quarta-feira, 17 de setembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
A necessidade do Silêncio
A autora do blogue Tão Cheia de Tudo. Tão Cheia de Nada deixou-me um comentário, fui visitar o seu espaço e descobri um texto com o qual me identifiquei, especialmente hoje que estou cansada e dorida... Tomo aqui a ousadia de o transcrever sempre, sempre com os devidos créditos à autora, Tânia Rodrigues .:
" Por favor cala-te. Calem-se todos. Deixem o silêncio falar, que eu preciso de o ouvir. Hoje mais do que nunca, não me posso deixar adormecer e ele mantém-me acordada. Por favor desliguem os motores, baixem os estores com cuidado, fechem as portas com vagar, que eu preciso do silêncio para acordar. Escuto o que me diz, sem um pio, sem um som, sem ruído, sem contestar. Com toda a razão, tamanho é o etéreo de uma massa vasta, vazia de agudos e de graves, tamanho o alcance que pode ter quando não tem nada para dizer. Entra devagar pelas frechas das portas, pelos buracos das fechaduras, às costas de um gato, entra devagar e instala-se num canto. Ele sabe esperar. E quando tudo se cala, quando eu preciso, ele sim, começa a falar."
Eu preciso de silêncio para estar aqui a escrever...
Às vezes, sinto esta necessidade do silêncio se bem que a sua ausência se deve a uma vida cheia de pessoas e circunstâncias verdadeiramente imprescindíveis. Mais imprescindíveis que o silêncio.
domingo, 14 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Um Manual para Escritores Bloqueados, por Bruno Cunha
No seguimento dos conselhos de Jorge Reis-Sá para uma vida de escritor produtiva, Bruno Cunha oferece no seu blog Uma por Dia: uma história nova todos os dias, um manual para escritores bloqueados… com uma grande dose de humor.
“1- Arranjar uma cadeira confortável mas sempre que possível inventar novas posições de escrita.
2 - Escrever num bom computador, que tenha acesso à internet e jogos (muitos).
3 - Escrever junto a uma janela com vista panorâmica e estar sempre atento às brincadeiras das crianças lá fora (se estiverem por perto).
4 - Quando sentir um vazio, olhar para o vazio só pelo gozo de ele lá estar.
5 - Levantar-se muitas vezes, andar por todos os lados da casa e pôr música em altos berros, para afastar os maus espíritos.
6 - Escrever as primeiras linhas e apagá-las logo de seguida (são sempre as piores).
7 - Se estiver num aperto, pegar em revistas fúteis e vá lê-las para a casa de banho (em geral provocam uma incontrolável vontade de alívio).
8 - Lavar as mãos e voltar para o computador e escrever mais umas linhas (em geral também são para deitar fora).
9 - Coçar as partes baixas (mas ostensivamente se for homem, mais delicadamente se for mulher). Se não ficou excitado/a, retome a escrita.
10 - Afinal as suas mãos foram muito habilidosas e acabou por ficar excitado/a. Procure alguém em casa para aplacar o reboliço provocado pelos seus instintos (esqueça menores e relações incestuosas). Se estiver sozinho em casa das duas uma: ou vai até à rua e engata alguém ou fica em casa e tem sexo virtual na internet. Caso seja mais egoísta, governe-se você mesmo/a.
11 - Depois destas emoções a fome costuma apertar. Vá até ao frigorífico e abasteça-se o mais que puder.
12 - Arrote (é sinal que ficou saciado/a), lave a loiça e volte para o computador. Finalmente as primeiras linhas já começam a fazer mais sentido. Não perca o balanço e continue.
13 - Começa a escurecer. Levante-se e acenda a luz. É um bom pretexto para dar mais umas voltas por casa. O cão não o larga. Leve-o à rua antes que seja tarde de mais.
14 - Agarre bem o animal pela trela. Os bichos têm sempre a mórbida tendência para se meterem debaixo do primeiro carro que se lhes aparece à frente (ou outro lado qualquer).
15 - Regresse a casa e desligue o computador. Coragem, amanhã é outro dia. Retome este processo ponto por ponto mas seja flexível: a ordem deste manual é completamente arbitrária.
16 - Invente mais pontos, tantos quantos achar necessário.
17 - Se continuar bloqueado/a, das duas uma: ou está a passar por uma crise existencial ou então não tem jeitinho nenhum para a escrita.
18 - Escreva alguma linha ou não, ao menos divirta-se. É o mínimo que pode fazer por si.”
Num blogue é preciso escrever...
“O blog tem uma característica fundamental: a gente precisa escrever. E o exercício textual, que se faz presente e necessário, faz dos blogs uma espécie de laboratório de escrita e criação”.
Professor Mauro Souza Ventura, da Universidade Estadual Paulista de Bauru
Excelente artigo este Blogs e prática de texto, sobre como o facto de um espaço dinâmico de escrita e criação, que necessita de constante actualização e enriquecimento para se justificar enquanto blogue, constituir um bom exercício para a realização textual de um escritor.
Eu sempre senti gosto e até necessidade de escrever. Foi quando criei o meu primeiro blogue, em Janeiro de 2007 que passei a escrever de forma mais sistemática e persistente. E o bom de escrever é que nos surpreendemos e descobrimos no próprio acto da escrita. É terapêutico, divertido e relaxante.
Mas daí a tornarmos-nos escritores...escrever um livro com cabeça, tronco e membros, qualidade literária, originalidade e publicá-lo...vai um árduo caminho. Pelo menos para mim...
Indiscutível o facto de um blogue, ou pelo menos um site, ser fundamental nos dias de hoje para um escritor com obras publicadas divulgar o seu trabalho e dialogar com os seus leitores.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Cinco conselhos a quem quer viver da escrita
Cinco conselhos a quem quer viver da escrita, por Jorge Reis-Sá em Rua da Castela. Com algumas adaptações feitas por mim.
Elabore e apresente com cuidado o seu Projecto:
- Envie sempre o original com uma carta de apresentação;
- Não precisa de enviar a sua proposta para meio mundo: mande poucos mas para as pessoas certas depois de ter feito a prospecção do mercado:
- Se quiser editar o seu livro de poemas, não contacte uma editora de informática.
- Se quiser ser cronista, “não mande um projecto de crónica sobre futebol para o Expresso - está lá o Luís Freitas Lobo que sabe mais disso do que você e mais mil e quinhentos como você. Mande por isso um projecto estruturado e pensado para o sítio certo. Mande para o Sol. Mas note que tem de estar na mesma liga do Freitas Lobo. Pelo menos nesse assunto, claro.”
- “É díficil ser cronista? Concedo. Então pense em escrever argumentos para cinema. Dez, quinze, trinta e cinco sinopses. E depois bata à porta de um produtor e diga ao que vem. Ou então bulas para medicamentos. Ou então peças de teatro. Ou então horários para a CP. O que quero dizer é que tem de diversificar. Ou não conseguirá viver do seu trabalho: escrever.”
- Não pense que já sabe tudo, de tal maneira que não está para ouvir conselhos de especialistas: se bater à porta de um produtor e ele pedir para alterar o fim do seu genial argumento, atente ao que diz. No fundo, ouça. Ele, quase de certeza, saberá mais do assunto do que você.
- Último conselho? Não fique a contar com o factor C, as cunhas, os conhecimentos:”Não reze na capela pela entrada nas capelinhas: trabalhe e as portas abrem-se."
Quanto ganham os escritores em Portugal?
“Um dos maiores enganos acerca da profissão de escritor é este: não se consegue viver da escrita. Consegue. E eu vou dizer como.”
Jorge Reis-Sá
para receber um salário mensal de €1,500, um escritor deverá trabalhar oito horas por dia
5 horas a escrever
3 horas a ler
Isto durante 8 meses, 5 dias por semana.
Contamos com os fins-de-semana e um mês de férias.
Os restantes 3 meses serão para a promoção do romance que entretanto escreveu.
Veja como este escritor faz as contas aos rendimentos da sua profissão no blogue Rua da Castela.
PNET Literatura: o novo portal da Literatura Portuguesa
domingo, 7 de setembro de 2008
Oh, é bem verdade, bem verdade....
Não há nada como uma expressão mais profunda e inteligente para tornar uma pessoa mais atraente, e os livros contribuem para esse carisma.
Nesta onda, as bibliotecas deveriam estar a fazer concorrência às clínicas de estética...não percebo poque é que tal ainda não aconteceu!:)
INdefinições minhas...brincadeiras com palavras sérias...
"Procura-se um equilibrista
que saiba caminhar na linha
que divide a noite do dia
que saiba carregar nas mãos
um fino pote cheio de fantasia
que saiba escalar nuvens arredias
que saiba construir ilhas de poesia
na vida simples de todo dia."
Classificados Poéticos,
domingo, 31 de agosto de 2008
A atitude na Internet, a auto-recriação, ainda a ficção escrita vs realidade...
Então e o inconfessável? Mais vale mastigar e cuspir em forma de "falsa" ficção , ou antes, realidade transfigurada. Ou procurá-lo nas palavras dos outros...
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Um Conto Súbito...BANG!
Eis um surpreendente Conto Súbito de Luís Filipe Silva que achei na Revista Bang n.º 3, publicação portuguesa dedicada à literatura fantástica editada pela Saída de Emergência. Pode fazer download dos números 3 e 4 desta revista aqui.
Contra a Demagogia
Funciona assim, sr. Presidente: fica residente no seu cérebro e vai contando as palavras que profere ao falar e escrever. Ao atingir o limite, zás! Abre os milhões de contentores de cianeto que lhe injectámos nas veias. E ao fim de cinquenta palavras...
-Cinquenta palavras?! – berrou o Presidente.
-Quarenta e oito... – corrigiu maliciosamente o terrorista. BANG!
Luís Filipe Silva foi galardoado em 1991 com o prémio Caminho de Ficção Científica. É autor do Ciclo da GalxMente, composto à data pelos romances Cidade de Carne e Vinganças, e colaborou com João Barreiros no “Terrarium” - Um Romance em Mosaicos.Nos últimos anos tem mantido uma presença assídua na internet, onde publicou uma revista por email («Eventos») que se transformou no actual site TecnoFantasia.com.