domingo, 25 de abril de 2010

A música da revolução da minha tenra infância

Em 1974 (eu tinha dois aninhos),  Paulo de Carvalho ganhava o festival da canção com E Depois Do Adeus, música senha da Revolução do 25 de Abril. Uma composição de José Niza.

Eu já não soube o que era a ditadura, a não ser como parte da história recente de Portugal.



E a letra desta música é linda!


"Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós".

Cyrano de Bérgerac, um dos meus filmes de eleição

Um filme belíssimo, um dos meus preferidos. Todo em verso conta uma história de amor comovente. Gérard Depardieu no seu melhor em Cyrano de Bérgerac, um clássico francês, aqui na versão de 1990. 

Cyrano é um  poeta irreverente e corajoso espadachim, apenas atormentado por um amor que considera impossível, inspirado pela doce Roxane, e que não se atreve a declarar por complexos físicos: a sua face encontra-se desfigurada por um nariz desmesurado.

Aqui fica uma sequência memorável em que Cyrano trava um duelo ao mesmo tempo que compõe uma balada. Tentem abster-se das legendas em inglês e seguir apenas a cadência, a sonoridade dos versos em francês. Memorável!

Uma valsa para um sorriso de Domingo, linda, linda, linda!!!

É A Sunday Smile dos Beirut.




All I want is the best for our lives my dear,
and you know my wishes are sincere.
Whats to say for the days I cannot bare.



A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile and we felt true. (and)



We burnt to the ground
left a view to admire
with buildings inside church of white.
We burnt to the ground left a grave to admire.
And as we reach for the sky, reach the church of white.



A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile and we felt true.

sábado, 24 de abril de 2010

A contadora de histórias para cabras


Descalça e feérica, de livro aberto no colo mas contando de cor, sob o olhar de uma audiência atenta (ao cheiro apetecível do papel). Diz-me a imaginação povoada de imagens dos contos infantis que as cabras são leitores apaixonados, príncipes letrados, vítimas de um cruel feitiço.

Peculiar fotografia de Tom Chambers.

Estatísticas sobre a vida sexual dos bibliotecários (1992): grandes malandros! :)))

"Will Manley is a retired librarian. In 1992, while working for the Wilson Library Bulletin, he sent a survey to subscribers about sex. 5,000 librarians responded, but the prudish Library Bulletin wouldn't publish the results. They've finally been released!
 
The Wilson Library Bulletin ("a professional journal published for librarians from 1914-1995") published the initial survey, but then fired Manley and refused to publish the results. Thanks to the increasing democratization of publishing technology, Manley was able to publish the results on his blog last week. This is a big day for anyone who has a sexy librarian fetish. (And, honestly, who doesn't?) Without further ado: According to "The 1992 Librarians and Sex Survey," of 5,000 librarians surveyed:

40% believed that "Playboy" should be in libraries
23% thought "Playgirl" should be in libraries
22% believed that libraries should have condom dispensers in their bathrooms
20% had "done it" in the library
91% had read "The Joy of Sex"
34% lost their virginity before age 18
4% were still virgins
20% believed that sex without love is bad sex
Only 1% had sex more than 7 times per week
50% had sex 1-2 times per week
30% had 2-5 partners in their lifetime
4% had more than 50
78% of female librarians felt they had been sexually harassed by a patron
7% of male librarians did

And our favorite:

When asked to pick the Shakespearean title that best described their first sexual encounter, 28% chose Comedy of Errors; 23% chose Midsummer's Night Dream; 22% chose Much Ado About Nothing; 21% chose All's Well That Ends Well; and 6% chose Rape of Lucrece.


Podem ler mais desvarios estatísticos, apropriados para quem tem um fétiche por bibliotecári@s no blogue de Will Manley, esse grande maluco... :)))


Fonte: Gawker

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Uma citação literária para quem gosta de xadrez



"Most gods throw dice, but Fate plays chess, and you don’t find out til too late that he’s been playing with two queens all along".



Terry Pratchett

Michelle Pfeiffer & Jeff Bridges - Makin' Whoope: tremendamente sexy!!!



Michelle Pfeiffer & Jeff Bridges - Makin' Whoope (The Fabulous Baker Boys) , 1989
É sempre bom rever.

Hoje comemora-se o Dia Mundial do Livro!

A DGLB está a articular este dia (23 de Abril) com o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social através da campanha Um livro faz-me mais rico, em colaboração com as Bibliotecas Municipais.(BM) .


O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril. Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia desapareceram escritores como Cervantes e Shakespeare.

A ideia da comemoração do DIA MUNDIAL DO LIVRO teve origem na Catalunha: a 23 de Abril, dia de São Jorge, é oferecida uma rosa a quem comprar um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo.


Em 2010, a DGLB vai articular esta data com o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social. Também a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas estará presente nesse dia, pelas 11 horas, na Biblioteca da Associação Cultural Moinho da Juventude no Alto da Cova da Moura, numa cerimónia simbólica de oferta de livros. Esta biblioteca, inaugurada em Janeiro de 2006, recebeu o nome do poeta António Ramos Rosa, que a apadrinhou. Desde então, vários projectos de promoção da leitura têm vindo a ser desenvolvidos com crianças, jovens e famílias. Alguns deles, dinamizados por Miguel Horta, têm recebido o apoio da DGLB.


Os cartazes que assinalam as duas efemérides são da autoria do ilustrador José Manuel Saraiva.


Um livro faz-me mais rico: Veja quais as bibliotecas aderentes AQUI.

Fonte: DGLB

5 Investigadores, 5 Livros, 5 Razões para os Ler



No Dia Internacional do Livro, que se comemora hoje, 23 de Abril, o Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva, em colaboração com a FNAC, convidou cinco investigadores a partilharem os seus livros científicos preferidos.

O encontro do público com José Xavier (Instituto do Mar da Universidade de Coimbra), David Marçal (investigador e autor de humor científico), Carlota Simões (Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra), Miguel Castelo Branco (Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem) e João Fernandes (Observatório Astronómico de Coimbra) terá lugar às 18h30 na FNAC do Centro Comercial Vasco da Gama, na zona do Parque das Nações. A entrada é gratuita.

Ao longo dos próximos meses, os apaixonados da ciência e da tecnologia são convidados a registar no site da Ciência Viva as suas obras de eleição, explicando o porquê da escolha. João Lobo Antunes, Carlos Fiolhais, Fraústo da Silva, António Firmino da Costa, Nuno Crato e Jorge Buescu são alguns dos investigadores que já responderam ao desafio da Ciência Viva "Os Livros que Queremos Ler".

O Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva ganhou o Prémio Rock in Rio Atitude Sustentável 2010 na categoria Educação, em representação da Rede Nacional de Centros Ciência Viva.

sábado, 17 de abril de 2010

O beijo erótico de Jorge de Sena

O Beijo



Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.


Jorge de Sena

As rosas e as ervas daninhas do ímpar jardim humano português


«Os manuais de jardinagem explicavam que um jardim sem muro era mais propenso ao ataque das ervas daninhas. Com um muro alto, era mais difícil as sementes disseminarem-se pela acção do vento. Por outro lado, a sombra do muro impedia a proliferação dessas ervas que, por serem endémicas, preferiam o sol. Havia espécies de plantas ornamentais que se davam bem à sombra e os manuais aconselhavam o seu plantio. Nada disto, porém, era exacto. Apesar do muro, no jardim do sr. Lindolfo proliferavam os dentes-de-leão, as leitugas, as macelas e os beldros. Enquanto isso, as rosas, as petúnias e os amores-perfeitos, se não fossem constantemente vigiados, estiolavam.

O jardim humano, mesmo assim, era bem mais complexo. Os muros que a sociedade foi construindo para salvaguardar uma pretensa moral iam desabando. Nenhum herbicida, nenhuma monda seria capaz de expurgar os dentes-de-leão da sociedade. Simplesmente porque deixaram de ser considerados ervas daninhas. São ervas entre outras, com a sua especificidade, as suas características próprias, fruto dos mil caprichos da natureza.»



Esta é uma passagem de Jardim sem Muro, de José Leon Machado (2007), o último livro que li. Depois de ler A Estrada, estava a precisar de uma leitura mais leve e bem-humorada e achei-a nesta colectânea de contos. Trata da vida de personagens que nos parecem pessoas reais, mais ainda, familiares. Poderiam ser nossos vizinhos, colegas, "portugas" como nós. :) Sobretudo gente do norte, muitos emigrantes portugueses, alguns professores, algumas imigrantes brasileiras...

Neste livro não há deslumbres de linguagem, malabarismos linguísticos ou overdoses de recursos estilísticos. O escritor não se dispersa. Não há excessos. A escrita é enxuta e não há lugar para palavras supérfluas. (O que não é fácil de conseguir: aliás é esse o desafio do conto enquanto narrativa curta).

É a ironia que confere a estes contos o seu principal factor de atracção. É difícil suspender a  leitura  a meio de um conto: a expectativa inquieta e diverte. O travo irónico da escrita promete a recompensa e o sorriso que vem com o ponto final.

 
Conheça o Calheiros, pequeno empresário da construção civil, cinquentão atrevido que tenta seduzir uma jovem estagiária com idade para ser sua filha. No conto A Nova Gestora.

Em O Despiste, veja como o Mouta, emigrado na Suiça com a mulher e os filhos, vindo passar o Natal sozinho à terra natal, sucumbe a  um momentâneo acesso de fervor religioso entre duas idas à casa de alterne local.

Internautas é sobre as andanças de Lucas, funcionário de repartição de finanças que, aos 34 anos, apanhou o vício da Internet, dos chats românticos (será que detecto aqui um oxímoro?) e das visitas assíduas aos sites pornográficos. É numa dessas noitadas virtuais que conhece a Doidinha, fogosa brasileira, com quem inicia relação romântica e sexual transatlântica.

Quanto a Os Canalizadores, saiba que se o título do conto pode parecer banal e pouco literário, nas suas linhas vai encontrar o mito de Adão e Eva entre canos, tubos de cobre e PVC. :) 
Recomendo vivamente a leitura destes contos em cuja leitura encontramos a ironia que reconhecemos na vida.
 
"Jardim sem Muro é uma colectânea de dezanove contos. As personagens baseiam-se nalguns dos tipos da sociedade portuguesa actual, aparecendo vendedores de automóveis em segunda mão, comerciantes de tintas e vernizes, empreiteiros, serralheiros, canalizadores, carpinteiros, electricistas, professores do ensino secundário, funcionários das Finanças, estudantes de Psicologia, reformados, emigrantes, agentes de segurança, viciados na Internet, coleccionadores de selos e moedas, especialistas em ciências ocultas, frequentadores de casas de alterne e respectivas funcionárias. Os políticos, por evidente falta de utilidade na sociedade, são das poucas figuras com que o autor não perdeu tempo nem gastou papel. Os contos, escritos num tom divertido, deixam transparecer o sorriso sarcástico de Eça de Queirós e o piscar de olho malandro de David Lodge". (Edições Vercial).


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Jogos de computador e Web 2.0 – Desafios para a formação dos bibliotecários

"Há muito que o termo “bibliotecário” evoca uma imagem algo estranha, empoeirada e ultrapassada, de alguém que colige, indexa e transmite a herança e o conhecimento da humanidade que se encontra  especialmente em formato impresso, obrigando a um trabalho em certa medida conservador, cuidado e ponderado. Mas, com o passar do tempo, o bibliotecário evoluiu e com ele evoluíram também a mediação do conhecimento e da comunicação, uma evolução tão bem sucedida e discreta que, para a maioria das pessoas, a verdadeira função do bibliotecário se tornou quase uma incógnita.

Com a transformação da internet numa ferramenta de comunicação e informação à escala global, a validação e legitimação da profissão dos bibliotecários torna-se uma necessidade. Se é possível comunicar, encontrar e disponibilizar informação livremente na Internet, para que servem os bibliotecários, profissionais que nunca
foram vistos como sendo particularmente inovadores ou apologistas das tecnologias? A comunicação através do computador é muito mais abrangente, rápida e independente do que a mediada de forma tradicional pelos bibliotecários, não estando limitada pelo tempo, espaço ou suporte físico.

Depois da letargia e da auto-comiseração, muitos bibliotecários aceitaram os novos desafios: reconheceram que a limitação aos suportes físicos não fazia sentido e constataram que a comunicação através do computador, devido ao seu imediatismo e paralelismo, (1:1, 1:v; v:1 e v:v), pode levar a um excesso de informação. Torna-se assim necessário encontrar especialistas que ajudem a desbravar esta selva da informação.

Impõem-se então algumas questões: conseguirão os bibliotecários ajudar? Conseguirão acompanhar as evoluções tecnológicas de ponta? E deverão fazê-lo? Como serão transmitidos no futuro os conteúdos culturais e científicos? Como se alterou a aprendizagem e, em consequência, o utilizador? O que significam os novos media como os jogos de computador e a Web 2.0 para o trabalho futuro do bibliotecário e como é que isso irá influenciar a formação profissional do bibliotecário? Poderemos ter, no futuro, apenas uma formação única para o bibliotecário ou irá este passar a ser apenas um termo geral que engloba várias actividades multifacetadas? As novas tarefas e objectivos não irão requerer também novas cooperações e redes? E quem serão os parceiros?

Estas são questões que, devido à sua complexidade, deverão ser abordadas de igual forma pela sociedade, pelo indivíduo e pelo bibliotecário. O Goethe-Institut Portugal pretende assim abrir a discussão com a organização de uma conferência. Grupo-alvo serão, naturalmente, os próprios bibliotecários, mas também professores de instituições de ensino superior, associações profissionais e ministérios".

No âmbito do projecto “Realidades Virtuais”, o Goethe-Institut Portugal, em colaboração com a APBAD, o Instituto Franco-Português, o Instituto Cervantes, o Instituto Ibero-Americano da Finlândia e o Instituto Italiano de Cultura organiza a conferência internacional “Videojogos e Web 2.0: desafios para a formação dos bibliotecários”, que irá contar com a presença de especialistas de Portugal, da Alemanha, de França, de Espanha, de Itália e da Finlândia.







20 de Maio de 2010, Auditório do Goethe-Institut Portugal
Entrada gratuita mediante inscrição

Fonte: Goethe-Institut Portugal





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