravam-se, hesitando no número a escolher.


Esta é uma história breve de Gonçalo M. Tavares, incluída no livro O Senhor Brecht (2004).



Será que as livrarias e os editores se empenham realmente na diversidade e na multiplicidade das publicações ou embarcam na onda comercial do "mais do mesmo" ? Porque será que eu tenho que comprar os livros que procuro na Amazon?


Podem ler mais sobre esta questão em Post Scriptum estival.


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Uma bibliotecária que faz sexo por ordem alfabética...

"A menina Julieta fechou a porta como era hábito, mas fechou-a consigo dentro da biblioteca, ela e o rapaz.
Perguntou-lhe o nome, porque ela não era dessas que nem sabia o nome dos rapazes com quem andava, repetiu o nome Armindo e agarrou-se-lhe ao pescoço arrastando-o para o depósito, para um dos corredores escuros, afastado da janela do móvel do arquivo. Ali, encostada ela à prateleira das letras A, B e C e ele de costas para o J, o L e o M, pois a biblioteca não tinha livros de autores começados por K, o rapaz e a menina Julieta possuíram-se um ao outro em igualdade republicana, ais mudos e bafos quentes quantificando e qualificando a intensidade do encontro.
O rapaz queria mais, o que era compreensível dada a perfeição da troca dos corpos um no outro. Ela, com um sorriso a chamar-lhe maroto e a si mesma marota, levou a mão atrás da cabeça, pegou num livro (eram os sonetos de Camões) e deu-lhe com ele ao de leve no cocuruto, enquanto o puxava para cima da mesa de apoio do depósito, onde apenas uma Lírica de Garrett esperava que a menina Julieta a devolvesse à prateleira do A, de Almeida. Ali, deitada na mesa, de pernas ao alto apoiadas no BA início do B e a Lírica a servir-lhe de almofada para a cabeça, o rapaz penetrou a menina Julieta e a menina Julieta penetrou o rapaz, se é que a imagem se pode usar só para que conste que aqueles dois tentavam com igual empenho, naquela alegria breve, ser apenas um. "
Este excerto é de um conto de Eduardo Cintra Torres, "A Biblioteca", publicado no site da Revista Ficções. Leia aqui o conto completo. Vale a pena!
A Ficções apresenta a primeira BIBLIOTECA ONLINE DO CONTO com o objectivo de tornar acessíveis a todos os leitores de língua portuguesa os textos integrais de alguns dos contos mais notáveis do século XIX português.

Publica igualmente contos enviados pelos seus leitores, como é o caso do acima citado.
É definitivamente um espaço que proporciona boas leituras!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Escrever um poema é como se fosse uma noite de amor...

"Escrever um poema é como se fosse uma noite de amor, escrever um conto é um namoro, mas escrever um romance é um casamento."
Amos Oz, escritor israelita

Fonte: Jornal a Dias

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