domingo, 11 de julho de 2010
A literatura é para os insatisfeitos?
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
6 livros, 6 autores lusófonos, 6 euros...nada mau!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Um livro tem várias almas
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Quatro citações de Olivier Rolin
Olivier Rolin, escritor francês de 62 anos fala de literatura, língua, a verdadeira recompensa de um escritor e tradução:
domingo, 8 de novembro de 2009
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Acabei de ler...e estou agora a ler...
Um livro onde nada é preto no branco, em que é difícil condenar ou perdoar...e é aí que reside o seu encanto.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Porque a literatura é memória.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Sobre "O Carteiro de Pablo Neruda"
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Gosto desta revista sobre livros
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Qual o futuro dos blogues literários, os "litblogs"?
Via Bibliotecário de Babel
sexta-feira, 3 de abril de 2009
O Décimo Círculo de Jodi Picoult
Cheio de ilustrações que reflectem a profundidade da angústia desta família, O Décimo Círculo é um romance cativante e absorvente que revela de uma forma brilhante o coração desesperado de uma jovem e do pai que tenta salvá-la” (Texto do editor)
Este foi o único factor de atracção que me fez pegar no livro, depois de o texto na contra-capa me ter assustado…pensei que seria uma história tão dramática que tornaria penosa a leitura. Mas Picoult, que eu descobri agora através deste livro, é uma escritora competente. A sua analogia da história da família Stone com o Inferno de Dante é boa…entramos no mundo da banda desenhada e ainda vislumbramos pistas sobre a vida e a cultura do Alaska!
O maior mérito (a seguir à articulação enredo-banda desenhada) é a de, a propósito da relação sempre intensa e subjectiva entre pais e filhos, sobretudo adolescentes, mostrar que nem tudo é preto no branco. Vive-se numa larga faixa cinzenta em que se torna por vezes difícil distinguir o certo do errado, a verdade da mentira. As aparências iludem, há uma sucessão de enganos e desenganos… sem certezas nem verdades absolutas, só verdades parciais/pessoais/subjectivas com as quais é preciso conviver…e quando a convivência se torna impossível…aí é o inferno.
É uma leitura que recomendo.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Uma migalha da graça de "O Carteiro de Pablo Neruda"
Pelos dias em que cronologicamente começo esta história — que tal como os hipotéticos leitores notarão arranca entusiasta e termina sob o efeito de uma profunda depressão — o director reparou que a minha passagem pela boémia tinha aperfeiçoado perigosamente a minha palidez e decidiu encomendar-me um serviço à beira-mar, que me consentisse uma semana de sol, vento salino, marisco e peixe fresco, e de caminho importantes contactos para o meu futuro. Tratava-se de assaltar a paz marítima do poeta Pablo Neruda, e através de encontros com ele, conseguir para os depravados leitores do nosso pasquim uma coisa assim, palavras do meu director, «como que a geografia erótica do poeta». Afinal de contas, e em bom chileno, fazer-lhe falar do modo mais gráfico possível das mulheres que tinha engatado.
Hospedagem na pensão da Ilha Negra, viático de príncipe, automóvel alugado à Hertz, e empréstimo da sua Olivetti portátil, foram os satânicos argumentos com que o director me convenceu a levar a cabo a ignóbil proeza. A estas argumentações, e com o idealismo da juventude, eu acrescentava outra acariciando um manuscrito interrompido na página 28: à tarde iria escrever a crónica sobre Neruda e durante as noites, ouvindo o som do mar, avançaria com o meu romance até acabá-lo. E mais, propus-me uma coisa que se tornou obsessão, e que me permitiu também sentir uma grande afinidade com Mario Jiménez, o meu herói: conseguir que Pablo Neruda prefaciasse o meu texto. Com esse valioso troféu bateria às portas da Editorial Nascimento e conseguiria ipso facto a publicação do meu livro dolorosamente adiado.
(...)
(...)
Beatriz González, (...) quis que eu contasse por ela a história de Mario, «não importa quanto demorasse nem quanto inventasse». Assim, desculpado por ela, incorri em ambos os defeitos".
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Google Book Search: o monopólio ou a democratização da informação?
"In 2002, (...) according to Google’s official history, it began a “secret ‘books’ project.” Today, that project is known as Google Book Search and, aided by a recent class-action settlement, it promises to transform the way information is collected: who controls the most books; who gets access to those books; how access will be sold and attained. There will be blood, in other words.
Like the oil barons in the late 19th century, Google is thirsty for a vital raw material — digital content. As Daniel J. Clancy, the engineering director for Google Book Search, put it, “our core business is about search and discovery, and search and discovery improves with more content.”
O grande encanto e desafio da profissão de bibliotecário está precisamente, pelo menos para mim, no processo de busca e descoberta dos conteúdos.
He can even sound like a prospector when he says Google began its effort to scan millions of books “because there is a ridiculous amount of information out there,” he said, later adding, “and we didn’t see anyone else doing it.”
But there is a crucial difference. (…) when Google copies a book the original remains.
Instead, the “property” being taken is represented by copyrights and other kinds of ownership. There will be lawsuits.
In the latest issue of The New York Review of Books, Robert Darnton, the head of the Harvard library system, writes about the Google class-action agreement with the passion of a Progressive Era muckraker.
“Google will enjoy what can only be called a monopoly — a monopoly of a new kind, not of railroads or steel but of access to information,” Mr. Darnton writes. “Google has no serious competitors.”
He adds, “Google alone has the wealth to digitize on a massive scale. And having settled with the authors and publishers, it can exploit its financial power from within a protective legal barrier; for the class action suit covers the entire class of authors and publishers.”
Google is certainly solidifying a dominant position in the world of books by digitizing the great collections of the world. It relies on a basic mathematical principle: no matter how many volumes Harvard or
The class-action settlement (which a judge must still approve), Mr. Darnton writes, “will give Google control over the digitizing of virtually all books covered by copyright in the
As long as Google has a set of millions of books that it uniquely can offer to the public, he argues, it has a monopoly it can exploit. You want that 1953 treatise on German state planning? You’ll have to pay. Or, more seriously, your library wants unfettered access to these millions of books? You’ll have to subscribe.
While Harvard has allowed Google to digitize its public domain holdings, it has thus far not agreed to the settlement. “Contrary to many reports, Harvard has not rejected the settlement,” Mr. Darnton wrote in an e-mail message, in which he said his essay was “not meant as an attack on Google.” “It is studying the situation as the proposed accord makes its way through the court.”
To professors who track the fast-changing nature of content on the Internet, not to mention Google officials, the idea of Google as a robber baron is fanciful. Google has no interest in controlling content, Mr. Clancy said, and in the few cases where it does create its own content — maps or financial information, for instance — it tries to make it available free.
Eben Moglen, a law professor at
To those who write about the significance of Google Book Search — and a bit of a cottage industry has formed online in a few months — it is not Google’s role as the owner of content that preoccupies them. Rather it is the digitization itself: the centralization — and homogenization — of information.
To Thomas Augst, an English professor at New York University who has studied the history of libraries, including those in the past that were run as businesses, what is significant is that the digitization of books is ending the distinction between circulating libraries, meant for public readers, and research libraries, meant for scholars. It’s not as if anyone from the public can walk into the Harvard library.
“A positive way to look at what Google is doing,” he said, “is that it is advancing the circulating of books and leveling these distinctions.”
In a final twist, however, the digital-rights class-action agreement has the potential to make physical libraries newly relevant. Each public library will have one computer with complete access to Google Book Search, a service that normally would come as part of a paid subscription.
One of Mr. Darnton’s concerns is that a single computer may not be enough to meet public demand. But Mr. Augst already can see a great benefit.
Google is “creating a new reason to go to public libraries, which I think is fantastic,” he said. “Public libraries have a communal function, a symbolic function that can only happen if people are there”.
Os sublinhados a negrito são meus.
Podem ler o artigo na íntegra aqui»
Na Internet, e em Português, podemos ler "Acerca da Pesquisa de livros do Google":
- "Pesquisar
A Pesquisa de livros funciona tal como a pesquisa na Web. Experimente procurar na Pesquisa de livros do Google ou em Google.com. Quando encontramos um livro cujo conteúdo corresponde aos termos da pesquisa, apresentamos um link para o mesmo nos resultados da pesquisa. - Consultar livros on-line
Se o livro não estiver protegido por direitos de autor ou se a editora nos tiver dado autorização para o efeito, poderá ver uma pré-visualização do livro e, nalguns casos, o texto integral. Se for de domínio público, poderá transferir livremente uma cópia em formato PDF. - Mais informações – rápidas
Criámos páginas de referência para cada livro, a fim de que possa encontrar rapidamente todos os tipos de informação relevantes: críticas de livros, referências da Web, mapas e muito mais. - Compre o livro... ou requisite-o da biblioteca
Se encontrar um livro que lhe agrade, clique nos links "Comprar este livro" e "Requisitar este livro" para ver onde pode comprá-lo ou requisitá-lo. - Qual a origem dos livros?
Actualmente, ligamos os leitores aos livros de duas formas: o Programa para parceiros e o Projecto biblioteca." -
"O objectivo do Projecto biblioteca é fazer com que as pessoas encontrem mais facilmente livros relevantes – especificamente, livros que não encontrariam de qualquer outra forma, tais como os que se encontram esgotados – respeitando escrupulosamente os direitos de autor de editoras e autores. O nosso objectivo fundamental consiste em trabalhar com editoras e bibliotecas para criar um catálogo de fichas virtual, abrangente e pesquisável de todos os livros existentes em todos os idiomas, que ajude os utilizadores a descobrir novos livros e as editoras a encontrar novos leitores".
A Google explica também como chegou a um acordo inovador com autores e editoras aqui.
Através da Pesquisa de livros do Google, pode agora pesquisar o texto integral de cerca de 7 milhões de livros.
Experimentem então o Google Book Search/Pesquisa de livros do Google aqui»
Deixo-vos os links para algumas obras disponíveis em texto integral:
A cidade e as serras, por Eça de Queirós
Moby-Dick, Or, the Whale, por Herman Melville (nada melhor do que ler este "testamento" no écran para marcar uma consulta para o oftalmologista!Se bem que tem a opção de aumentar bastante o texto.)
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Cinco citações de José Luís Peixoto sobre Literatura
"A leitura depara-se com uma série de obstáculos, é muito mais fácil sentarmo-nos no sofá a ver televisão do que a ler um jornal até. E a questão parece ser esta sociedade de facilistismo em que deixou de se perceber que as coisas que dão algum trabalho também são as que dão mais prazer, porque são conquistadas. A leitura dá algum trabalho e temos de conquistar um espaço para ela na nossa vida, temos de nos empenhar para absorvê-la completamente, para que faça sentido. Isso é que se perdeu um pouco de vista, mas penso que quem procura acabará por encontrar e tenho esperança de que as pessoas não deixem de procurar, não desistam, porque baixar os braços é ficar sempre no mesmo sítio".
"A forma e o conteúdo são indissociáveis e a qualquer livro que não tome isso em consideração falta uma noção fundamental da literatura. Se a forma não servir o conteúdo não me interessa, se por outro lado a forma for uma sucessão de malabarismos literários sem nenhum outro propósito também não me interessa".
"Tem de se ser verdadeiro na escrita, porque os leitores sentem. A mentira é impossível na boa literatura. E o que procuro, mais do que a beleza ou qualquer outra coisa, é a verdade, livro após livro, tentando desvendar um pouco mais de mim e esperando que essa possa ser uma forma de desvendar alguma coisa dos outros e que eles também se vejam reflectidos nessa procura que faço".
"A escrita, ou a arte, para ser mais abrangente, cumpre funções que mais nenhuma área consegue cumprir. (...) Sinto que há poucas experiências tão interessantes como quando se lê um livro e se percebe "já senti isto, mas nunca o tinha visto escrito", procurar isso, ou procurar escrever textos que façam sentir isso, é uma das minhas buscas permanentes. Trata-se de ordenar, de esquematizar, não só sentimentos como ideias que temos de uma forma vaga mas que entendemos melhor quando os vemos em palavras. Trata-se também de construir empatia: através da leitura temos oportunidade de estar na pele de outras pessoas e de sentir coisas que não fazem parte da nossa vida, mas que no momento em que lemos conseguimos perceber como é. E isso faz-nos ser mais humanos. Na leitura e na escrita encontramo-nos todos naquilo que temos de mais humano".
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Saramago: a literatura alimenta mas não engorda
«Perhaps it can't do great things for the body, but the soul needs literature like the mouth needs bread.» disse José Saramago em entrevista ao The Independent.