segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Livro para a chuva / A book for rainy days

Ilustração de André Letria.

domingo, 18 de janeiro de 2009

O despudor de largar um livro a meio...





"Leio mais ou menos uns dez livros ao mesmo tempo. Não acabo todos. Nem me preocupo com isso. Começo um livro se o assunto me interessa naquele momento e, se não interessa mais, devolvo à estante sem a menor cerimónia. Devo terminar, chutando, metade dos livros que começo. Acho que é um índice bom".



"É muito melhor ler aos poucos vários livros que nos dão prazer do que engolir rápido um livro que não aguentamos mais".


"Conheço muita gente que não consegue parar um livro no meio. Eu já quis ser assim. Hoje, não me incomodo..."



Estas são três citações de Eduardo Carvalho do seu artigo Sobre ler vários livros ao mesmo tempo.

Fiquei com um bocadinho de inveja do seu desprendimento, do seu despudor em deixar um livro a meio. A mim custa-me, dá-me um sentimento de culpa,de desrespeito ou de perda pelo que deixo por ler... É difícil explicar este meu constrangimento, como se cada livro fosse um amante e o estivesse a trair ou a abandoná-lo por não o deixar lido. cumprido, inteiro em mim. Sim, acho idiota esta minha atitude! :) O que Eduardo Carvalho diz faz imenso sentido. Vou tentar descontrair, e velejar pelos livros a meu belo prazer...enquanto me seduzirem vou ficando, quando perderem o fascínio parto para outras margens.


Vale a pena visitar o blogue de Eduardo Carvalho.
Descobri-o através de Livros e Afins, óptimo espaço de leitura e interacção neste contexto dos livros.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

"Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada..."

Esbarrei com este poema, li, reli e tive que o deixar aqui: Os ninguéns de Eduardo Galeano.




As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialectos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.


Eduardo Galeano - Livro dos Abraços

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Quando não são os livros que têm ilustrações mas as ilustrações que têm livros.../ Books illustrated...

Só há muito pouco tempo descobri a arte da ilustradora portuguesa Rachel Caiano, mas já sou grande fã.

Esta é a sua Cidade de Livros...


O jardim dos Livros...



...e o mortífero duelo entre o livro e a TV.


Mais em http://rachelcaiano.blogspot.com/


sábado, 10 de janeiro de 2009

Homem-Aranha salva Obama em número especial da Marvel Comics




Homem Aranha: "Já que apareces na minha capa, posso aparecer na nota de dólar?"



Foram-se criando em torno de Obama perspectivas messiânicas, a imagem de um salvador do mundo que vai acabar com a guerra e com a crise económica. Será que vai também ganhar contornos de Super-Herói?

Pelo menos, a capa da revista da Marvel que saí a 14 de Janeiro já está assegurada! No número 583 do “Incrível Homem Aranha” Obama é salvo pelo alter-ego de Peter Parker.


“Esta ideia surgiu quando Barack Obama admitiu coleccionar, em pequeno, BDs de Conan, o Bárbaro e do Homem Aranha. “Quando soubemos que o Presidente eleito é um coleccionador das bandas desenhadas do Homem-Aranha, sabíamos que estas duas figuras históricas tinham de se encontrar no Universo Marvel”, afirmou Joe Quesada, responsável editorial da Marvel no site da empresa. “Um fã do Homem-Aranha estar a caminho da Casa Branca é um acontecimento que tem de ser comemorado nas páginas do ‘Incrível Homem-Aranha”.

Pode ler mais no site do Jornal Público.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Mini-estante


Pode parecer um monte de livros suspensos no ar por algum truque de magia "Harry Potter's fashion" ou colados à parede (o que não é muito prático) mas na verdade trata-se de uma mini-estante com a aparência de um livro: "Ceci n'est pas un livre". Pois não, é uma prateleira S.E.L.F. Shelf. E está disponível em três modelos: romance, livro de bolso e "cookery" (não arrisco a tradução porque pode sair asneira!). Muito criativo! Mais informações em Skylla.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Oito citações de António Lobo Antunes sobre as mulheres e o amor

Esquecer uma mulher inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas.
fonte: Livro de Crónicas, 1998

É mais sensual uma mulher vestida do que uma mulher despida. A sensualidade é o intervalo entre a luva e o começo da manga.
fonte: Diário de Notícias, 09.11.2004
Ninguém é bom ou mau na cama. Se há um problema sexual, é outra coisa, mas senão há problemas concretos, basta que se goste muito de uma mulher; se isso acontece, ela é a melhor na cama..
fonte: Conversas com António Lobo Antunes, de María Luisa Blanco, 2002
Teria dificuldade em viver com uma mulher que escrevesse. Eu nunca seria o mais importante na vida dela, viria sempre depois dos livros.
fonte: Diário de Notícias, 17.02.2006

Uma coisa é o amor, outra é a relação. Não sei se, quando duas pessoas estão na cama, não estarão, de facto, quatro: as duas que estão mais as duas que um e outro imaginam.
fonte: Diário de Notícias, 09.11.2004

No amor podemos substituir uma pessoa por outra, mas não na amizade, porque cada amigo tem o seu lugar e não podemos substitui-lo.
fonte: Conversas com António Lobo Antunes, de María Luisa Blanco, 2002

Penso que as mulheres são mais ciumentas do trabalho que das outras mulheres. Mas eu entendo isso. Eu não gostaria de viver com uma mulher que escrevesse porque, se fosse como eu, estaria tão concentrada no trabalho que não existiria mais nada.
fonte: Conversas com António Lobo Antunes, de María Luisa Blanco, 2002
Um escritor é, por natureza, um carenciado de afecto.
fonte: Jornal de Letras, Novembro 1985

Retiradas de www.alaptla.blogspot.pt/p/citacoes.html

A propósito, tenho o livro Conversas com António Lobo Antunes, de María Luisa Blanco e devo dizer que vale a pena ler: António Lobo Antunes é um homem complicado mas fascinante. Recomendo a leitura.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Uma composição feliz de António Drumond

Fotografia de António Drumond, fotógrafo amador português.

