quarta-feira, 3 de julho de 2013

Hora de ponta / Rush hour


Leonard Jossel, '39, Subway (Cartoon), June 1938, v. 22, n. 2. "Vagabond Issue", p. 52.



Hora de ponta


Apanhar um lugar a esta hora é uma sorte, poder olhar
pela janela e fingir que tenho imunidade diplomática,
que estou de lá do vidro com o hálito das folhas, o sabor
a hortelã e um ar fresco interrompido pela velha senhora
a quem cedo o assento e um sorriso enquanto me agradece
de nada, de ir agora em pé empurrada, de cá do vidro
a apanhar uma overdose de realidade com o bafo quente
do homem gordo na minha orelha, com a mão livre
apertada contra o peito contra o visco da hora apinhada
na minha pele pública, na minha pele de todos.
No banco em frente uma mulher afaga a neta com o sorriso
doce e cansado, os olhos brilhantes; a candura intacta
toma-me toda como se eu fosse um anjo
descendo à terra com um corpo real para que a minha pele
receba a dádiva da tua, aceite os cheiros de um dia de trabalho,
o calor excessivo, a proximidade insustentável e leia no teu rosto
cada mandamento nos solavancos que nos atiram uns para
os outros. No teu rosto à hora de ponta aprendo a compaixão
até sair na próxima paragem com um suspiro de alívio.


ROSA ALICE BRANCO
366 poemas que falam de amor
Org. Vasco Graça Moura
Ed. Quetzal

terça-feira, 2 de julho de 2013

"Porque os outros se calam mas tu não"





Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia de Mello Breyner Andresen in Mar Novo (1958)

Rádio Comercial: ViVi dos 741 dias. Uma música para Vitor Gaspar





:D

O fenómeno Pinterest / A Marketer’s Guide to Pinterest [Video Infographic]




Via Bibliotecar

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Romances a preços refrescantes neste Verão, com a CARAS, a TVMAIS e a TELENOVELAS


De 3 a 19 de julho com a CARAS, a a TV MAIS e a TELENOVELAS vai poder comprar romances a 4,90 €. Para adoçar o seu Verão. Aqui ficam os títulos:

  • 3 de julho: 'Uma Americana em Pequim'; 'Uma Terra Distante'; 'Ano da Seca'; 'Feitiço da Lua'
  • 10 de julho: 'Agridoce'; 'Maliche'; 'Manhãs Gloriosas'; 'O Colar'
  • 17 de julho: 'Branca como a Neve Vermelha como o Sangue'; 'Doces Recordações'; 'O Clube de Tricô de Sexta à Noite'; 'Olive Kitteridge'
Saiba mais AQUI.



Os leitores de John Eastman / Readers portrayed by John Eastman


"The Boyhood of Abraham Lincoln"




"The Lesson"




"The Little Convalescent"




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domingo, 30 de junho de 2013

Finalmente o Google Play disponibilizou em Portugal uma loja de livros digitais!





Finalmente o Google Play disponibilizou em Portugal uma loja de livros digitais, que já existia noutros países. Os livros podem ser lidos através de uma aplicação própria de download gratuito que permite a leitura quer em dispositivos móveis quer no PC. A secção de livros gratuitos podia estar mais recheada. Estão a cobrar 6€ por publicações que são gratuitas noutros sites! Hello, as obras de Jane Austen já estão todas disponíveis aos milhares e gratuitamente everywhere!!! Com as obras do nosso Eça já acontece o mesmo.

18 factos sobre marketing na Internet / 18 facts about web marketing



Via Bibliotecar

sábado, 29 de junho de 2013

Seis escritores portugueses vão dar continuidade a «Os Maias» de Eça de Queiroz: cuidado, quem te avisa amigo d'Eça é!




Este é um projecto muito ambicioso, vejam lá que escritores escolhem/escolheram, porque tentar pegar na pena de Eça é uma responsabilidade "do caraças". Ninguém escreve como ele, tão bem, com uma ironia tão fina...essa é que é Eça!

O romance «Os Maias», de Eça de Queiroz, vai ser continuado por seis escritores portugueses, numa narrativa que irá de 1888 a 1973.

«Os novos Maias» inicia-se precisamente no ano seguinte ao que Eça de Queiroz terminou o seu romance com uma cena em que Carlos da Maia e o amigo João da Ega afirmam que «não vale a pena correr para nada» e acabam por correr para apanhar um elétrico que os leve a um jantar para o qual estão atrasados.
A iniciativa de dar continuidade à obra-prima de Eça de Queiroz, é do semanário Expresso que comemora 40 anos, contando com o apoio da Fundação Eça de Queiroz, e os escritores convidados são José Luís Peixoto, José Eduardo Agualusa, Mário Zambujal, José Rentes de Carvalho, Gonçalo M. Tavares e Clara Ferreira Alves.
A partir de 03 de agosto com a edição do semanário é publicado um fascículo de «Os novos Maias».
«Os Maias terminam com o regresso de Carlos da Maia a Portugal e o assumir de que foi um falhado da vida, agora é a hora de perceber o que aconteceu depois», disse à Lusa fonte do semanário.
«A cada autor foi destinado um período de tempo histórico e cada capítulo tem como pivô a personagem Carlos da Maia. Cada um será responsável por o encadear da história até ao ano de 1973, em vésperas do 25 de abril, e no ano em que foi fundado o semanário», disse a mesma fonte.
O romance de Eça de Queiroz foi publicado em 1888 no Porto, e a par da saga de uma família narra o amor incestuoso entre Carlos da Maia e Maria Eduarda. O romance de Eça decorre na segunda metade do século XIX, e tem por fundo a história de três gerações da família Maia, que tinha o palacete «O Ramalhete», às Janelas Verdes, em Lisboa, e ainda várias quintas, entre elas, uma em Benfica e outra na Tojeira, que venderam, e a de Santa Olávia, na região de Resende, próxima do rio Douro.

Um conselho shakespereano: tem mas é juízo...próprio.


Não vás pelas cabeças dos outros...porque cada cabeça cada sentença...tens de ser coerente contigo mesmo....and so on, and so on. Uma grande verdade e, às vezes, nada fácil.

Os vídeo jogos invadiram o espaço do livro



Deixo-vos com o excerto de um texto de Isabel Coutinho:


"...as grandes mudanças são mais visíveis nas áreas da literatura infantil e dos jovens adultos. Aí se percebe que já não se trata de um negócio de livros ou de literatura tal como os conhecemos. Depois dos livros-jogos e dos livros-brinquedos (que já não eram bem livros); depois das aplicações para iPad e dos ebooks interactivos, chegaram os videojogos livros. 


É o caso de Wonderbook, da Sony, uma consola com funcionalidades de realidade aumentada que inclui o livro-jogo Book of Spells feito em colaboração com a escritora J. K. Rowling e que está a ser apresentado nesta feira de Frankfurt. A história não é de Harry Potter mas tem a ver com feitiços e com a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O comando da PlayStation 3 transforma-se no ecrã numa varinha de condão que lança feitiços usando a tecnologia de realidade aumentada. 


O Wonderbook parece um livro de cartão mas em vez de ter palavras e imagens nas suas páginas tem códigos. Ao folhear-se o livro vai-se vendo projectado na televisão ilustrações e texto. O livro ganha vida animada e a imagem de quem joga também aparece projectada no ecrã. Em cada capítulo há um texto de J. K. Rowling, a que faltam palavras e os leitores vão descobrindo, ao mesmo tempo que têm de aprender a fazer feitiços. 


Também a empresa finlandesa Rovio, que desenvolveu o jogo Angry Birds, está em Frankfurt a lançar a sua primeira book app que já pode ser descarregada através do iTunes a um preço especial de lançamento. Chama-se Bad Piggies' Best Egg Recipes e é uma espécie de livro de cozinha para crianças com receitas e ilustrações numa versão interactiva."

Podem ler mais AQUI.

Fonte: Bibliotecar

sexta-feira, 28 de junho de 2013

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