O Bibliotecário Anarquista lança um inquérito à escala mundial sobre os suportes de leitura preferidos dos leitores e não leitores. Aceda ao questionário e responda com seriedade e rigor aqui.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Pirataria de livros
"Os e-books demoraram a estabelecer-se, mas cada vez são mais comuns. Está aí o risco de uma pirataria parecida com a que ocorre na música.
PODEMOS COMPRAR "O Símbolo Perdido", de Dan Brown, como e-book na Amazon por 9,99 dólares (6,69 euros). Também podemos pôr um chapéu de pirata e arranjar uma cópia gratuita em sites de armazenamento de ficheiros como o RapidShare, o Megaupload, o Hotfile ou outros.
Até agora, poucos leitores preferiam os livros electrónicos aos livros impressos ou às versões áudio, pelo que a disponibilidade pública das cópias gratuitas não era muito importante. Mas os e-books não ficarão muito tempo em segundo plano na edição. O equipamento necessário para os ler (e-readers) está a tornar-se comum, com ecrãs cada vez maiores. O mesmo se passa com os tablets que podem servir como e-readers gigantes, e o hardware que não é assim tão duro: um monitor fino, suficientemente flexível para ser enrolado num tubo.
Com os novos dispositivos à mão, será que os compradores de livros resistirão aos exemplares gratuitos, a apenas alguns cliques de distância, que estão disponíveis na internet sem a permissão do proprietário dos direitos? Conscientes do que aconteceu à indústria musical numa conjuntura de transição semelhante, os editores de livros estão prestes a descobrir se o seu negócio é suficientemente diferente para ser poupado ao mesmo destino".
Até agora, poucos leitores preferiam os livros electrónicos aos livros impressos ou às versões áudio, pelo que a disponibilidade pública das cópias gratuitas não era muito importante. Mas os e-books não ficarão muito tempo em segundo plano na edição. O equipamento necessário para os ler (e-readers) está a tornar-se comum, com ecrãs cada vez maiores. O mesmo se passa com os tablets que podem servir como e-readers gigantes, e o hardware que não é assim tão duro: um monitor fino, suficientemente flexível para ser enrolado num tubo.
Com os novos dispositivos à mão, será que os compradores de livros resistirão aos exemplares gratuitos, a apenas alguns cliques de distância, que estão disponíveis na internet sem a permissão do proprietário dos direitos? Conscientes do que aconteceu à indústria musical numa conjuntura de transição semelhante, os editores de livros estão prestes a descobrir se o seu negócio é suficientemente diferente para ser poupado ao mesmo destino".
Excerto de um artigo de Randall Stross - exclusivo i /The New York Times, publicado em 16 de Outubro de 2009
domingo, 18 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Mantém os teus livros preferidos...
...debaixo dos teus bigodes.
Embora não tenha bigodaças (acho eu hihi!), sou muito possessiva com os meus livros preferidos. Debaixo de olho, na eterna possibilidade da leitura.
Quase como os filhos: sempre debaixo de olho, à mão e dentro do coração!
A excelente ilustração é de Marie Desbons.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Sobre "O Carteiro de Pablo Neruda"
Entretanto, Salvador Allende ganha as eleições e as mudanças políticas sucedem-se vertiginosamente no país até acabarem por afectar gravemente as vidas dos habitantes da Ilha Negra.
A partir da
--> amizade entre o grande poeta Pablo Neruda e o humilde carteiro que o venera e que com ele quer aprender poesia (a acção do romance passa-se por volta de 1970, até à morte do poeta em 1973) ficamos a saber um pouco mais sobre a história do Chile e as suas tormentas políticas.
Mas apreendemos tudo com prazer através da mestria na escrita e do humor de Antonio Skármeta. É muito, muito bom!
Deixo aqui alguns excertos do preâmbulo que abrem logo o apetite para a leitura:
"Nos gabinetes húmidos dessa redacção agonizavam todas as noites
as minhas ilusões de ser escritor. Ficava até de madrugada a começar novos
romances que deixava a meio do caminho desiludido com o meu talento e a
minha preguiça. Outros escritores da minha idade obtinham considerável
sucesso no país e até prémios no estrangeiro: o da Casa das Américas, o da
Biblioteca Breve Seix-Barral, o da Sudamericana e Primera Plana. A inveja,
mais que um incentivo para acabar alguma vez uma obra, funcionava em
mim como um duche frio.
Pelos dias em que cronologicamente começo esta história — que tal
como os hipotéticos leitores notarão arranca entusiasta e termina sob o efeito
de uma profunda depressão — o director reparou que a minha passagem
pela boémia tinha aperfeiçoado perigosamente a minha palidez e decidiu
encomendar-me um serviço à beira-mar, que me consentisse uma semana
de sol, vento salino, marisco e peixe fresco, e de caminho importantes
contactos para o meu futuro. Tratava-se de assaltar a paz marítima do poeta
Pablo Neruda, e através de encontros com ele, conseguir para os
depravados leitores do nosso pasquim uma coisa assim, palavras do meu
director, «como que a geografia erótica do poeta». Afinal de contas, e em
bom chileno, fazer-lhe falar do modo mais gráfico possível das mulheres que
tinha engatado.
(...)
Para não tornar este prólogo eterno e evitar falsas expectativas aos
meus remotos leitores, concluo esclarecendo desde já alguns pontos.
Primeiro, a novela que o leitor tem nas mãos não é a que eu quis escrever na
Ilha Negra nem qualquer outra que eu já tivesse começado naquela época,
mas sim um produto colateral do meu .fracassado assalto jornalístico a
Neruda. Segundo, apesar de vários escritores chilenos continuarem a beber pela taça do sucesso, (entre outras coisas por frases como estas, disse-me
um editor) eu permaneci — e permaneço — rigorosamente inédito. Enquanto
outros são mestres da narração lírica na primeira pessoa, do romance dentro
do romance, da metalinguagem, da distorsão de tempos e espaços, eu
continuei adscrito a metaforonas transplantadas do jornalismo, lugares comuns
respigados dos crioulistas, adjectivos guinchantes mal entendidos
em Borges, e sobretudo agarrado ao que um professor de literatura designou
com nojo: um narrador omnisciente.
(...)
Sei que mais que um leitor impaciente estará a perguntar-se corno é que um
mandrião acabado como eu pôde terminar este livro, por muito pequeno que
sela. Uma explicação plausível é que demorei catorze anos a escrevê-lo. Se
se pensar que neste lapso de tempo Vargas Llosa, por exemplo, publicou
Conversação na Catedral, A tia Júlia e o Escrevedor, Pantaleão e as
visitadoras e A guerra do fim do mundo, é francamente um recorde do qual
não posso orgulhar-me".
Este é o narrador que nos conduz através da história da amizade entre Mario e Neruda, e é impossível não apreciar a sua voz e a sua bem-humorada companhia.
Verdadeiramente de-li-ci-o-so!!!
"...e eu sou um animal lambendo as patas..."
O Gato
Esticou-se a tarde toda ao calor do chão
e assim ficámos cada um em seu poiso
na intermitência do sol e ao gosto dos insectos.
Ri. Passaram-se letras e frases inteiras
pelos olhos quando eu não estava ali.
Conheço a dormência do animal
o esticar dos membros, das patas
e daquela boca dentada.
Sou-lhe absolutamente dispensável.
De repente, os dias achatados, os pressupostos
e as mudanças de lugar tomam presença
nos corredores arqueados do pensamento
e eu pareço um eterno monstro, irreflectido.
Ouvi o dia inteiro impropérios,
a minha humanidade calcada em ajuntamentos.
Onde os desabridos pitéus
a efabulação intensa da casa.
As vozes que se tocam são um fio esticado,
logro de acções.
Levaria sem pensar um poste
lamberia as patas como os gatos
para limpar-me pelo lado de dentro da albarda.
Farejo a noite tão igual por dentro
ao som e aos gestos de um lobo.
Permaneço nas couves, nas formigas e nos crisântemos.
Apesar do lagar entumecido e visceral
eu resisto na terra e no muro, lugar sem porta.
às vezes dá uma paragem no pensamento
e eu sou um animal lambendo as patas
abro a boca em toda a extensão do espaço
aquieto-me.
José Maria de Aguiar Carreiro in revista NEO #9, 2009
Fonte: o blogue do autor, Folha de Poesia.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Estou descontrolado! / "I am Alt of Ctrl"
Um bom trocadilho que brinca com o teclado do computador para chegar ao sentido da expressão inglesa "Out of Control"!
Da autoria do designer e ilustrador brasileiro Matheus Lopes Castro, mais conhecido por Mathiole.
Fonte: Bem Legaus
domingo, 4 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
António Lobo Antunes fala da sua relação com Deus
"A minha relação com Deus tem sido sempre tumultuosa, cheia de desacordos e discussões: longos períodos em que me afasto, alturas em que me aproximo, amuos, quase insultos, discussões. Creio firmemente que, nos livros que escrevo, é Ele que guia a minha mão e não passo de um instrumento da Sua vontade".
Este é um excerto da belíssima crónica do escritor que saiu esta semana, em 1 de Outubro de 2009, na Visão, De profundis.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Ou me devolves o livro que requisitaste...
... ou vais arrepender-te.
Assina: The Dirty Librarian, versão bibliotecária do clássico Clint Eastwood em "Dirty Harry".
A fotografia é de Neil Krug.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Ricardo Araújo Pereira esmiuça "O Watergate Português"
"A História repete-se, primeiro como tragédia, depois como farsa". Aqui está mais uma frase de Marx que demonstra o modo como, em certos aspectos, o seu pensamento está desactualizado ou incompleto. Marx não soube perceber (mas quem o censura?) que, quando se repete em Portugal, a História volta na forma de um espectáculo que está vários furos acima da farsa - quer em termos de ridículo, quer quanto à riqueza do enredo. O recente caso do Watergate português merece, por isso, ser analisado mais do ponto de vista humorístico que do ponto de vista político. Felizmente, há muito para dizer.
A primeira grande diferença entre a complexa história de espionagem americana e a nossa soberba comédia talvez seja o facto de, nos Estados Unidos, as escutas existirem mesmo. Parecendo que não, numa história de escutas, isso faz alguma diferença. Em Portugal, até ver, as escutas são imaginárias, o que confere à história este carácter encantadoramente rocambolesco - e muito português: os americanos agem, colocam escutas, espiam mesmo; os portugueses imaginam que estão a ser escutados, fantasiam sobre espionagem, convidam os jornais a efabularem com eles".
Podem ler na íntegra na Visão on-line aqui.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
"The Power of Books": fotografias criativas de Mladen Penev
Mladen Penev, designer gráfico búlgaro criou esta curiosa série de fotografias intitulada "The Power of Books”:
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