quarta-feira, 7 de julho de 2010

A razão porque gosto de romances históricos

"Novels give you the matrix of emotions, give you the flavour of a time in a way formal history cannot."

Doris Lessing
 
Adoro aprender História através dos romances que leio. A emoção que envolve os acontecimentos compensa quaisquer imprecisões factuais que possa haver. O geral está lá e é passível de confirmação (o Google ajuda). Vivemos os ambientes da época, vibramos com  acontecimentos emocionantes e dramáticos que nos manuais de história associamos apenas a datas e a esquemáticas relações causa-efeito.

terça-feira, 6 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

"Se um dia o Cristiano Ronaldo escrever um livro sobre paternidade..."

"Se um dia o Cristiano Ronaldo escrever um livro sobre paternidade, o primeiro capítulo é dedicado ao tema "Mães: Relação Qualidade-Preço".


Muito bom! :)))))

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"A homenagem a um Poeta que morreu é decorar-lhe os versos!"




ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA
1923-2010



Moimento



Puseram a bandeira a meia-haste
E decretaram luto na cidade,
Responsos, coroas, círios – quanto baste
Para iludir a eternidade.




Teve o nome nas ruas, em moimentos:
«Nasceu – morreu – tantos de tal – Poeta».
Houve discursos graves, longos, lentos.
- Venham todos os ventos
Do planeta!




Rasguem bandeiras, sequem flores; no céu
Se percam orações, paters e glórias
- Tudo isso é dor que não lhe pertenceu –
Destruam as estátuas e as memórias;
Que os discursos inúteis vão dispersos…



- A homenagem a um Poeta que morreu
É decorar-lhe os versos!



28 de Setembro 1949

Quem consegue ir de férias este ano?

"O dinheiro é belo, porque é a libertação"
Fernando Pessoa
 
E não deveriam as férias ser um período por excelência de libertação? Mas como gozar as merecidas férias em tempos de furiosa crise?



"Esta é a altura do ano em que os portugueses, depois de um ano de trabalho (os que ainda têm trabalho), pegam nas suas economias (aqueles que não tinham o dinheiro em bancos que faliram), e vão agora de férias (aqueles que podem dar-se ao luxo de ter férias). E vão, de certeza, com a sensação de que deixam o País arrumado. O Presidente da República diz que a situação é insustentável. Um antigo Presidente e um candidato à Presidência dizem que ele não pode dizer que a situação é insustentável. O primeiro-ministro diz que estamos muito bem. A oposição diz que ele não pode dizer que estamos muito bem. Portanto, podemos ir de férias descansados. E esclarecidos.

A primeira tarefa do cidadão que começa a gozar o merecido descanso é pagar a não menos merecida sobretaxa de IRS sobre o subsídio de férias. O cidadão sabe, porque já lho disseram, que andou a viver acima das suas possibilidades, e por isso chegou a hora de pagar. O cidadão, que tem a mania das grandezas, pensou que podia viver à tripa-forra, num desses países modernos que premeiam os administradores das suas empresas com bónus milionários. Não, caro cidadão. Tudo isso lhe deu status e qualidade de vida, é indesmentível. Mas não é gratuito. Quem quer viver numa sociedade assim, paga. 

A segunda tarefa é escolher um destino de férias. Tanto os destinos mais baratos, como uma semana com tudo pago nas Caraíbas, como os mais caros, como um fim-de-semana com meia pensão no Algarve, parecem excessivos para o seu orçamento. Uma hipótese é meter a família no carro e, como recomendou Cavaco Silva, ir para fora cá dentro. Uma opção que traz alguns problemas. Primeiro, há que meter gasolina, o que não é barato. Depois, talvez seja boa ideia comprar uma água e um papo-seco para a viagem. Mas com cautela, na medida em que o IVA sobre os bens essenciais subiu um por cento. Os milionários que tiverem dinheiro para depósito cheio e farnel poderão fazer-se à estrada, embora conscientes de que mais cedo ou mais tarde vão passar numa SCUT, daquelas que não eram pagas mas entretanto passaram a ser. Antes disso, num semáforo, ainda são capazes de topar com o ministro das Finanças com um chapéu virado ao contrário a pedir nem que seja a moeda mais pequena, em busca de receitas extraordinárias. Em princípio, depois de percorrer 50 quilómetros, o cidadão já não tem dinheiro e tem de voltar para casa. Essa é a terceira tarefa. Boa sorte". 

Crónica de Ricardo Araújo Pereira para a Visão em 1 de Julho 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tempos maus exigem boa ficção

If what’s always distinguished bad writing—flat characters, a narrative world that’s clichéd and not recognizably human, etc.—is also a description of today’s world, then bad writing becomes an ingenious mimesis of a bad world. If readers simply believe the world is stupid and shallow and mean, then [Bret] Ellis can write a mean shallow stupid novel that becomes a mordant deadpan commentary on the badness of everything. Look man, we’d probably most of us agree that these are dark times, and stupid ones, but do we need fiction that does nothing but dramatize how dark and stupid everything is? In dark times, the definition of good art would seem to be art that locates and applies CPR to those elements of what’s human and magical that still live and glow despite the times’ darkness. Really good fiction could have as dark a worldview as it wished, but it’d find a way both to depict this world and to illuminate the possibilities for being alive and human in it.



David Foster Wallace
 

A pin-up da leitura










Esta é Hilda, leitora bem nutrida, bem disposta e bem, bem...encalorada do pintor norte-americano Duane Bryers.

Redonda de carnes e de sorrisos. Deve ler bons livros. :)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sobre a inveja: tão, tão verdade! / The truth about envy

Cartoon de Clayton Rabelo.


"Envy is the religion of the mediocre. It comforts them, it soothes their worries, and finally it rots their souls, allowing them to justify their meanness and their greed until they believe these to be virtues. Such people are convinced that the doors of heaven will be opened only to poor wretches like themselves who go through life without leaving any trace but their threadbare attempts to belittle others and to exclude—and destroy if possible—those who, by the simple face of their existence, show up their own poorness of spirit, mind, and guts. Blessed be the one at whom the fools bark, because his soul will never belong to them".



Carlos Ruiz Zafón, The Angel’s Game

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