sábado, 28 de agosto de 2010

Mais uma adorável leitora / Adorable reader

Pintor belga.

Deixem-me viver, amar e escrever bem sobre isso!



Tradução difícil para

"Let me live, love and say it well in good sentences."



Sylvia Plath

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Estas palavras são minhas, são tudo o que tenho para dizer...Bastam? / These Words are my own...



Por Natasha Bedingfield. Gosto da letra desta canção, a alusão aos clássicos literários, às figuras de estilo, à procura da inspiração para as palavras:



These words are my own



Threw some chords together, the combination D-E-F
Its who I am, its what I do, and I was gonna lay it down for you
I tried to focus my attention, but I feel so A-D-D
I need some help, some inspiration, but its not coming easily


Tryin to find the magic,
Tryin to write a classic,
Dontcha know, dontcha know, dontcha know?
Wastebin full of paper,
clever rhymes- see ya later


These words are my own, from my heart flow,
I love you, i love you, i love you, i love you,
There's no other way to better say
I love you, i love you


Read some Byron Shelley and Keates,
recited it over a hip-hop beat
I'm havin trouble sayin what i mean,
with dead poets and a drum machine


You know i had some studio time booked,
but i couldnt find the killer hook,
now you're gonna raise the bar right up,
nothin i write is ever good enough


These words are my own, from my heart flow,
I love you, i love you, i love you, i love you,
There's no other way to better say
I love you, i love you

These words are my own, from my heart flow,
I love you, i love you, i love you, i love you,
There's no other way to better say
I love you, i love you


I'm gettin off my stage
the curtains pull away
No hyperboles to hide behind
My naked soul exposes


woaaaaah



Tryin to find the magic,
Tryin to write a classic,

Wastebin full of paper,
clever rhymes- see ya later


These words are my own, from my heart flow,
I love you, i love you, i love you, i love you,
There's no other way to better say
I love you, i love you


These words are my own, from my heart flow,
I love you, i love you, i love you, i love you,
There's no other way to better say
I love you, i love you


These words are my own, from my heart
I love you I love you, thats all i got to say
cant think of a better way, and thats all i got to say
I love you, is that ok?

Ainda por escrever / Unwritten



Por Natasha Bedingfield.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mais vale morrer esclarecido que viver embrutecido?

Sendo este um blogue inspirado por canídeos leitores, prezamos no entanto o conceito de inclusão pelo que aliada à frase brilhante de Arnold Edinborough, juntamos seis fotografias de ilustres felinos motivados pela curiosidade literária.




A curiosidade é a própria essência da educação e, se me disserem que a curiosidade matou o gato, responderei simplesmente que o gato morreu com dignidade.


Arnold Edinborough














Se Dorian Gray vivesse num apartamento de decoração moderna...


...o seu retrato seria admirado como arte moderna, talvez abstracta, grotesco chic...


Sim, ainda ando às voltas com O Retrato de Dorian Gray, de Óscar Wilde. And loving it!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É UM LIVRO, burro!!! / IT'S A BOOK, jackass!!!


Um macaco que adora livros em papel, um burro mesmo burro e teimoso adepto das novas tecnologias e que não sabe o que é um livro em papel, e um rato que é um animal e não um acessório de computador. Ingredientes para este livro para crianças divertidíssimo que é também uma apologia do livro tradicional: It’s a Book.

Lane Smith descreve o livro que escreveu e ilustrou no seu blogue:

 The jackass is completely modern: He texts. He blogs. He tweets. He annoys. The monkey is traditional. He reads. He wants to be left alone. The jackass is relentless. “How do you scroll down?” he asks. “I don’t,” answers the monkey trying to read his pirate book. “I turn the page.”



“Does it need a password?” asks the annoying jackass.


“No, it’s a book.” Says the monkey.
 
 






 
 
 

O vídeo é tão hilariante como o livro:




Excelente! É por livros destes que eu adoro MESMO literatura para crianças!

Aqui ficam os links para o site e o blogue de Lane Smith.

As vinte considerações de Óscar Wilde sobre a arte

O artista é o criador de coisas belas.


O objectivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista.

O crítico é aquele que sabe traduzir de outro modo ou para um novo material a sua impressão das coisas belas.

A mais elevada, tal como a mais rasteira, forma de crítica é um modo de autobiografia.

Os que encontram significações torpes nas coisas belas são corruptos sem sedução, o que é um defeito.

Os que encontram significações belas nas coisas belas são os cultos. Para esses há esperança.

Eleitos são aqueles para quem as coisas belas apenas significam Beleza.

Um livro moral ou imoral é coisa que não existe. Os livros são bem escritos, ou mal escritos. E é tudo.


A aversão do século XIX pelo Realismo é a fúria de Caliban ao ver a sua cara ao espelho.


A aversão do século XIX pelo Romantismo é a queixa de Caliban por não ver a sua cara ao espelho.


A vida moral do homem faz parte dos temas tratados pelo artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito. Nenhum artista quer demonstrar coisa alguma. Até as verdades podem ser
demonstradas.

Nenhum artista tem simpatias éticas. Uma simpatia ética num artista é um maneirismo de estilo imperdoável.

Um artista nunca é mórbido. O artista pode exprimir tudo.

Sob o ponto de vista da forma, a arte do músico é o modelo de todas as artes. Sob o ponto de vista do sentimento, é a profissão de actor o modelo.

Toda a arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo. Os que penetram para além da superfície, fazem-no a expensas suas. Os que lêem o símbolo, fazem-no a expensas suas.

O que a arte realmente espelha é o espectador, não a vida.

A diversidade de opiniões sobre uma obra de arte revela que a obra é nova, complexa e vital.


Quando os críticos divergem, o artista está em consonância consigo mesmo.


Podemos perdoar a um homem que faça alguma coisa útil, contanto que a não admire. A única justificação para uma coisa inútil é que ela seja profundamente admirada.


Toda a arte é completamente inútil.
 
Óscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray
 
Logo a abrir o romance, que é para apanhar o leitor desprevenido!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A ler agora...algo deliciosamente pernicioso.

O Retrato de Dorian Gray, de Óscar Wilde.

Aqui o cartaz do filme sobre o livro que vale a pena ver.

Ainda não tinha lido nada de Óscar Wilde e a obra que mais me tentava era esta mas o romance gótico consegue ser um bocado penoso, deprimente...surpreende-me no entanto porque este senhor escreve realmente com uma vivacidade, uma ironia, um humor assente no sarcasmo e no paradoxo que é extremamente apelativo. A argumentação imoral da mais imoral das personagens chega a ser deliciosa! :)

Alguns curtos exemplos:

1. Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza.

2. A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.

3. O pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre dois males, prefere ambos.

4. Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal.

5. Perversidade é um mito inventado por gente boa para explicar o que os outros têm de curiosamente atractivo.

6. Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada.

Todo o livro está repleto de pérolas destas. Não direi de sabedoria, algumas são perfeitamente perniciosas e deliciosamente perversas.


O filho dos livros

"Estava rodeado de livros. Nascera rodeado de livros.O pai, bibliotecário tomara a mãe de assalto entre livros, no silêncio de uma tarde distantíssima. A mãe era uma das mulheres que anotava, numa secretária junto da janela, os nomes daqueles que consultavam livros.O pai vigiava aqueles que consultavam livros.



Entre livros, a mãe teve dores; entre livros rebentaram-se-lhe as águas; entre livros pariu-o.



Entre livros cresceu, viveu, trabalhou. Não sabia de outra coisa senão de livros.



Os livros começaram a aborrecer-se do homem dos livros. E, um dia, todas as palavras soltaram-se em letras, as letras envolveram-no, as letras comeram-no em silêncio, em silêncio, em silêncio, no silêncio dos livros mudos."



Baptista-Bastos , 1993


Os meus sinceros agradecimentos a João Miguel Alves por me dar a conhecer este texto.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Há quem compre a sua tese mas e o orgulho pela missão cumprida onde fica?


Confesso que já fiz alguns trabalhos completos para amig@s aflitos por falta de tempo ou experiência. Tendo em conta que se trataram de episódios pontuais, não vejo que a ética, minha ou de quem ajudei, tenha saído amolgada. Até porque foi sempre por amizade e sem contrapartidas monetárias.

