sexta-feira, 10 de abril de 2009
Obama, o Bárbaro.
Os editores e criadores de banda desenhada estão fascinados com o fenómeno "Obama".
"De uma terra distante surge um herói poderoso. O filho de agricultores de dois reinos distintos, conhecido como Barack, protege a população da Terra da Esperança".
A próxima revista de banda desenhada da editora canadiana Devil's Due terá o título sugestivo 'Barack the Barbarian: Quest for the Treasure of Stimuli', tendo como protagonista o actual presidente dos Estados Unidos.
Na saga, 'Barack' vai apresentar-se de tanga e colar tribal, mostrando uma enorme quantidade de inflados músculos e terá como missão (esperemos que não se revele uma missão impossível) salvar a economia dos EUA.
O herói vai enfrentar vilões como 'Boosh the Dim' (em alusão a George W.Bush ) e 'Red Sarah', uma cópia de Sarah Palin, a ex-candidata republicana à vice-presidência dos EUA . Outras personagens são 'Cha-nee the Grim' (Dick Cheney, ex-vice-Presidente dos EUA), 'Sorceress Hilaria' (a actual Secretária de Estado, Hillary Clinton ) e o 'Biill', uma espécie de semi-deus ( Bill Clinton , ex-Presidente americano e marido de Hillary).
Segundo o autor da história, Larry Hama , autor de famosas bandas desenhadas, o destino do herói 'Barack' é salvar a América do Norte e destronar os déspotas com salários elevados.
E nós, teremos o Super-Sócrates!? Hum, não.
Fonte: Jornal Expresso
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Ler dá sempre lucro! / Reading is always a profit
As orações "soburdinadas" do artolas
- Queres que pare?
e não valia a pena parar porque não reparava em mim. O que lhe terá acontecido? Casou? Teve filhos? Ou continua no mesmo prédio, de tranças, sem me ligar nenhuma? Deve continuar no mesmo prédio, de tranças, sem me ligar nenhuma, porque carga de água havia de me ligar? Ligava o professor
- Escreve aí no quadro uma oração subordinada
e deu-me um estalo porque escrevi soburdinada. Até hoje acho soburdinada mais bonito. O professor era uma besta de violência, distribuía chapadas pela aula e eu queria ficar grande num instante para lhe aplicar uma sova. Quando fiquei grande procurei-o na lista telefónica para lhe devolver os estalos: nunca o encontrei e ninguém sabia dele. Nos intervalos de bater tirava pêlos do nariz ou mandava-nos comprar-lhe cigarros. (...)
- Estás a pensar na morte da bezerra, tu?
- Não, senhor André
- Então vem aqui ao quadro escrever uma oração subordinada.
Tudo isto me regressou, num vómito instantâneo de imagens, mal a minha prima Ana Maria
- António
de braços abertos na rua, mais baixa que eu, que esquisito. Os olhos dela iguaizinhos, redondos, uma festa que me soube tão bem na cara. Depois acenámos adeus e fui-me embora. Entrei no carro, vim para aqui fazer isto. Acabei o livro, estou vazio. No meio da prosa chegam traduções minhas em grego que a agência mandou por esses correios especiais em que a gente tem de assinar um papel. Assino sempre na linha errada e o empregado diz sempre
- Não faz mal.
Desta foi em grego, da última em macedónio ou polaco. E aparece logo o senhor André a anunciar aos gregos, aos macedónios, aos polacos
- Escreve soburdinada, o camelo
num desprezo sem fim, e os gregos, os macedónios e os polacos a concordarem, escandalizados. Devem achar os estalos merecidos:
- Soburdinada, que horror, anda a gente a publicar este artolas
e o artolas, distraído deles, a pensar na morte da bezerra. Não: o artolas, distraído deles, a respirar o vapor do caneiro, espantado com os ratos. Não: o artolas a hesitar como se acaba esta crónica. Não a acabes, artolas: fica assim".
terça-feira, 7 de abril de 2009
Um filme que ainda não vi mas tenho mesmo que ver.
sábado, 4 de abril de 2009
As bibliófilas de Erin McGuire / Women with books by Erin McGuire


dá-me vertigens!
sexta-feira, 3 de abril de 2009
O Décimo Círculo de Jodi Picoult

Cheio de ilustrações que reflectem a profundidade da angústia desta família, O Décimo Círculo é um romance cativante e absorvente que revela de uma forma brilhante o coração desesperado de uma jovem e do pai que tenta salvá-la” (Texto do editor)
Este foi o único factor de atracção que me fez pegar no livro, depois de o texto na contra-capa me ter assustado…pensei que seria uma história tão dramática que tornaria penosa a leitura. Mas Picoult, que eu descobri agora através deste livro, é uma escritora competente. A sua analogia da história da família Stone com o Inferno de Dante é boa…entramos no mundo da banda desenhada e ainda vislumbramos pistas sobre a vida e a cultura do Alaska!
O maior mérito (a seguir à articulação enredo-banda desenhada) é a de, a propósito da relação sempre intensa e subjectiva entre pais e filhos, sobretudo adolescentes, mostrar que nem tudo é preto no branco. Vive-se numa larga faixa cinzenta em que se torna por vezes difícil distinguir o certo do errado, a verdade da mentira. As aparências iludem, há uma sucessão de enganos e desenganos… sem certezas nem verdades absolutas, só verdades parciais/pessoais/subjectivas com as quais é preciso conviver…e quando a convivência se torna impossível…aí é o inferno.
É uma leitura que recomendo.
terça-feira, 31 de março de 2009
Fernando Pessoa: técnica mista sobre tela.

Colagem minha das Pinturas de Ilda David.
«O mistério das cousas, onde está ele?», Alberto Caeiro.
2008, técnica mista sobre tela, 120x70cm
2008, técnica mista sobre tela, 120x70cm
segunda-feira, 30 de março de 2009
Sobre os Poetas...Pessoa e Freud
E há poetas que são artistas
E há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!…
Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem construi um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!…
Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre boa e é sempre a mesma.
Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem não pensa,
E olho para as flores e sorrio…
Não sei se elas me compreendem
Nem se eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade
De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao colo pelas estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos,
E não termos sonhos no nosso sono.
E pelo pai da Psicanálise, o digníssimo Freud:
"Seja qual for o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim"
Fontes:
http://assirioealvim.blogspot.com/2009/03/e-ha-poetas-que-sao-artistas.html
http://curiosaidentidade.blogspot.com/
terça-feira, 24 de março de 2009
Eh pá, isto é que é progresso!

Fonte: http://www.penny-arcade.com/comic/2009/3/9/
quinta-feira, 19 de março de 2009
Quando não havia televisão.../ When there was no TV
...nem rádio nem internet. Os vestidos das senhoras faziam frou-frou nos serões opulentos dos salões e a leitura em voz alta preenchia as horas e os silêncios da noite.
domingo, 15 de março de 2009
O meu beijo para Rodin
Este é "uma espécie de" poema que eu escrevi em 2001, na altura divulgado no site Educare e que mais tarde publiquei no meu blogue O Lobo Leitor. É um bocadinho apimentado, há quem diga que é erótico...o meu único intuito foi transmitir aquilo que esta escultura de Rodin inspirava em mim.
As esculturas de Rodin deslumbram-me e emocionam-me. Em Madrid, em 1998, tive oportunidade de ver ao vivo algumas das suas obras-primas, fiquei completamente encantada, rodeando-as, olhando de todos os ângulos, cercando a sua completa perfeição...
Aqui deixo o meu O Beijo, de Rodin:

Da metamorfose do rochedo
Monstro de terra e de mar
Áspero, sólido, horrendo
Liberta-se aos poucos
Uma forma de arte... e de amar
Os músculos apenas se descobrem
Na denúncia da pulsação esquecida
Das mil energias que percorrem
A pedra viva.
Na lisura da pedra suada murmuram discretas veias
De dois corpos
Onde
De brilho e de cotão
Pelo torso tímido ela se enleia como Hera
Que o quer seu
E o seu gesto de jovem primavera
Guarda em si o fogo da paixão
Na brisa subtil desta ternura
Esquecida de si mesma ela se dá
E da rocha de uma teimosia dura
Os pés voam e ganham o ar.
O seu seio erguido se alonga no abraço
E roça dele o peito pujante e vigoroso
E este toque sentido
Desperta um desejo ardente e ansioso.
O amante, mais contido no seu movimento
Pousa a sua mão grande e viril
Na carne rija e sem tempo
Da sua ninfa de cinzel e vento.
E na coxa que a luz revela... firmeza
E a sombra arredonda,
Há a secreta beleza
De um segredo profundo... no escuro.
Os olhos fechados no pudor do sentimento
O tremor quente dos lábios nas órbitas nocturnas.
A urgência do desfloramento
Na avidez das ternas garras, tenra luz.
Numa penumbra sem rostos
Dois corpos, um só ensejo
Um homem, um mulher
Um só gesto, um eterno beijo.
Ana Tarouca, 2001
sexta-feira, 13 de março de 2009
Há um poeta com uma aranha nos cabelos...
Quatro horas da tarde.