domingo, 27 de setembro de 2009

Poesia sobre bibliotecas

Jean-Jacques Sempé


As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.
E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras. 
As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.
Herbário, poemas de Jorge Sousa Braga com desenhos de Cristina Valadas

O Padre António Vieira apregoava assim a fortuna de ler bons livros:

"São os livros uns mestres mudos que ensinam sem fastio, falam a verdade sem despeito, repreendem sem pejo, amigos verdadeiros, conselheiros singelos; e assim como à força de tratar com pessoas honestas e virtuosas se adquirem insensivelmente os seus hábitos e costumes, também à força de ler os livros se aprende a doutrina que eles ensinam.
 
Forma-se o espírito, nutre-se a alma com os bons pensamentos; e o coração vem por fim a experimentar um prazer tão agradável, que não há nada com que se compare; e só o sabe avaliar quem chegar a ter a fortuna de o possuir".


Padre António Vieira
 

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Troca as voltas à gripe na biblioteca da tua escola




Este é o logotipo "Troca as voltas à gripe com a biblioteca" a utilizar pelas bibliotecas escolares nas actividades realizadas no âmbito da Gripe A 2009.

O site da Rede de Bibliotecas Escolares disponibiliza diversos "recursos educativos em linha com o objectivo de apoiar as actividades a realizar pela biblioteca, pelos professores e pelos alunos na escola ou no domicílio, procurando minimizar os condicionalismos impostos pelo desenrolar da gripe nos estabelecimentos escolares". Disponíveis aqui.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A bibliotecária pin-up


Muito Betty-Boop!!!

Na minha extensaaaa lista de livros para ler

The Man Who Loved Books Too Much: The True Story of a Thief, a Detective, and a World of Literary Obsession

"John Charles Gilkey is an obsessed, unrepentant book thief who has stolen hundreds of thousands of dollars' worth of rare books from book fairs, stories, and libraries around the country. Ken Sanders is the self-appointed "bibliodick" (book dealer with a penchant for detective work) driven to catch him.

Journalist Allison Hoover Bartlett befriended both eccentric characters and found herself caught in the middle of efforts to recover hidden treasure. With a mixture of suspense, insight, and humor, she not only reveals exactly how Gilkey pulled off his dirtiest crimes and how Sanders ultimately caught him, but also explores the romance of books, the lure to collect them, and the temptation to steal them.

Immersing the reader in a rich, wide world of literary obsession, Bartlett looks at the history of book passion, collection, and theft through the ages, to examine the craving that makes some people willing to stop at nothing to possess the books they love".

Fonte: Goodreads

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cá está o cão...


...a escolher o livro que vai trincar. Há gostos literários e apetites textuais que têm de ser ponderados!
A fotografia foi retirada de http://www.eyeonthestrand.com/.

Roberto Bolaño e os escritores sem mundo

"Sou apenas eu que o digo, mas estou convencido de que a pior coisa que se poderá dizer de um escritor é que não tem mundo. Já li muitos livros assim: a linguagem é perfeita (por vezes completamente inovadora), as metáforas são precisas, há silepses voluntárias, adjectivos inesperados, comparações maravilhosas, e personagens que racionalizam o que não deveria poder ser racionalizado; fazem-no com brilhantismo, tal como o autor brilhantemente ordena as palavras no papel, constituindo uma mónada quase perfeita. E, depois, o livro é igual a nada. Quero dizer: eu conheço razoavelmente bem o Tratado Lógico-Filosófico de Wittgenstein , e asseguro-vos de que não é propriamente divertido ou emocionante; isto é, não constitui material de romance. E, no entanto, sempre que abro um livro, nos últimos tempos, onde diz na capa em letras maiúsculas: Romance, parece que encontro mais um escritor determinado a abrir outro guichet vanguardista pós-moderno, determinado a ser (muito) mais inteligente do que o leitor, a querer demonstrar tudo sem nos mostrar nada. E torno a fechá-lo imediatamente, porque lições de filosofia disfarçadas de literatura não me interessam, da mesma maneira que não me interessa filosofia de pacotilha disfarçada de romance. Por que é que escrevo isto? Ah, porque cheguei à conclusão que estes são os escritores sem mundo, que resolveram ser génios à força toda sem terem a incómoda necessidade de sair do quarto e, portanto, parece-me que andam refugiados numa espécie de eterno retorno ao mesmo tema, ao mesmo universo, à mesma lengalenga, que é o que acontece quando se passa a vida a olhar para dentro e não para fora. Por cá sofremos bastante deste mal, e incluo-me no lote dos cobardes e dos reticentes. Recentemente, porém (e tarde como tudo) descobri Roberto Bolaño e estou apaixonado".
 
Excerto de um excelente texto de João Tordo sobre o  escritor chileno Roberto Bolaño, cujo 2666 está prestes a ser publicado no nosso país, pela Quetzal. Pode ler o resto aqui.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Conselhos de Vampiros Leitores


Poster da ALA, American Library Association,  de incentivo à leitura, com Robert Pattinson e Kristen Stewart a lerem o Crepúsculo de Stephenie Meyer, cuja adaptação para o cinema os lançou para  estrelato hollywoodesco e os tornou alvo preferencial de adoração estridente de milhares de teenagers (e não só).

Os bibliófilos de Norman Rockwell




Clareza na leitura

“Clarity is the most unsettling thing possible. It allows the reader, in some sense – if you do it well – to forget that the medium of expression is language; you’re somehow in with what the words are saying, but you’re not even thinking about the words anymore”.

Paul Auster, entrevista à revista Granta (último número 106).
 
Fonte: uma agradável surpresa que descobri agora, João Tordo, blog de um escritor português!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Read to the X-Treme

Conselhos de Super-Heroís Leitores!

Gosto desta revista sobre livros



"Os meus livros" é uma revista portuguesa independente dedicada ao mundo dos livros. Em cada edição, a revista antecipa os títulos que vão ser lançados no mercado, os principais eventos em agenda para o mês, assim como analisa o conteúdo dos livros mais importantes recentemente lançados. A secção de críticas, destaca os prós e contras de cada livro, atribuindo-lhes uma classificação numérica, enquanto entrevistas com escritores, editores e outros protagonistas ajudam a conhecer melhor este mundo. Por tudo isto "os meus livros" é O Guia da Boa Leitura.



Fonte: http://www.oml.com.pt/


Só gostava que tivesse mais conteúdos on-line.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Lobo Antunes na "New Yorker"

Ilustração de André Carrilho.


"In the case of Lobo Antunes, that world is the size of a country—small and marginal, perhaps, but teeming with villainy and vice, and as crammed with wounds and festering sores as an overcrowded hospital ward".

Doctor and Patient: A Portuguese novelist dissects his country by Peter Conrad, New Yorker, 4 de Maio de 2009. Na íntegra aqui.


«A revista "New Yorker" publicou ontem, na sua versão on-line, um extenso artigo sobre António Lobo Antunes, assinado por Peter Conrad, que descreve o romancista português como alguém que "permanece obsessivamente local, preocupado com as dores herdadas da história portuguesa e as debilidades culturais do país". O contrário de Saramago, sugere Conrad, cujas "parábolas seculares, geralmente localizadas em países imaginários, zarpam facilmente para a universalidade".»

Peter Conrad, um académico australiano radicado nos Estados Unidos afirma que «à semelhança de "partidos políticos rivais ou equipas desportivas", ambos ( Lobo Antunes e Saramago) dispõem de "partidários ruidosos", e que os de Lobo Antunes afirmam que "o Nobel foi ganho pelo homem errado"».

Acho difícil comparar dois escritores com estilos de escrita tão diferentes, mas confesso que, a votar, votaria Lobo Antunes.

Os últimos dois excertos são de um  artigo da Ipsilon de 01 de Maio de 2009 que pode ser lido na íntegra aqui.

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin