sábado, 8 de agosto de 2009

Tá tudo dito!




"Se a tua mente não é aberta, fecha a boca também"
"Mai nada!"
(Uma frase de Sue Grafton, aqui ilustrada por Ceó Pontual).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"Os gatos são palavras com pêlo."



«Os gatos são palavras com pêlo. Os gatos, como as palavras, rondam à volta dos humanos sem nunca se deixarem domesticar. É tão difícil meter um gato num cesto quando temos um comboio para apanhar do que ir à nossa memória caçar a palavra exacta e convencê-la a tomar o seu lugar na página em branco. Palavras e gatos pertencem ambos à raça dos inefáveis.»
[in Dois Verões, de Erik Orsenna, trad. de Luís Ruivo Domingos, Teorema, 2009]


"Inefável, que significa o que não pode ser expresso verbalmente, é um termo utilizado para identificar algo de origem divina ou transcendente e com atributos de beleza e perfeição tão superiores aos níveis terrenos que não pode ser expresso em palavras humanas".
Fonte: Wikipédia

Este blogue não é só do cão. Aqui também há gato! E muitas, muitas palavras... na vã e patética tentativa da aproximação ao inefável...e na admiração dos que menos patéticos do que eu, deste mais se aproximam. Como os gatos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Acabei de ler... e já comecei...

...Coraline de Neil Gaiman: lê-se bem (também era melhor, trata-se de um livro para crianças!)... a minha filha leu-o primeiro e gostou. E eu fiquei curiosa sobre este género para mim novo de livros de terror para crianças...

Adoro livros para crianças, sou completamente louca e infantil na secção mais jovem de uma livraria! E sou exigente com as ilustrações!


De Neil Gaiman, gostei muito mais de Stardust, assumido pelo autor como um conto de fadas para adultos (com direito a assassinatos violentos, a sexo e tudo). Li a versão inglesa ilustrada por Charles Vess ainda antes de aparecer a versão cinematográfica que achei ficar aquém do livro.


E já comecei a ler O Crepúsculo, de Stephanie Meyer, depois de já ter ouvido falar muito quer da série de livros quer do filme. Vi primeiro o filme e gostei. Lembrou-me Anne Rice e a sua Entrevista com um Vampiro, do qual também vi o filme em 1994 e depois li o livro.

Sou um bocado esquisita com vampiros...não gosto de todos. :) Se gostar do filme, então marcha o livro!



Alguém tem sementes destas? / Good seeds



É que era mesmo desta que eu me ida dedicar à fruticultura!!!


A imagem é de Soizick Meister.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

"AH GANDA SHWARZEGGER!" (citando o bibliotecário mais anarquista)

Na Califórnia acabam-se os manuais escolares em papel e adere-se ao e-book reader. Faz bem à coluna dos miúdos, é mais ecológico (são milhões de árvores que agradecem), tem mais arrumação que a maior das mochilas... só não tem o cheirinho, o toque, o prazer de folhear, descobrir e encadernar no início do ano lectivo...não se pode ter tudo...

O bibliotecário anarquista, "ganda maluco" que muito aprecio ler, é quem me deu conta desta notícia...aaaquiii.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ah, tanta luxúria num só livro...perdão, quadro. / Woman sleeping with book


O livro aberto pelo chão, a luxúria do corpo nú de uma mulher, a languidez das roupas abandonadas pelo tapete ... definitivamente paixão! Sono ou prostração? Sim, solidão...uma confusão entre leitura e sexo, entre fruição literária e prazer carnal...

...e a culpa é toda dele, de Ralph Heimans, um pintor soberbo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Faceabook: desconecta-te e lê um livro! / "Disconnect for a while. Read a book."







"Disconnect for a while. Read a book."


(cliquem na imagem para aumentar)


Gostei do trocadilho com o Facebook, nesta campanha publicitária de 2008, da Tzomet Sfarim Bookstore, em Israel.

Fonte: adsoftheworld.com

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A ida do homem à lua, a calvície e a ficção científica que deixou de ser ficção

"Quarenta anos depois, a ida do homem à Lua continua a impressionar-nos: como é possível que a humanidade tenha colocado dois ou três astronautas em solo lunar, mas continue sem conseguir parar a aparentemente irreversível queda de cabelo que me vai devastando a pelagem do osso frontal? Tenho muito apreço pela investigação científica e pelo valor simbólico da ida à Lua, mas emocionar-me-ia mais se a minha testa não estivesse a ficar mais ampla. Custa a entender que se avance para a Lua antes de estarem resolvidos alguns dos mais graves problemas da Terra, no topo dos quais está a calvície, especialmente a minha. Confesso que já fui menos sensível aos problemas dos carecas, mas vou ficando cada vez mais chocado com a ida à Lua à medida a que a minha cabeça se vai assemelhando à superfície lunar.


Não sou, evidentemente, o único desiludido com a viagem que faz agora 40 anos. Muitos escritores não podem deixar de ter sentido a aventura da NASA como um cínico ataque às suas obras: desde que Neil Armstrong pôs o pé na Lua, boa parte da ficção científica deixou de ser ficção. E, até certo ponto, científica. A saga de Hans Pfaall, o herói de Edgar Allen Poe que chega à Lua a bordo de um balão de ar quente, perde impacto quando comparada com o relato real do feito de 1969. A história de Michel Ardan, que, em Da Terra à Lua, Júlio Verne projecta para a Lua com uma espécie de canhão, deixa de ser fantástica se cotejada com a história de Neil Armstrong e seus colegas. E a proeza do Cyrano de Bergerac de Edmond Rostand, que diz ter saído da Terra após um banho de mar sob a luz da Lua cheia, a qual teria atraído a água dos seus cabelos como faz com as marés, só mantém algum do seu interesse porquanto mistura a ida à Lua com o tema do cabelo - sugerindo, aliás, que a viagem lunar está vedada aos carecas, o que uma vez mais se lamenta".


Excerto de mais uma crónica, a desta semana, de Ricardo Araújo Pereira para a Revista Visão. Na íntegra aqui. Este RAP tem sempre piada!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Cão como nós" de Manuel Alegre

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De Manuel Alegre, editado pela Dom Quixote:

"Cão Como Nós: Não era um cão como os outros. Era um cão rebelde, caprichoso, desobediente, mas um de nós, o nosso cão, ou mais que o nosso cão, um cão que não queria ser cão e era cão como nós".

Um livro sensível sem ser piegas. Para quem sabe o que é ter um membro canino na família (mesmo que comam livros! :) ) e amá-lo enquanto tal.

Manuel Alegre parece concordar com Anton Tchekhov (1860-1904) que afirmava: "Que grandes pessoas são os cães!"


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Ainda para amantes de cães e já agora também de gatos, Kovacs sugere Os melhores contos de cães e gatos. Aqui.

Este post é dedicado à minha cadela labrador, grande companheira!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

A ansiedade do status/ "Status Anxiety" no original

Acabei de ler há poucos dias Status Ansiedade (não percebo qual foi o problema com a tradução do título do inglês para o português) de Alain de Botton, edição da D. Quixote.


Há poucos desejos tão fortes como o de ser tratado com respeito e evitar a humilhação. Sentir admiração e amor no olhar dos outros ou simplesmente ter a sua atenção. A indiferença pode ser um terrível e solitário castigo. "O Status" é aqui encarado numa perspectiva mais lata do qua a habitual. Este é um livro sobre uma inquietação quase universal que raras vezes é mencionada directamente e que diz respeito ao valor e importância do indivíduo aos olhos do mundo. O que é que os outros pensam de nós? Que imagem transmitimos? Como somos julgados? Como pessoas de sucesso ou verdadeiros fracassos? Como vencedores ou falhados? E em que consiste o sucesso?

Alain de Botton questiona, com lucidez, humor e elegância, de onde vêm as preocupações com o nosso "status" e sobre o que poderemos fazer para as ultrapassar. Com a ajuda de filósofos, artistas e escritores, o autor examina as origens da ansiedade do "status" - das consequências da Revolução Francesa até ao nosso receio secreto pelo sucesso dos amigos e colegas - antes de revelar formas imaginativas pelas quais algumas pessoas aprenderam a vencer as suas preocupações na procura da felicidade.


«Status Ansiedade» é um ensaio acessível que desmistifica a problemática do status que cada indivíduo enfrenta perante a sociedade em que vive, assunto muito actual em virtude da eleição da meritocracia (na cultural ocidental) como método principal para a avaliação do status de cada um, em função da obrigação de se ser materialmente ou socialmente ambicioso para se ser reconhecido perante os outros. Dividido em duas partes, na primeira o autor identifica as causas da ansiedade e da angústia que a questão do status provoca na maioria da sociedade, descrevendo um percurso histórico em que justifica como se chegou aos tempos actuais e por que razão no passado a questão do status era mais pacífica pela existência de estratos sociais bem definidos e aceites, algo que se começou a alterar a partir da Revolução Francesa.

Na segunda parte, o autor apresenta cinco saídas como formas de se escapar à angústia do status, em capítulos dedicados à Filosofia, Arte, Política, Cristianismo e Boémia, respectivamente, onde mostra, do ponto de vista histórico, como muitas pessoas encontraram resposta eficaz à ansiedade de status. Sem propriamente pretender que alguém que sinta essa ansiedade siga por um desses caminhos, o autor procura sobretudo abrir o horizonte de possibilidades de alteração da forma como olhamos algo que nos pode parecer imutável, mostrando o quanto comum e incontornável é a questão do status e as imensas formas que cada um tem de escapar a uma vida de aparências que não o realiza mas onde se sente num beco sem saída em virtude de todos os condicionalismos que sentiu na sua existência, por meio de todas as regras educacionais, morais e sociais que lhe foram impostas ao longo da vida e que o levaram onde ele presentemente está.


A filosofia, como conjunto de ferramentas que permite relativizar todos os conceitos sociais, a arte, como forma de expressão de realidades tão ou mais importantes que as aparentemente vivemos e colocando as mesmas sobre outra perspectiva, a política, como demonstração que algo que é regra hoje pode ser considerado tolice amanhã, o cristianismo, poderosa arma de nivelação espiritual igual de todos os seres humanos, e a boémia, como exemplo de que é possível ter vidas radicalmente alternativas embora com um certo grau de risco de sustentação económica.


Aparentando ser uma leitura ligeira ou um livro de auto-ajuda, rapidamente o leitor se apercebe das sólidas bases de conhecimento histórico, filosófico e literário que são os alicerces do discurso de Alain de Botton, que, sem nos entedidar mas com citações q.b. dos mais variados autores de todos os tempos, oferece uma fundamentação extremamente sólida da mensagem que deseja fazer passar, a de que cada pessoa é livre de escolher o público a quem permite a avaliação da sua personalidade ou do seu comportamento.


Com este ensaio, o autor acrescenta mais uma obra às que demonstram como o uso da filosofia pode, de forma prática, ajudar-nos a viver melhor a nossa vida e a relação com os outros..."

Opinião retirada do Citador.


A crítica do DN em 10 de Abril de 2005.


E eu que sempre pensei que a Filosofia era chata! Revelou-se uma óptima leitura para descobrirmos mais não só de Filosofia como de História, da evolução das sociedades ocidentais e sobre nós mesmos. Extremamente perspicaz e inteligente "descomplicando"! Recomendo.

terça-feira, 14 de julho de 2009

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