"Trata-se de uma composição feliz. Que seja arbitrária ou não, é indiferente: Drumond apreendeu a ligação imediata entre o livro que a jovem da pintura de Veloso Salgado segura com certo enfado e a montra adjacente do Museu [Soares dos Reis]. O vestido negro fabrica um contraste profundo e provoca uma impressionante festa de cores quentes".

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Videojogo para atirar sapatos a Bush




Acho que os jornalistas, especialmente os iraquianos, deviam treinar o lançamento do dardo, a pontaria, fazer musculação...tive tanta pena que os sapatos não tivessem acertado em cheio no alienado mental do Bush!


O que vale é que o britânico Alex Tew me compreendeu (a mim e a mais uns milhões de pessoas) e criou um vídeojogo inspirado na recente agressão do jornalista iraquiano ao presidente dos Estados Unidos em Bagdade.


Este é já um dos mais populares na Internet: mais de dois milhões de sapatos já voaram virtualmente, na direcção do presidente dos Estados Unidos.


Não deixem de visitar o site 'Sockandawe.com' e dêem o gosto ao dedo sem ficarem descalços.



Cartoon de Rodrigo.


E sem apanharem uma valente tareia como aconteceu com o mais recente heroí iraquiano pé-descalço.



sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Humor de Perdição: Castelos Brancos

Caricatura de Camilo Castelo-Branco por Rui Sousa.

Caricatura de José Castelo-Branco por Nelson Santos.



Aconteceu com um livreiro mas poderia ter acontecido também com um bibliotecário. Achei a história de Jaime Bulhosa do Pó dos Livros hilariante:

"Há pessoas que nunca entram numa livraria e quando entram…

- Queria aquele, (Pausa). Esqueci-me agora de repente do nome… como é que se chama? Ah!, já sei, Castelo Branco.

- E qual desejava? O Amor de Perdição, A Queda de um Anjo, Noites de Lamego.

- Não sabia que já tinha tantos! Deixe-me ver…não sei, talvez… O Amor de Perdição, soa-me mais.

- Aqui tem!- Desculpe! Eu queria era o CD.

- Mas…??? O Camilo não tem CD’s.

- Camilo! Mas ele não é José?"



segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mostra-me a tua biblioteca e eu dir-te-ei quem és...

"Um coleccionador de livros exibe seu acervo com uma mistura de orgulho e pudor. Livros são troféus, porque cada título desejado, encontrado, lido e guardado é uma conquista. Mas os itens de uma biblioteca pessoal são como o conteúdo da carteira, da bolsa, da geladeira – falam sobre você. Sobre a intimidade do seu pensamento, do seu imaginário.

“É sempre um recinto cheio de afectividade e significado”, diz Fernando Modesto, professor do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Universidade de São Paulo. Modesto explica que, além de livros e revistas, uma biblioteca pode abarcar também CDs, DVDs, documentos, álbuns. Tudo que guarde uma lembrança. Mas que também (e esse é o lado “ruim”) ocupa um espaço danado na casa.

Na Antiguidade, o político romano Marco Túlio Cícero escreveu que uma casa sem livros é como um corpo sem alma. Faça o que puder no espaço de que você dispõe – o importante é manter os livros por perto, como parte do cotidiano.

Uma biblioteca doméstica pode ser dispersa, dividida em estações estratégicas pela casa toda. A da bibliotecária e designer (de bibliotecas!) Cláudia Tarpani é assim. Os livros de trabalho estão no escritório. Na sala, ficam os de literatura. Os demais, sobre culinária, jardinagem e decoração, estão numa estante no fundo do corredor.

Mas, se você tiver aí na sua casa um recinto disponível, melhor. Mais espaço para os livros que você já tem – e os que virão. A arquitecta Helena Ayoub, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, explica que um quarto comum pode ser transformado em biblioteca, se tiver boa ventilação.

Você só deve evitar colocar prateleiras onde há incidência directa de luz solar. Mas até isso você pode resolver, com cortinas ou persianas. “Evite também colocar os livros nas paredes do quarto que dão para áreas molhadas da casa – banheiros, cozinha e área de serviço”, diz. Humidade excessiva deteriora os livros".

Fonte: Abril.com.br


Gostei. Tem bons conselhos:

é importante que haja ventilação mas que os livros não estejam expostos à luz directa. A humidade pode ser catastrófica. O pó atraí a bicharada. Mas pode limpar os livros com um pano muito levemente humedecido para que o pó não volte a cair imediatamente sobre eles. Deixe-os arejar e arrume-os na vertical, direitinhos e sem ficarem demasiado apertados.

Uma biblioteca que fique muito tempo isolada, onde não haja circulação de pessoas, pode levar a que os bichinhos se instalem a comer as folhas encadernadas como se fosse tudo deles...arrume os livros no quarto, na sala comum, não os feche a sete chaves...são para ser vividos.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Isto é que é um workshop!

“A mulher vira-se para o marido (namorado, amigo colorido, etc.) e pergunta:
- Vamos a Nova York fazer um workshop?
O marido (namorado, amigo colorido, etc.) responde:
- Como assim?
A mulher responde:
- Tu work, Eu shop!!!”

Fonte: um blogue cujo nome também tem muita piada, Sem Pénis, Nem Inveja.

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