segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Kama Sutra da Leitura / The Kama Sutra of Reading



Porque ler dá prazer...variem nas posições, nos lugares, nas alturas do dia, nos ditos cujos livros...;)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Infoexcluída...sniff, sniff...

Vou estar uns dias assim...



...sem internet. Vou ficar a sofrer com os sintomas de abstinência/privação. É que eu sou mesmo "agarrada" à net.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pequenas coisas que nos fazem senti bem...

...uma boa história. Pode ser um livro, um bom livro, ou simplesmente alguém com o dom de nos envolver na vivacidade com que conta as suas peripécias...há bons contadores de histórias por aí que nem sequer sabem que o são. Tem tudo a ver com generosidade, emoção, honestidade e humor.



Ilustração de Mónica Carretero.


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ignácio de Loyola Brandão conta sobre uma paixão enciclopédica por uma bibliotecária

"- Gosta de ler?

- Gosto. E você, gosta de quem lê?

- Sou bibliotecária, livros são minha paixão. Um dia ainda abro uma livraria.

(…)

- Se eu lesse muitos livros? Você me admiraria?

- Claro que sim.

- Quantos livros eu teria de ler?

- Nunca pensei nisso.

- Pois vou ler esta biblioteca inteira. Depois vou passar por todas as outras bibliotecas de São Paulo, do Brasil.. Onde tiver livro, estarei lendo...

Ele se encaminhou para a porta, voltou-se.

- Por você vou ler 1 milhão de livros. Um bilhão. E aí você vai me admirar.

Quase disse 'gostar de mim', se conteve, apenas pensou que ela veria quanto uma paixão move um homem.

- Vou ler 1 trilhão de livros, vou ler todos os livros do mundo.

Liliani fez um aceno de cabeça e pensou: tomando-se a média de 120 páginas por livro e imaginando que ele demore três minutos para ler uma página, lerá um livro a cada 360 minutos, ou seja seis horas. Seis trilhões de horas, calculando por baixo, significam 250 bilhões de dias. Mais ou menos uns 70 bilhões de anos. Acho que não vou esperar, concluiu. Estou com fome. E saiu para o almoço."


Podem ler aqui o conto na íntegra. Trata-se de Conto de Natal à Minha Maneira, ou seja, à maneira de Ignácio de Loyola Brandão. Foi publicado no Jornal O Estado de São Paulo em 22 de Dezembro de 2006.

As bibliotecárias são assim, hihi, despertam paixões avassaladoras! ;)

domingo, 21 de setembro de 2008

"É VERDADE": há programas de televisão que incentivam à leitura

O Man-el partilha comigo o gosto pelas citações de Groucho Marx e ofereceu-me recentemente esta:

"I find television very educating. Every time somebody turns on the set, I go into the other room and read a book."

E bem a propósito desta frase, surge esta semana na Revista Visão, uma convergente de Ricardo Araújo Pereira:

"Confesso que, quando a SIC estreou o programa Momento da Verdade, temi o pior. Julguei tratar-se de mais um produto televisivo aviltante, o que me colocaria um problema difícil. Eu vejo pouca televisão, mas nunca perco um produto aviltante. A televisão tem uma capacidade de aviltar que não é ultrapassada por qualquer outro meio de comunicação e por isso constitui, para mim, a principal fonte de aviltamento. Se tomo conhecimento de que há produtos aviltantes nas grelhas, pego nas pipocas e vou para o sofá ser aviltado. Imaginem o meu alívio quando constatei que o Momento da Verdade é, afinal, serviço público, e o programa mais interessante da televisão portuguesa, quer do ponto de vista ético quer do ponto de vista filosófico. Como é óbvio, um produto com estas características não me interessa. Para isso, vou ler livros."

Não deixem de ler toda a crónica do RAP aqui e depois digam lá se Groucho Marx não sabia mais do que Platão?!


A propósito, no Wikcionário:

a.vil.tar

  1. (verbo transitivo)
    1. tornar vil
    2. desonrar
    3. rebaixar


E um provérbio no Citador:

O carácter verdadeiro não se avilta por dinheiro.

E esta hem!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Fazer da arte o nosso grito...

"Claro que se deve "ganhar a vida" de alguma maneira - mas o essencial aqui é viver. Seja o que for que fizermos, qualquer que seja a opção que escolhamos (talvez todas elas), o o quanto nos comprometamos, devemos orar para nunca confundir arte com vida: a Arte é breve, a Vida é longa. Devemos estar preparados para navegar, nomadizar, escorregar de todas as redes, nunca estabilizar, viver através de várias artes, fazer nossas vidas melhores que nossa arte, fazer da arte nosso grito no lugar de nossa desculpa".

Está no texto Vernissage, um artigo de Hakim Bey. É sobre arte. Alessandro Martins, diz que poderia ser sobre blogues. Eu digo que também pode ser sobre a escrita enquanto criação.


