quarta-feira, 26 de junho de 2013

Escritores são estranhos híbridos... / "...writers I know are weird hybrids."




“Most of the writers I know are weird hybrids. There’s a strong streak of egomania coupled with extreme shyness. Writing’s kind of like exhibitionism in private. And there’s also a strange loneliness, and a desire to have some kind of conversation with people, but not a real great ability to do it in person.”

David Foster Wallace 


Sinceramente, gostava de ter sido eu a escrever isto! Que inveja! Na mouche!

Tá certo, tá certíssimo! / There can be no doubts


terça-feira, 25 de junho de 2013

Os rituais diários de grandes escritores / Daily Rituals: How Artists Work





Os rituais diários de grandes escritores
O que os hábitos e manias de autores de sucesso nos ensinam sobre produtividade

Por Danilo Venticinque


"Uma das fórmulas mais eficientes para se tornar improdutivo é passar o dia lendo sobre produtividade. A internet e as prateleiras de autoajuda estão cheias de textos que querem nos ensinar a trabalhar melhor. Seus conselhos muitas vezes se contradizem. Compará-los é uma tarefa para várias tardes ociosas, que poderiam ser aproveitadas de outras formas — trabalhando, por exemplo.

(...)

Talvez por duvidar dos mercadores da produtividade, o escritor americano Mason Currey buscou inspiração noutro tipo de guru. Obcecado pela rotina diária de grandes artistas, ele decidiu reunir informações sobre seus métodos de trabalho. O resultado da pesquisa está no livro Daily rituals (Knopf, 304 páginas), recém-lançado nos Estados Unidos. "Quase todos os dias da semana, por um ano e meio, eu acordei às 5h30 da manhã, escovei os dentes, tomei uma xícara de café e me sentei para escrever sobre como as mentes mais brilhantes dos últimos quatro séculos se dedicavam a essa mesma tarefa — encontrar tempo para fazer seu melhor trabalho e organizar seus horários para trabalhar de forma produtiva e criativa." O resultado é um simpático almanaque biográfico, com detalhes mundanos sobre 161 mentes geniais, e um guia de produtividade capaz de consumir alguns dias de preguiça".

Leia na íntegra AQUI.







Um livro que fica na calha para leitura futura, Daily rituals, onde o americano Mason Currey descreve os hábitos de trabalho de 161 artistas. Não sei se para bem da minha produtividade ou do meu  ócio.

Escrever era catártico para Anne Frank / "I can shake off everything as I write" said Anne Frank



"I can shake off everything as I write; my sorrows disappear, my courage is reborn". 

Um trampolivro


Alexandre Reis

Escrevendo e Semeando,  no Facebook


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Poesia Matemática




Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
frequentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.


Millôr Fernandes

Singularidades de uma Rapariga Loura, de Eça de Queirós: download gratuíto


O Projecto Adamastor disponibiliza agora on-line e em formato .epub este conto de Eça de Queirós, Singularidades de uma Rapariga Loura, originalmente publicado em 1902. 

Eu já li este conto, aliás li todos os contos do Eça, há muito tempo mas ainda tenho uma vaga ideia do pobre Macário apaixonado por uma rapariga loura que tinha uma singularidade bastante problemática: era cleptomaníaca. E foi daí que veio o desgosto amoroso. 

Embora eu já tenha dito demais, vale a pena ler, aliás como tudo do Eça. Está à distância de dois cliques: o primeiro é AQUI.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

As flores agradecidas

Mónica Carretero



"Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura".


Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Projecto Diga um Poema




Projecto de leitura e arquivo colaborativa/o de poesia de poetas portugueses.
Escolha um poema de um poeta português. Diga o poema. Grave (Recomendamos - http://soundcloud.com/) e partilhe na nossa página. Simples. «Diga um Poema!»

"Este é um projecto que nasce hoje. Um projecto que é uma ideia simples. Escolher um poema de um poeta português. Dizer o poema num espaço público. Gravar o som desse momento. Partilhar. Simples. E com isto, procurar catalogar uma paisagem sonora, de Bragança a Faro, de vozes, formas de dizer, de falar, de sentir a Poesia em Portugal. Num país de poetas, diga um poema!"

Saiba mais AQUI.



terça-feira, 18 de junho de 2013

Diálogos difíceis na sua simplicidade / Sometimes talking is so difficult!





- Gostas de mim?
- Gosto.
- Gostas como?
- Gosto de estar contigo. De falar contigo.
- Queres namorar?
- Não.
- Porquê?
- Porque já não ia ser igual.
- Igual?
- Sim. Igual ao que temos agora.
- Porquê?
- Porque o princípio é sempre a parte melhor.
- Queres ficar sempre no princípio?
- Se for possível...
- Então, não queres ter ninguém para sempre...
- Talvez não.
- És complicada.
- Se não namorar sou menos.
- Tens medo que eu não goste da tua complicação?
- Tenho a certeza que não vais gostar.
- Como é que sabes?
- Porque acho que conheço alguma coisa das pessoas.
- Achas?
- Talvez.
- E do amor?
- Conheço pouco.
- Então, também não podes conhecer muito das pessoas.
- Talvez tenhas razão, mas não me apetece discutir isso agora.
- Então o que queres discutir?
- Nada. Só ficar assim a olhar para quem passa e falar de banalidades.
- Queres falar de banalidades para sempre?
- Não. Podemos falar de assuntos importantes, desde que não seja sobre nós.
- Assim não vão ser importantes.
- Para ti é essencial falar de nós?
- É.
- Para quê?
- Porque gosto de ti. Achas pouco?
- Acho muito. Por isso não vamos deitar tudo a perder.
- A perder?
- Sim. Se começamos a falar de nós fica tudo complicado e os problemas aparecem.
- Problemas como?
- Vais querer saber como foi a minha vida. Vamos cobrar um ao outro. Vais querer fazer amor comigo só porque achas que tens direito.
- Direito? Só fazemos amor se quiseres!
- Mentira. Só dizes isso porque estás muito romântico agora, mas depois... Depois vais começar a tocar-me, a sentir desejo...
- E então?
- Então? Então eu vou sentir-me na obrigação de fazer amor contigo para que não me aches esquisita.
- Tu fazes amor para que não te achem esquisita?
- Faço amor para me acharem normal. Dá-me um cigarro.
- Estás nervosa?
- Sim. Estou a fazer um esforço por ser sincera e não estou habituada



LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin