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domingo, 11 de julho de 2010

A literatura é para os insatisfeitos?

Prefiro pensar que é para os sonhadores. Há sonhadores satisfeitos.  :)
Does Alice dream of wonderland?



"Sanity may be madness but the maddest of all is to see life as it is and not as it should be".



Don Quixote




"Literature says nothing to those human beings who are satisfied with their lot, who are content with life as they now live it. Literature is the food of the rebellious spirit, the promulgator of non-conformities, the refuge for those who have too much or too little in life. One seeks sanctuary in literature so as not to be unhappy and so as not to be incomplete. To ride alongside the scrawny Rocinante and the confused Knight on the fields of La Mancha, to sail the seas on the back of a whale with Captain Ahab, to drink arsenic with Emma Bovary, to become an insect with Gregor Samsa: these are all ways that we have invented to divest ourselves of the wrongs and the impositions of this unjust life, a life that forces us always to be the same person when we wish to be many different people, so as to satisfy the many desires that possess us.



Mario Vargas Llosa, “Why Literature?”
 
Citações via Booklover

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

6 livros, 6 autores lusófonos, 6 euros...nada mau!



A revista VISÃO vai lançar, a partir de dia 4 de Fevereiro, uma colecção de seis livros de alguns dos mais talentosos e conceituados autores de países de língua portuguesa. Angola, Moçambique, Guiné, Brasil, Cabo Verde e Portugal são os países de origem dos autores, através da língua portuguesa, aproximam três continentes separados pela distância.
O primeiro livro será do autor Mia Couto com romance "A Varanda de Frangipani". Segue-se Pepetela, Chico Buarque, Germano de Almeida, Filinto Barros e José Cardoso Pires. Cada livro será vendido com a revista, por apenas mais € 1.





Datas de lançamento:
4 de Fevereiro - Mia Couto - A Varanda do Frangipani
11 de Fevereiro - Pepetela - Parábola do Cágado Velho
18 de Fevereiro - Chico Buarque - Estorvo  
25 de Fevereiro - Germano de Almeida - Dois Irmãos  
Dia 4 Março - Filinto Barros - Kikia Matcho
Dia 12 Março  - José Cardoso Pires - O Hóspede de Job
Fonte: Visão

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um livro tem várias almas


“Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte.
Carlos Ruiz Zafón em “A sombra do vento”


Encontrei esta citação num blogue que acabei de descobrir: Segredo dos Livros - Sugestões e Críticas Literárias

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Quatro citações de Olivier Rolin


Olivier Rolin, escritor francês de 62 anos fala de literatura, língua, a verdadeira recompensa de um escritor e tradução:


Se não existisse a literatura, esqueceríamos a cada geração o que se passou. Graças à literatura, podemos ser um homem ou uma mulher do século XX, ou do século XIX, eu posso ser Madame Bovary, Anna Karenina, Dom Quixote… – posso ter mil vidasSe não fosse a literatura, apenas teria a minha pequena vida. É claro que também há o cinema, também há as outras artes, mas aquela que permite multiplicar a vida assim é a literatura".




“A literatura é o que mantém o conhecimento e o amor pela língua, e sabemos muito bem que agora as línguas estão cada vez mais esquecidas, são cada vez mais simplificadas, as pessoas utilizam um vocabulário cada vez mais reduzido. Ora, é com a língua que pensamos, que reflectimos. Se temos muitas palavras e formas linguísticas e utilizarmos apenas algumas centenas ou milhares de palavras e de formulações muito simples, teremos também um pensamento muito simplista. A literatura é também aquilo que, no fundo, nos permite, através da língua, pensar. Tem uma importância enorme, mesmo que não sirva para nada. Serve para pensar, simplesmente."




Se um grande pintor ou um outro grande escritor me dissessem que tinham achado o meu livro magnífico, creio que seria uma grande recompensa. Creio que o que mais honra um escritor é isso: era se, por exemplo, António Lobo Antunes me dissesse que gosta dos meus livros”. 




"A tradução, o facto de o livro existir noutra língua e para outros públicos, que não são iguais, têm outro imaginário, fazem parte de outro mundo, para mim é muito importante. Prefiro ser traduzido em cinco, seis, dez línguas, ser bem traduzido, e ser lido nessas línguas, do que ser muito, muito lido em França. Se puder escolher entre as duas coisas, prefiro esta, esse prolongamento da vida do livro que dá o facto de ser traduzido para inglês, português, espanhol…"




Fonte: Destak

domingo, 8 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Acabei de ler...e estou agora a ler...




Muito, muito bom...as irmãs Brontë surpreendem-me! Tendo em conta a época em que viveram, enquanto mulheres... apesar de presas à sua condição e a vidas difíceis, o que adivinhamos das suas mentes pelo que escreveram demonstra grande independência e liberdade de pensamento. 



Um livro onde nada é preto no branco, em que é difícil condenar ou perdoar...e é aí que reside o seu encanto.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Porque a literatura é memória.

"Porque a literatura é memória. A literatura o que faz é resgatar os mortos. Há um poema de Thomas Hardy sobre a segunda morte, a morte definitiva, que é quando já não existe ninguém que se lembre de nós. Pois a literatura é uma batalha para que essa segunda morte não aconteça. É como Orfeu buscando Eurídice no inferno. É arrancar os mortos à morte. E é também como se os mortos se agarrassem a nós com todas as forças, para não morrer de vez. A literatura não pode ser outra coisa a não ser isto. Uma batalha contra o esquecimento, contra a morte. Porque as palavras não morrem. Porque a linguagem não morre."

Javier Cercas
 
Fonte: o blogue do escritor João Tordo que venceu este ano a sexta edição do Prémio Literário José Saramago com "As Três Vidas". Aqui.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sobre "O Carteiro de Pablo Neruda"

-->


A vida na Ilha Negra é entediante para Mario
-->Jiménez, um jovem pescador que procura uma forma de subsistir sem ter de se dedicar à pesca, como a maior parte dos habitantes da ilha.  Mario decide então abandonar o seu ofício para se converter no carteiro da ilha, onde só Pablo Neruda recebe correio. Mario e o poeta constroem gradualmente uma relação extremamente forte. Se Mario, aos poucos, aprende a escrever sobre a profundidade dos seus sentimentos pela sua apaixonada Beatrice (é verdadeiramente delicioso o diálogo em que Neruda ensina a Mario o que é uma metáfora), Neruda ganha, em troca, um ouvinte compreensivo para as suas confissões saudosistas acerca do país. 

Entretanto, Salvador Allende ganha as eleições e as mudanças políticas sucedem-se vertiginosamente no país até acabarem por afectar gravemente as vidas dos habitantes da Ilha Negra.

A partir da
--> amizade entre o grande poeta  Pablo Neruda e o humilde carteiro que o venera e que com ele quer aprender poesia (a acção do romance passa-se por volta de 1970,  até à morte do poeta em 1973) ficamos a saber um pouco mais sobre a história do Chile e as suas tormentas políticas. 

Mas apreendemos tudo com prazer através da mestria na escrita e do humor de Antonio Skármeta. É muito, muito bom!
Deixo aqui alguns excertos do preâmbulo que abrem logo o apetite para a leitura:
"Nos gabinetes húmidos dessa redacção agonizavam todas as noites as minhas ilusões de ser escritor. Ficava até de madrugada a começar novos romances que deixava a meio do caminho desiludido com o meu talento e a minha preguiça. Outros escritores da minha idade obtinham considerável sucesso no país e até prémios no estrangeiro: o da Casa das Américas, o da Biblioteca Breve Seix-Barral, o da Sudamericana e Primera Plana. A inveja, mais que um incentivo para acabar alguma vez uma obra, funcionava em mim como um duche frio.  
Pelos dias em que cronologicamente começo esta história — que tal como os hipotéticos leitores notarão arranca entusiasta e termina sob o efeito de uma profunda depressão — o director reparou que a minha passagem pela boémia tinha aperfeiçoado perigosamente a minha palidez e decidiu encomendar-me um serviço à beira-mar, que me consentisse uma semana de sol, vento salino, marisco e peixe fresco, e de caminho importantes contactos para o meu futuro. Tratava-se de assaltar a paz marítima do poeta Pablo Neruda, e através de encontros com ele, conseguir para os depravados leitores do nosso pasquim uma coisa assim, palavras do meu director, «como que a geografia erótica do poeta». Afinal de contas, e em bom chileno, fazer-lhe falar do modo mais gráfico possível das mulheres que tinha engatado.  
(...)  
Para não tornar este prólogo eterno e evitar falsas expectativas aos meus remotos leitores, concluo esclarecendo desde já alguns pontos. Primeiro, a novela que o leitor tem nas mãos não é a que eu quis escrever na Ilha Negra nem qualquer outra que eu já tivesse começado naquela época, mas sim um produto colateral do meu .fracassado assalto jornalístico a Neruda. Segundo, apesar de vários escritores chilenos continuarem a beber pela taça do sucesso, (entre outras coisas por frases como estas, disse-me um editor) eu permaneci — e permaneço — rigorosamente inédito. Enquanto outros são mestres da narração lírica na primeira pessoa, do romance dentro do romance, da metalinguagem, da distorsão de tempos e espaços, eu continuei adscrito a metaforonas transplantadas do jornalismo, lugares comuns respigados dos crioulistas, adjectivos guinchantes mal entendidos em Borges, e sobretudo agarrado ao que um professor de literatura designou com nojo: um narrador omnisciente.  
(...)  
Sei que mais que um leitor impaciente estará a perguntar-se corno é que um mandrião acabado como eu pôde terminar este livro, por muito pequeno que sela. Uma explicação plausível é que demorei catorze anos a escrevê-lo. Se se pensar que neste lapso de tempo Vargas Llosa, por exemplo, publicou Conversação na Catedral, A tia Júlia e o Escrevedor, Pantaleão e as visitadoras e A guerra do fim do mundo, é  francamente um recorde do qual não posso orgulhar-me".
Este é o narrador que nos conduz através da história da amizade entre Mario e Neruda, e é impossível não apreciar a sua voz e a sua bem-humorada companhia.  
Verdadeiramente de-li-ci-o-so!!!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Gosto desta revista sobre livros



"Os meus livros" é uma revista portuguesa independente dedicada ao mundo dos livros. Em cada edição, a revista antecipa os títulos que vão ser lançados no mercado, os principais eventos em agenda para o mês, assim como analisa o conteúdo dos livros mais importantes recentemente lançados. A secção de críticas, destaca os prós e contras de cada livro, atribuindo-lhes uma classificação numérica, enquanto entrevistas com escritores, editores e outros protagonistas ajudam a conhecer melhor este mundo. Por tudo isto "os meus livros" é O Guia da Boa Leitura.



Fonte: http://www.oml.com.pt/


Só gostava que tivesse mais conteúdos on-line.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Qual o futuro dos blogues literários, os "litblogs"?

"One bright spot in recent years has been the emergence of literary blogs that are often more enthusiastic than professional, but nevertheless provide expanded coverage of literary fiction. Linking to newspapers and magazines all over the world, the "litblogs" provide lively and informative reading but they are generally run out of the proprietor's home on a shoestring, though some accept limited advertising to keep going.

To a certain extent, this has been a good thing for publishers, who now routinely send review copies to bloggers, as well as established reviewers. But no one has demonstrated that litblog readers are a significant part of the book- buying public.

More to the point, litblogs, like other Internet sites, pay nothing for the privilege of linking to the publications on their websites. If Google is thinking about paying for the news it reprints, why not what some have called a paywall for litblogs?"

Excerto de um interessante artigo do Denver Post, que pode ser lido na íntegra aqui.




Via Bibliotecário de Babel

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O Décimo Círculo de Jodi Picoult

“Daniel Stone, autor de banda desenhada, nunca suspeitou nem por um momento que o mesmo rapaz que a sua filha de catorze anos, Trixie, amava pudesse infligir-lhe o pior dos males. Seria possível que o mesmo jovem que um dia tinha feito o rosto de Trixie enche-se de luz a tivesse drogado e depois violado? Ela afirma que foi o que ele fez, e basta isso para que Daniel, um homem que escondeu o seu passado até a sua família, se aventure a ir ao inferno e a voltar para proteger a sua filha.

Cheio de ilustrações que reflectem a profundidade da angústia desta família, O Décimo Círculo é um romance cativante e absorvente que revela de uma forma brilhante o coração desesperado de uma jovem e do pai que tenta salvá-la” (Texto do editor)
O Décimo Círculo de Jodi Picoult é um romance em que o protagonista é desenhador de banda desenhada da Marvel, DcComics... e à medida que o drama familiar se vai desenrolando, vai traduzindo para os desenhos a sua interpretação dos acontecimentos.

Este foi o único factor de atracção que me fez pegar no livro, depois de o texto na contra-capa me ter assustado…pensei que seria uma história tão dramática que tornaria penosa a leitura. Mas Picoult, que eu descobri agora através deste livro, é uma escritora competente. A sua analogia da história da família Stone com o Inferno de Dante é boa…entramos no mundo da banda desenhada e ainda vislumbramos pistas sobre a vida e a cultura do Alaska!

O maior mérito (a seguir à articulação enredo-banda desenhada) é a de, a propósito da relação sempre intensa e subjectiva entre pais e filhos, sobretudo adolescentes, mostrar que nem tudo é preto no branco. Vive-se numa larga faixa cinzenta em que se torna por vezes difícil distinguir o certo do errado, a verdade da mentira. As aparências iludem, há uma sucessão de enganos e desenganos… sem certezas nem verdades absolutas, só verdades parciais/pessoais/subjectivas com as quais é preciso conviver…e quando a convivência se torna impossível…aí é o inferno.

É uma leitura que recomendo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Uma migalha da graça de "O Carteiro de Pablo Neruda"



Este é um daqueles livros que se lê de um fôlego só e com um imenso prazer. Surpreende-nos logo no prólogo, do qual não resisto em transcrever alguns excertos. Se gostarem, óptimo. Se não gostarem, fica pra mim! ;)


"Na altura eu trabalhava como redactor cultural de um diário de quinta categoria. A secção a meu cargo guiava-se pela concepção de arte do director que, orgulhoso das suas amizades no ambiente, me obrigava a incorrer nos crimes de entrevistas a vedetas de companhias frívolas, resenhas de livros escritos por ex-detectives, notas a circos ambulantes ou louvores desmedidos ao hit da semana que pudesse engenhar o filho de qualquer vizinho.

Outros escritores da minha idade obtinham considerável sucesso no país e até prémios no estrangeiro: o da Casa das Américas, o da Biblioteca Breve Seix-Barral, o da Sudamericana e Primera Plana. Nos gabinetes húmidos dessa redacção agonizavam todas as noites as minhas ilusões de ser escritor. Ficava até de madrugada a começar novos romances que deixava a meio do caminho desiludido com o meu talento e a minha preguiça.A inveja, mais que um incentivo para acabar alguma vez uma obra, funcionava em mim como um duche frio.

Pelos dias em que cronologicamente começo esta história — que tal como os hipotéticos leitores notarão arranca entusiasta e termina sob o efeito de uma profunda depressão — o director reparou que a minha passagem pela boémia tinha aperfeiçoado perigosamente a minha palidez e decidiu encomendar-me um serviço à beira-mar, que me consentisse uma semana de sol, vento salino, marisco e peixe fresco, e de caminho importantes contactos para o meu futuro. Tratava-se de assaltar a paz marítima do poeta Pablo Neruda, e através de encontros com ele, conseguir para os depravados leitores do nosso pasquim uma coisa assim, palavras do meu director, «como que a geografia erótica do poeta». Afinal de contas, e em bom chileno, fazer-lhe falar do modo mais gráfico possível das mulheres que tinha engatado.

Hospedagem na pensão da Ilha Negra, viático de príncipe, automóvel alugado à Hertz, e empréstimo da sua Olivetti portátil, foram os satânicos argumentos com que o director me convenceu a levar a cabo a ignóbil proeza. A estas argumentações, e com o idealismo da juventude, eu acrescentava outra acariciando um manuscrito interrompido na página 28: à tarde iria escrever a crónica sobre Neruda e durante as noites, ouvindo o som do mar, avançaria com o meu romance até acabá-lo. E mais, propus-me uma coisa que se tornou obsessão, e que me permitiu também sentir uma grande afinidade com Mario Jiménez, o meu herói: conseguir que Pablo Neruda prefaciasse o meu texto. Com esse valioso troféu bateria às portas da Editorial Nascimento e conseguiria ipso facto a publicação do meu livro dolorosamente adiado.
(...)

Sei que mais que um leitor impaciente estará a perguntar-se corno é que um mandrião acabado como eu pôde terminar este livro, por muito pequeno que seja. Uma explicação plausível é que demorei catorze anos a escrevê-lo. Se se pensar que neste lapso de tempo Vargas Llosa, por exemplo, publicou Conversação na Catedral, A Tia Júlia e o Escrevedor, Pantaleão e as Visitadoras e A Guerra do Fim do Mundo, é francamente um recorde do qual não posso orgulhar-me.
(...)
Beatriz González, (...) quis que eu contasse por ela a história de Mario, «não importa quanto demorasse nem quanto inventasse». Assim, desculpado por ela, incorri em ambos os defeitos".


Excerto do Prólogo de O CARTEIRO DE PABLO NERUDA, de António Skármeta.

Delicioso, não se fiquem por esta migalha se podem comer o bolo todo! Eu já estou toda lambusada! :)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Google Book Search: o monopólio ou a democratização da informação?

Um artigo escrito por NOAM COHEN para o New York Times, publicado em 1 de Fevereiro de 2009, fala do medo de alguns em relação ao crescente poder da companhia Google no universo dos livros digitais:




"In 2002, (...) according to Google’s official history, it began a “secret ‘books’ project.” Today, that project is known as Google Book Search and, aided by a recent class-action settlement, it promises to transform the way information is collected: who controls the most books; who gets access to those books; how access will be sold and attained. There will be blood, in other words.

Like the oil barons in the late 19th century, Google is thirsty for a vital raw material — digital content. As Daniel J. Clancy, the engineering director for Google Book Search, put it, “our core business is about search and discovery, and search and discovery improves with more content.”

O grande encanto e desafio da profissão de bibliotecário está precisamente, pelo menos para mim, no processo de busca e descoberta dos conteúdos.





He can even sound like a prospector when he says Google began its effort to scan millions of books “because there is a ridiculous amount of information out there,” he said, later adding, “and we didn’t see anyone else doing it.”

But there is a crucial difference. (…) when Google copies a book the original remains.

Instead, the “property” being taken is represented by copyrights and other kinds of ownership. There will be lawsuits.

In the latest issue of The New York Review of Books, Robert Darnton, the head of the Harvard library system, writes about the Google class-action agreement with the passion of a Progressive Era muckraker.

Google will enjoy what can only be called a monopoly — a monopoly of a new kind, not of railroads or steel but of access to information,” Mr. Darnton writes. “Google has no serious competitors.”

He adds, “Google alone has the wealth to digitize on a massive scale. And having settled with the authors and publishers, it can exploit its financial power from within a protective legal barrier; for the class action suit covers the entire class of authors and publishers.”

Google is certainly solidifying a dominant position in the world of books by digitizing the great collections of the world. It relies on a basic mathematical principle: no matter how many volumes Harvard or Oxford may have, each can’t have more than Oxford plus Harvard plus Michigan, and so on.

The class-action settlement (which a judge must still approve), Mr. Darnton writes, “will give Google control over the digitizing of virtually all books covered by copyright in the United States.”

As long as Google has a set of millions of books that it uniquely can offer to the public, he argues, it has a monopoly it can exploit. You want that 1953 treatise on German state planning? You’ll have to pay. Or, more seriously, your library wants unfettered access to these millions of books? You’ll have to subscribe.

While Harvard has allowed Google to digitize its public domain holdings, it has thus far not agreed to the settlement. “Contrary to many reports, Harvard has not rejected the settlement,” Mr. Darnton wrote in an e-mail message, in which he said his essay was “not meant as an attack on Google.” “It is studying the situation as the proposed accord makes its way through the court.”

To professors who track the fast-changing nature of content on the Internet, not to mention Google officials, the idea of Google as a robber baron is fanciful. Google has no interest in controlling content, Mr. Clancy said, and in the few cases where it does create its own content — maps or financial information, for instance — it tries to make it available free.

Eben Moglen, a law professor at Columbia and a free-culture advocate, puts it this way: if the fight over digitization of books is like horse-and-buggy makers against car manufacturers, Google wants to be the road.

To those who write about the significance of Google Book Search — and a bit of a cottage industry has formed online in a few months — it is not Google’s role as the owner of content that preoccupies them. Rather it is the digitization itself: the centralization — and homogenization — of information.

To Thomas Augst, an English professor at New York University who has studied the history of libraries, including those in the past that were run as businesses, what is significant is that the digitization of books is ending the distinction between circulating libraries, meant for public readers, and research libraries, meant for scholars. It’s not as if anyone from the public can walk into the Harvard library.

“A positive way to look at what Google is doing,” he said, “is that it is advancing the circulating of books and leveling these distinctions.”

In a final twist, however, the digital-rights class-action agreement has the potential to make physical libraries newly relevant. Each public library will have one computer with complete access to Google Book Search, a service that normally would come as part of a paid subscription.

One of Mr. Darnton’s concerns is that a single computer may not be enough to meet public demand. But Mr. Augst already can see a great benefit.

Google is “creating a new reason to go to public libraries, which I think is fantastic,” he said. “Public libraries have a communal function, a symbolic function that can only happen if people are there”.

Os sublinhados a negrito são meus.

Podem ler o artigo na íntegra aqui»


Na Internet, e em Português, podemos ler "Acerca da Pesquisa de livros do Google":


  1. "Pesquisar
    A Pesquisa de livros funciona tal como a pesquisa na Web. Experimente procurar na Pesquisa de livros do Google ou em Google.com. Quando encontramos um livro cujo conteúdo corresponde aos termos da pesquisa, apresentamos um link para o mesmo nos resultados da pesquisa.
  2. Consultar livros on-line
    Se o livro não estiver protegido por direitos de autor ou se a editora nos tiver dado autorização para o efeito, poderá ver uma pré-visualização do livro e, nalguns casos, o texto integral. Se for de domínio público, poderá transferir livremente uma cópia em formato PDF.
  3. Mais informações – rápidas
    Criámos páginas de referência para cada livro, a fim de que possa encontrar rapidamente todos os tipos de informação relevantes: críticas de livros, referências da Web, mapas e muito mais.
  4. Compre o livro... ou requisite-o da biblioteca
    Se encontrar um livro que lhe agrade, clique nos links "Comprar este livro" e "Requisitar este livro" para ver onde pode comprá-lo ou requisitá-lo.
  5. Qual a origem dos livros?
    Actualmente, ligamos os leitores aos livros de duas formas: o Programa para parceiros e o Projecto biblioteca."

O Programa para Parceiros destina-se a editoras e autores, para promoção das suas obras.


"
O objectivo do Projecto biblioteca é fazer com que as pessoas encontrem mais facilmente livros relevantes – especificamente, livros que não encontrariam de qualquer outra forma, tais como os que se encontram esgotados – respeitando escrupulosamente os direitos de autor de editoras e autores. O nosso objectivo fundamental consiste em trabalhar com editoras e bibliotecas para criar um catálogo de fichas virtual, abrangente e pesquisável de todos os livros existentes em todos os idiomas, que ajude os utilizadores a descobrir novos livros e as editoras a encontrar novos leitores".

http://books.google.com/googlebooks/about.html


A Google explica também como chegou a um acordo inovador com autores e editoras aqui.

Através da Pesquisa de livros do Google, pode agora pesquisar o texto integral de cerca de 7 milhões de livros.

Experimentem então o Google Book Search/Pesquisa de livros do Google aqui»


Deixo-vos os links para algumas obras disponíveis em texto integral:



A cidade e as serras, por Eça de Queirós

Os Lusiadas, poema epico de Luis de Camões, numa Edição de Va J.-P. Alliaud, Guillard e ca, 1865, com ilustrações.

Moby-Dick, Or, the Whale, por Herman Melville (nada melhor do que ler este "testamento" no écran para marcar uma consulta para o oftalmologista!Se bem que tem a opção de aumentar bastante o texto.)

Claro que estas são obras que já se encontram no dominío público. Agora, não consigo pesquisar mais porque a mensagem de erro se tornou recorrente. Não sei se o problema é do meu computador ou se é sintomático desta ferramenta de pesquisa. A ver vamos. Amanhã volto a tentar.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Cinco citações de José Luís Peixoto sobre Literatura

"Acredito que a vida de um livro enquanto está nas mãos do autor não é mais importante do que quando está nas mãos do leitor. O leitor é quase sempre um autor ele próprio. É ele que dá significado às palavras e por isso até acho muito interessante quando as pessoas me vêm apontar coisas que não eram minha intenção, mas que de facto estão lá. E há muitas outras coisas que foram minhas intenções e que nunca ninguém me referiu, e no entanto também lá estão. Se calhar alguém reparou nelas ou ainda vai reparar. Tudo o que um leitor leia num livro é legítimo porque nessa fase o leitor é tudo, é ele que faz o livro".

"A leitura depara-se com uma série de obstáculos, é muito mais fácil sentarmo-nos no sofá a ver televisão do que a ler um jornal até. E a questão parece ser esta sociedade de facilistismo em que deixou de se perceber que as coisas que dão algum trabalho também são as que dão mais prazer, porque são conquistadas. A leitura dá algum trabalho e temos de conquistar um espaço para ela na nossa vida, temos de nos empenhar para absorvê-la completamente, para que faça sentido. Isso é que se perdeu um pouco de vista, mas penso que quem procura acabará por encontrar e tenho esperança de que as pessoas não deixem de procurar, não desistam, porque baixar os braços é ficar sempre no mesmo sítio".

"A forma e o conteúdo são indissociáveis e a qualquer livro que não tome isso em consideração falta uma noção fundamental da literatura. Se a forma não servir o conteúdo não me interessa, se por outro lado a forma for uma sucessão de malabarismos literários sem nenhum outro propósito também não me interessa".

"Tem de se ser verdadeiro na escrita, porque os leitores sentem. A mentira é impossível na boa literatura. E o que procuro, mais do que a beleza ou qualquer outra coisa, é a verdade, livro após livro, tentando desvendar um pouco mais de mim e esperando que essa possa ser uma forma de desvendar alguma coisa dos outros e que eles também se vejam reflectidos nessa procura que faço".

"A escrita, ou a arte, para ser mais abrangente, cumpre funções que mais nenhuma área consegue cumprir. (...) Sinto que há poucas experiências tão interessantes como quando se lê um livro e se percebe "já senti isto, mas nunca o tinha visto escrito", procurar isso, ou procurar escrever textos que façam sentir isso, é uma das minhas buscas permanentes. Trata-se de ordenar, de esquematizar, não só sentimentos como ideias que temos de uma forma vaga mas que entendemos melhor quando os vemos em palavras. Trata-se também de construir empatia: através da leitura temos oportunidade de estar na pele de outras pessoas e de sentir coisas que não fazem parte da nossa vida, mas que no momento em que lemos conseguimos perceber como é. E isso faz-nos ser mais humanos. Na leitura e na escrita encontramo-nos todos naquilo que temos de mais humano".
Pensamentos inteligentes e reflectidos os deste jovem e talentoso escritor. Foram recolhidos de uma entrevista que o autor português deu em Setembro de 2003 à Notícias Magazine (Diário de Notícias).

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Saramago: a literatura alimenta mas não engorda

Ainda bem, ou eu seria um caso de obesidade mórbida com direito a banda gástrica e tudo...


Caricatura de Rui Duarte


«Perhaps it can't do great things for the body, but the soul needs literature like the mouth needs bread.» disse José Saramago em entrevista ao The Independent.

Fonte: Ler

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