Já agora é bom que se diga que Hakim Bey é o pseudônimo de Peter Lamborn Wilson, (Nova Iorque, 1945), escritor, ensaísta e poeta.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A necessidade do Silêncio

A autora do blogue Tão Cheia de Tudo. Tão Cheia de Nada deixou-me um comentário, fui visitar o seu espaço e descobri um texto com o qual me identifiquei, especialmente hoje que estou cansada e dorida... Tomo aqui a ousadia de o transcrever sempre, sempre com os devidos créditos à autora, Tânia Rodrigues .:

" Por favor cala-te. Calem-se todos. Deixem o silêncio falar, que eu preciso de o ouvir. Hoje mais do que nunca, não me posso deixar adormecer e ele mantém-me acordada. Por favor desliguem os motores, baixem os estores com cuidado, fechem as portas com vagar, que eu preciso do silêncio para acordar. Escuto o que me diz, sem um pio, sem um som, sem ruído, sem contestar. Com toda a razão, tamanho é o etéreo de uma massa vasta, vazia de agudos e de graves, tamanho o alcance que pode ter quando não tem nada para dizer. Entra devagar pelas frechas das portas, pelos buracos das fechaduras, às costas de um gato, entra devagar e instala-se num canto. Ele sabe esperar. E quando tudo se cala, quando eu preciso, ele sim, começa a falar."


Eu preciso de silêncio para estar aqui a escrever...
Às vezes, sinto esta necessidade do silêncio se bem que a sua ausência se deve a uma vida cheia de pessoas e circunstâncias verdadeiramente imprescindíveis. Mais imprescindíveis que o silêncio.

domingo, 14 de setembro de 2008

Carla Bruni também lê...mas não promete nada.

Carla Bruni Sarkozy, actual primeira dama francesa, cuja vida talvez ainda venha a dar um bom romance, na capa do seu mais recente disco, lançado em 2007.

sábado, 13 de setembro de 2008

Achei mais um cartoon do cão que comeu o livro...

Achei mais um cartoon de um cão a comer um livro, hihi...tudo o que sirva para validar o título deste blogue diverte-me por demais!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Um Manual para Escritores Bloqueados, por Bruno Cunha


No seguimento dos conselhos de Jorge Reis-Sá para uma vida de escritor produtiva, Bruno Cunha oferece no seu blog Uma por Dia: uma história nova todos os dias, um manual para escritores bloqueados… com uma grande dose de humor.

“1- Arranjar uma cadeira confortável mas sempre que possível inventar novas posições de escrita.
2 - Escrever num bom computador, que tenha acesso à internet e jogos (muitos).
3 - Escrever junto a uma janela com vista panorâmica e estar sempre atento às brincadeiras das crianças lá fora (se estiverem por perto).
4 - Quando sentir um vazio, olhar para o vazio só pelo gozo de ele lá estar.
5 - Levantar-se muitas vezes, andar por todos os lados da casa e pôr música em altos berros, para afastar os maus espíritos.
6 - Escrever as primeiras linhas e apagá-las logo de seguida (são sempre as piores).
7 - Se estiver num aperto, pegar em revistas fúteis e vá lê-las para a casa de banho (em geral provocam uma incontrolável vontade de alívio).
8 - Lavar as mãos e voltar para o computador e escrever mais umas linhas (em geral também são para deitar fora).
9 - Coçar as partes baixas (mas ostensivamente se for homem, mais delicadamente se for mulher). Se não ficou excitado/a, retome a escrita.
10 - Afinal as suas mãos foram muito habilidosas e acabou por ficar excitado/a. Procure alguém em casa para aplacar o reboliço provocado pelos seus instintos (esqueça menores e relações incestuosas). Se estiver sozinho em casa das duas uma: ou vai até à rua e engata alguém ou fica em casa e tem sexo virtual na internet. Caso seja mais egoísta, governe-se você mesmo/a.
11 - Depois destas emoções a fome costuma apertar. Vá até ao frigorífico e abasteça-se o mais que puder.
12 - Arrote (é sinal que ficou saciado/a), lave a loiça e volte para o computador. Finalmente as primeiras linhas já começam a fazer mais sentido. Não perca o balanço e continue.
13 - Começa a escurecer. Levante-se e acenda a luz. É um bom pretexto para dar mais umas voltas por casa. O cão não o larga. Leve-o à rua antes que seja tarde de mais.
14 - Agarre bem o animal pela trela. Os bichos têm sempre a mórbida tendência para se meterem debaixo do primeiro carro que se lhes aparece à frente (ou outro lado qualquer).
15 - Regresse a casa e desligue o computador. Coragem, amanhã é outro dia. Retome este processo ponto por ponto mas seja flexível: a ordem deste manual é completamente arbitrária.
16 - Invente mais pontos, tantos quantos achar necessário.
17 - Se continuar bloqueado/a, das duas uma: ou está a passar por uma crise existencial ou então não tem jeitinho nenhum para a escrita.
18 - Escreva alguma linha ou não, ao menos divirta-se. É o mínimo que pode fazer por si.”

Num blogue é preciso escrever...

“O blog tem uma característica fundamental: a gente precisa escrever. E o exercício textual, que se faz presente e necessário, faz dos blogs uma espécie de laboratório de escrita e criação”.

Professor Mauro Souza Ventura, da Universidade Estadual Paulista de Bauru

Excelente artigo este Blogs e prática de texto, sobre como o facto de um espaço dinâmico de escrita e criação, que necessita de constante actualização e enriquecimento para se justificar enquanto blogue, constituir um bom exercício para a realização textual de um escritor.

Eu sempre senti gosto e até necessidade de escrever. Foi quando criei o meu primeiro blogue, em Janeiro de 2007 que passei a escrever de forma mais sistemática e persistente. E o bom de escrever é que nos surpreendemos e descobrimos no próprio acto da escrita. É terapêutico, divertido e relaxante.

Mas daí a tornarmos-nos escritores...escrever um livro com cabeça, tronco e membros, qualidade literária, originalidade e publicá-lo...vai um árduo caminho. Pelo menos para mim...


Indiscutível o facto de um blogue, ou pelo menos um site, ser fundamental nos dias de hoje para um escritor com obras publicadas divulgar o seu trabalho e dialogar com os seus leitores.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Cinco conselhos a quem quer viver da escrita

Cinco conselhos a quem quer viver da escrita, por Jorge Reis-Sá em Rua da Castela. Com algumas adaptações feitas por mim.

Elabore e apresente com cuidado o seu Projecto:

  1. Envie sempre o original com uma carta de apresentação;
  2. Não precisa de enviar a sua proposta para meio mundo: mande poucos mas para as pessoas certas depois de ter feito a prospecção do mercado:
    1. Se quiser editar o seu livro de poemas, não contacte uma editora de informática.
    2. Se quiser ser cronista, “não mande um projecto de crónica sobre futebol para o Expresso - está lá o Luís Freitas Lobo que sabe mais disso do que você e mais mil e quinhentos como você. Mande por isso um projecto estruturado e pensado para o sítio certo. Mande para o Sol. Mas note que tem de estar na mesma liga do Freitas Lobo. Pelo menos nesse assunto, claro.”
  3. “É díficil ser cronista? Concedo. Então pense em escrever argumentos para cinema. Dez, quinze, trinta e cinco sinopses. E depois bata à porta de um produtor e diga ao que vem. Ou então bulas para medicamentos. Ou então peças de teatro. Ou então horários para a CP. O que quero dizer é que tem de diversificar. Ou não conseguirá viver do seu trabalho: escrever.”
  4. Não pense que já sabe tudo, de tal maneira que não está para ouvir conselhos de especialistas: se bater à porta de um produtor e ele pedir para alterar o fim do seu genial argumento, atente ao que diz. No fundo, ouça. Ele, quase de certeza, saberá mais do assunto do que você.
  5. Último conselho? Não fique a contar com o factor C, as cunhas, os conhecimentos:”Não reze na capela pela entrada nas capelinhas: trabalhe e as portas abrem-se."

Quanto ganham os escritores em Portugal?


Um dos maiores enganos acerca da profissão de escritor é este: não se consegue viver da escrita. Consegue. E eu vou dizer como.”

Jorge Reis-Sá

Eis o que Jorge Reis-Sá, romancista, poeta, editor e responsável pela Quasi Edições nos diz:

para receber um salário mensal de €1,500, um escritor deverá trabalhar oito horas por dia

5 horas a escrever

3 horas a ler

Isto durante 8 meses, 5 dias por semana.

Contamos com os fins-de-semana e um mês de férias.

Os restantes 3 meses serão para a promoção do romance que entretanto escreveu.

“Que escreva 3 páginas por dia. Isto dá, para um romance de 240 páginas” (a ser vendido por €15),” 80 dias úteis de trabalho. 16 semanas, para ser mais exacto. 4 meses. Dois meses de revisão, sobram outros dois para outras coisas.” (A páginas tantas eu já me perdi nas contas…)

“As outras coisas são o quê? Crónicas.” (€250 por crónica) “Textos para concorrer a prémios literários. Encomendas. Peças de Teatro. Letras de música. Tudo o que um escritor pode rentabilizar na sua actividade. Assim, sem lirismo. Um escritor escreve, não é? ”

Veja como este escritor faz as contas aos rendimentos da sua profissão no blogue Rua da Castela.

Uma leitura muito interessante…apenas não sei se não será demasiado optimista…

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