Sempre soube que há quem pague pelos seus trabalhos académicos, inclusivamente teses de licenciatura, pós-graduação, mestrado... Nos meus tempos de estudante universitária lembro-me dos anúncios à descarada afixados nos placards dos corredores da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, anunciando a prestação destes serviços...perguntava-me que garantias davam estes senhor@s de competência para tal...sempre poderia acontecer que se pagasse uma fortuna por um trabalho medíocre...

Não me choca minimamente que se peça ajuda para uma pesquisa. No meu trabalho como bibliotecária/documentalista, faço pesquisas para terceiros todos os dias! Sei que o meu é um trabalho de retaguarda. A minha entidade patronal paga-me para isso mesmo (e mais, e mais) :).  Mas todo o processo de "digestão" da informação pesquisada fica por conta do utente: a selecção, a organização e a redacção do trabalho proposto.

O que me confunde é que quem se propõe obter determinado grau académico, levar a cabo um curso, estudar para saber mais e enriquecer competências pague para que outro lhe faça  a papinha toda, a tese final...onde fica o orgulho da missão cumprida, do objectivo alcançado por mérito próprio? Uma tese, apesar dos seus alicerces científicos, tem algo de profundamente pessoal e criativo!


Comprar uma tese pode custar 1500 euros. Um 'negócio' em crescimento na Internet


Um familiar de Teresa (nome fictício) precisava de fazer pesquisa para um trabalho universitário. Como ela estava desempregada, ele pediu-lhe para o ajudar a recolher informação nas bibliotecas. Teresa, que sempre gostou de fazer pesquisas, ajudou-o a elaborar o trabalho. "A partir daí pensei que podia fazer isto para fora", reconhece.


A venda de trabalhos académicos é um negócio em expansão. Mas não só. Ainda há dias, a Agência Nacional para a Qualificação reconheceu a existência de um mercado ilegal de venda de trabalhos no âmbito das Novas Oportunidades e até disse já ter denunciado casos ao Ministério Público.


Os alunos queixam-se de falta de tempo e optam por comprar os trabalhos, o que lhes pode custar até 1500 euros... e a validade dos diplomas . Na Internet há muitos anúncios que oferecem estes serviços. Para o professor universitário e sociólogo da Educação Almerindo Afonso, a prática revela um problema "ético" da sociedade.


Teresa avisa que não faz trabalhos completos. "Já me têm telefonado a perguntar se tenho teses feitas ou se as consigo fazer para o dia seguinte. Mas eu não faço os trabalhos por inteiro; só as pesquisas", conta. Aos 54 anos, dedica-se a este trabalho há dois e garante que não lhe faltam pedidos. Algumas pesquisas podem demorar quatro meses e custar 1500 euros.


Quem também não tem mãos a medir é Sandra, 35 anos. Há nove meses que faz teses, apresentações e monografias, e desde então já terminou dez trabalhos. "Só faço um de cada vez, mas alguns são mais exigentes e podem demorar meses", explica. Os estudantes pedem-lhe, ainda, para rever os seus textos. "Tenho muitos casos de pessoas que escreveram o texto todo, mas como não têm confiança pedem-me para rever e fazer correcções", admite. Para fazer a parte teórica, Sandra cobra 15 euros por página.


O desemprego levou também Catarina a vender trabalhos académicos no ano lectivo passado. A maioria das coisas que fez foram apresentações, principalmente para alunos de ciências. Este tipo de trabalho custava 60 euros.


O aumento da procura deste serviço é, para o professor da Universidade do Minho, "sinal da qualidade do sistema educativo, da falta de expectativas dos jovens e da desconfiança em relação aos diplomas". Ou seja, "querem o certificado e não fazem o curso pelo gosto de estudar. Isto faz com que usem estratégias mais pragmáticas para ter as coisas rápido".


O sociólogo diz que já apanhou trabalhos plagiados. "No mínimo, chumbam!" Mas até agora nunca se apercebeu de que o trabalho tivesse sido feito por outra pessoa.

Diário de Notícias em 23 de Agosto de 2010

Adoro este filme, a música ainda mais!

"...I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am"



Bonita montagem de cenas do filme Cidade dos Anjos com a música linda, linda dos Goo Goo Dolls, "Iris". O amor impossível entre um anjo e uma médica, que o leva a abdicar da sua eternidade. Ah, um pormenor delicioso: nesta história os anjos vivem em bibliotecas. :))

domingo, 22 de agosto de 2010

O romance de Ian McEwan: a única expiação possível para tamanha culpa é a escrita



Acabei de ler Expiação, Atonement na sua versão original, Reparação na versão brasileira. O autor é Ian McEwan. Como já não é a primeira vez que me acontece, foi o filme que me empurrou para o livro. Adorei o filme (Joe Wright, 2007). Após a leitura do romance, concluí que o filme consegue, recorrendo habilmente a flashbacks,  ser fiel ao livro. Tal não se revela fácil visto haver um jogo de perspectivas em que o mesmo acontecimento é visto essencialmente de duas maneiras diferentes: como realmente se passou e filtrado pelo olhar ingénuo e fantasioso de uma menina de 13 anos, Briony.



Em Expiação acompanhamos o emergir de uma relação latente amor-ódio entre Cecilia, a filha mais velha de uma abastada família britânica, e Robbie, jardineiro daquela propriedade e a quem foi facultada pelo patrão uma educação acima da sua esfera social.  

A vivência deste amor acaba por se revelar impossível de forma tragicamente injusta, minada pela perspectiva ingénua  e teimosa de Briony, a irmã mais nova de Cecilia, ao acusar Robbie, de um crime que ele não cometeu. Ao interpretar erradamente o que vê, Briony, inventa uma mentira que vai resultar na condenação de um homem inocente à prisão.

A eclosão da Segunda-Guerra Mundial vai dar contornos verdadeiramente trágicos a esta história de amor assim como um peso épico na culpa de Briony e nas consequências da sua irreparável mentira, de quando ainda era apenas uma criança.


A única expiação possível para tamanha culpa é a escrita, essencialmente este romance.



Sobre o livro importa ainda dizer:


O peso da injustiça e da tragédia, do amor por cumprir e da violência da guerra sente-se mais no livro, tornando-o mais triste que o filme. Há uma passagem em que Robbie caminha em direcção à casa e ao jantar em que o ponto de viragem acontecerá, sentido o gosto da liberdade e de todas as possibilidades de futuro que tem pela frente, quer em termos afectivos quer profissionais:

"Uma palavra encerrava tudo o que ele sentia e explicava por que recordaria com insistência aquele momento depois. Liberdade. Na vida e nos braços e nas pernas. (...) Agora, finalmente, com o exercício de sua vontade, sua vida adulta tivera início. Estava tecendo uma história em que ele próprio era o protagonista, e a cena inicial já causara um certo espanto em seus amigos. (...) Nunca antes tivera tanta consciência de sua juventude, nem experimentara tamanho apetite, tamanha impaciência, para que a história começasse logo". (pp. 50-51)



Umas horas depois, todas estas promessas de futuro estariam irremediavelmente perdidas... 
 

Esta menina de treze anos é a personagem mais fascinante do livro, assim como, vimos mais tarde a perceber, a narradora madura de toda a história. No último capítulo dirige-se ao leitor já como escritora assumida, nos seus 70 anos e doente.

Algumas das passagens mais notáveis vêm indiscutivelmente de Briony e dos seus devaneios precoces sobre a sua escrita:


"A maneira mais simples de impressionar Leon teria sido escrever uma história para ele, colocá-la em suas mãos e ficar olhando para ele enquanto lia. As letras do título, a capa ilustrada, as páginas encadernadas, amarradas — essa palavra por si só continha o fascínio daquela forma clara, limitada e incontrolável que ela deixara para trás ao decidir escrever uma peça. Uma história era algo direto e simples, que não permitia que nada se intrometesse entre ela e seu leitor — nenhum intermediário incompetente e cheio de ambições próprias, nenhuma pressão de tempo, nenhuma limitação de recursos. Na história era só querer, era só escrever e ter um mundo inteiro; numa peça era necessário utilizar o que estava disponível: não havia cavalos, não havia ruas, não havia mar. Não havia cortina. Agora que era tarde demais, a idéia lhe parecia óbvia: uma história era uma forma de telepatia. Por meio de símbolos traçados com tinta numa página, ela conseguia transmitir pensamentos e sentimentos da sua mente para a mente de seu leitor. Era um processo mágico, tão corriqueiro que ninguém parava para pensar e se admirar. Ler uma frase e entendê-la era a mesma coisa; era como dobrar o dedo, não havia intermediação. Não havia um hiato durante o qual os símbolos eram decifrados.

A gente via a palavra castelo e pronto, lá estava ele, visto ao longe, com bosques verdejantes..." (p. 22)



"Briony deu-se conta de que poderia escrever uma cena como aquela ocorrida junto à fonte e que poderia incluir um observador oculto, como ela própria. Imaginava-se agora correndo para seu quarto, pegando um bloco de papel pautado e sua caneta-tinteiro de baquelita marmorizada. Já via as frases simples, os símbolos telepáticos se acumulando, fluindo da ponta da pena. Poderia escrever a cena três vezes, de três pontos de vista; sua excitação era proporcionada pela possibilidade de liberdade, de livrar-se daquela luta desgraciosa entre bons e maus, heróis e vilões. Nenhum desses três era mau, nenhum era particularmente bom. Ela não precisava julgar. Não precisava haver uma moral. Bastava que mostrasse mentes separadas, tão vivas quanto a dela, debatendo-se com a idéia de que as outras mentes eram igualmente vivas. Não eram só o mal e as tramóias que tornavam as pessoas infelizes; era a confusão, eram os mal-entendidos; acima de tudo, era a incapacidade de apreender a verdade simples de que as outras pessoas são tão reais quanto nós. E somente numa história seria possível incluir essas três mentes diferentes e mostrar como elas tinham o mesmo valor. Essa era a única moral que uma história precisava ter.

Seis décadas depois, ela mostraria como, aos treze anos de idade, havia atravessado, com seus escritos, toda uma história da literatura, começando com as histórias baseadas na tradição folclórica européia, passando pelo drama com intenção moral simples, até chegar a um realismo psicológico imparcial que descobrira sozinha, numa manhã específica, durante uma onda de calor em 1935". (p. 24)


A ilusão de um final feliz.

 
Nota: A edição que li é a portuguesa, da Gradiva, no entanto as citações aqui apresentadas e a respectiva paginação são de uma edição brasileira disponível no Scribd.

Estudantes, licenciados, pós-graduados, mestres, doutores, situem-se!

Temos muito a cultura, a mania, a presunção e o preconceito dos "senhores doutores". "Doutor" não é um licenciado. É médico ou doutorado. Mas o que é exactamente um doutorado? Matt Might, professor de Ciências da Computação na Universidade de Utah define o conceito de forma simples, esquemática, gráfica.

Começa com um simples círculo:



Sempre que as aulas começam, eu explico para uma nova fornada de estudantes atrás de um título de doutorado o que isso realmente significa.



É difícil de explicar em palavras, então eu uso desenhos para me ajudar.

Imagine um círculo que contém todo o conhecimento humano:


Quando você completa o ensino básico, você sabe um pouco:



Quando você completa o ensino médio, sabe um pouquinho mais:



Com uma graduação no ensino superior, você sabe um pouco mais e ganha uma especialização:



Um mestrado te aprofunda naquela especialização:


Ler e estudar teses te leva cada vez mais em direção ao limite do conhecimento humano naquela área:


Quando você chega lá, você se foca:



Você tenta ultrapassar os limites por alguns anos:





Até que um dia os limites cedem:





Este pequeno calombinho de conhecimento que ultrapassou os limites é chamado de doutorado (Ph.D):





Agora, é claro, o seu foco no mundo é diferente:






Mas não esqueça da dimensão das coisas:


Continue ultrapassando os limites.



Muito, muito bom. E o último esquema ajuda-nos a manter humildes. "Só sei que nada sei" de Sócrates (o grego) continua a apresentar-se como uma brilhante conclusão. 



LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin